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A SITUAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Por que tão pouca eletricidade? Por que tão cara? Por que tão instável?

Em recente entrevista, o presidente da EPE voltou a expressar a sua opinião contrária à expansão da energia nuclear, juntamente com o enaltecimento do crescimento da energia eólica, sugerindo que esta última compensaria a primeira.

Ocorre que, apesar do propalado sistema elétrico renovável, tão exaltado e repetido à exaustão na imprensa, não tocamos no aspecto principal de qualquer sistema elétrico: ele atende aos interesses e necessidades da nação? O Brasil já é moradia de mais de 200 milhões de habitantes, com um consumo per capta de eletricidade na faixa de 2.400 KWh/pessoa/ano. Isto representa menos da metade do consumo mínimo do grupo de países classificados como desenvolvidos.

Considerando que a energia elétrica é o fundamento mais essencial para uma sociedade moderna, que de fato suporta o desenvolvimento de todas as demais necessidades da vida, tais como educação, saúde, transporte, segurança, alimentação e suas infraestruturas de suporte e associadas, percebe-se que em sendo “pobres” em eletricidade, jamais reuniremos condições de superar plenamente estas necessidades.

Ir às ruas protestar e exigir melhores condições de vida, na presença de apenas 2.400 KWh/pessoa/ano, é malhar em ferro frio, na sua expressão mais crua. Não é fisicamente possível viver melhor com este consumo atual de eletricidade no Brasil. Nenhum país do mundo consegue. Enquanto não alcançarmos 5.000 KWh/pessoa/ano de eletricidade consumida, é impossível pleitearmos ou sonharmos com melhorias de fato. É como desejar a paz mundial; todos desejam, mas simplesmente é inatingível.

Por outro lado, imaginar que atenderemos às nossas necessidades com energia eólica e hidrelétrica na Amazônia é ingênuo. O planejamento tem a inusitada oportunidade de prever a expansão elétrica do país, atingindo o patamar mínimo necessário de 5.000 KWh/pessoa/ano no menor prazo possível, que não pode se estender até o século XXII, mas tampouco ultrapassar uma ou duas décadas. Travar a geração e taxar em 40% a eletricidade chega a ser um exercício inconcebível.

Com 200 milhões de sub-sub-consumidores, o Brasil representa o terceiro melhor mercado de energia do mundo, apenas atrás da China e da Índia, com seus bilhões de habitantes igualmente mal atendidos pelo sistema de energia. Entretanto, naqueles países, os planejadores retribuem a confiança da população, aumentando determinada e acentuadamente os seus sistemas. Chegam a partir novas usinas de todas as fontes na taxa equivalente a duas centrais de Angra por mês, ao longo de todos os meses dos últimos anos, prevendo-se a continuação desta transformação nos anos seguintes.

Tecnologias para diversificar a matriz energética estão totalmente disponíveis, e considerando que precisamos tanto e tão urgentemente, por que limitar algumas? Quanto sofreremos em conjunto, 200 milhões, durante décadas por vir, consumindo a metade do necessário de algo tão vital? Parece uma decisão suicida. Além do mercado, da tecnologia, o capital prolifera no mundo, buscando locais seguros e rentáveis para investir. Quantos investimentos são tão seguros como uma usina hidráulica, eólica, nuclear, a gás ou a carvão, gerando num mercado como o brasileiro por décadas a fio? E por que o nosso sistema institucional tanto impede a proliferação do investimento privado, quando o investimento do estado, por natureza, tem outras prioridades?

Apenas como um esclarecimento, com relação à preocupação de que o planeta não suportaria um nivelamento do consumo de eletricidade entre as nações, ponderamos que a evolução da tecnologia vem superando barreiras consideradas intransponíveis ainda ontem. Por outro lado, aceitar alguns com menos do que outros é aceitar uma discriminação energética. Num mundo que não mais aceita discriminações de espécie alguma, como de cor, raça, religião, preferências sexuais e assim por diante, chega a ser incoerente aceitar uma discriminação energética.

A visão Malthusiana de que o planeta não suporta vem sendo sistematicamente contraditada pelo empreendedorismo humano, por sua tecnologia e seu capital por mais de um século. É exatamente esta trinca que suporta a sobrevivência de sete bilhões de pessoas e que suportará outros tantos. Não temos a opção de andar para trás, apenas para frente. E com mais eletricidade é melhor para todos. Pois bem, deixaremos o nosso sistema elétrico ao sabor dos ventos?

Não podemos deixar para o Brasil uma herança de falta de energia de base, econômica, sustentável e tecnicamente segura a partir de 2025-2030. O País pede uma ação imediata.

Por Ronaldo Arthur Cruz Fabrício / Vice-Presidente Executivo da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Ex-Presidente da Eletrobras Furnas e da Eletrobras Eletronuclear.

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deywe okabeFernandoalmeida Recent comment authors
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almeida
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almeida

Bom dia!

Tenho dúvidas em relação de como chegaram ao valor de energia consumida por pessoa,tendo em vista, que a lugares muito pobres no Brasil, fora os gatos existentes tanto de pessoa física,como jurídica.

Porque o consumo de 5.000 KWh/pessoa/ano é o ideal?

Quais impactos ambientais podem causar as energias nuclear,eólica e solar na construção de equipamentos para a sua transformacao em enrgia elétrica?

desde já OBG.

Fernando
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Fernando

Por que o Brasil ao invés de incentivar os aterros não cria políticas de incentivo para produção de energia através do lixo, sistemas térmicos de tratamento de resíduos, gaseificação, pirolise, incineração, Plasma, como é adotado em toda europa?
Milhões de MW/ano são enterrado nos aterros e lixões todos os dias. Teríamos geração de energia em vários pontos do País, resolveríamos os problemas do lixo, dos catadores, de geração de energia.
Por que não se cria algo como foi o “PROINFA” para incentivar as usinas de tratamento de resíduos e geração de energia??

deywe okabe
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deywe okabe

Porque o Brasil, trabalha com sistema de distribuição de energia tão ineficiente e caro, quem financia essa distribuição, essas concessionárias estão superestimando os valores, porque a energia produzida aquitem o custo mais baixo em comparação como a energia nuclear produzida nos EUA, e custa mais cara? O Brasileiro paga energia para sobreviver, não seria mais justo abrir a concorrência para outras distribuidoras? Porque somente concessionárias autorizadas possam distribuir energia? Isso não seria monopólio? A o Brasil é um país de monopólio e não da live concorrência, qualquer solução livre em nosso país será abafada. Energia elétrica é como alimentação, uma… Read more »