DOW VÊ SETOR DE ÓLEO E GÁS COMO MERCADO CONSOLIDADO PARA USO DE MEMBRANAS E MIRA NOVAS OPORTUNIDADES
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
A indústria vive dentro de uma lógica eterna de inovação, nos mais variados segmentos. Com as crescentes preocupações com o futuro do planeta, os recursos disponíveis e a gestão que fazemos deles está em pauta. A água é uma preocupação constante e a Dow Energy & Water Solutions vem trabalhando no sentido de minimizar perdas. De acordo com o Diretor para o Negócio de Águas da Dow Química, Renato Ramos, diversas opções de membranas são oferecidas no mercado brasileiro e um dos setores que mais se utiliza dessa tecnologia é o de óleo e gás. As refinarias se destacam dentro do setor, realizando demandas constantes. O executivo destaca o serviço de pós-venda da Dow, que acompanha toda a vida útil da membrana e, desde 2010, realiza serviços de manutenção no país. Apesar do aumento das atividades da empresa no setor de membranas brasileiro nos últimos anos, a demanda não faz com que a empresa pense em abrir uma fábrica no país, mantendo seus esforços na unidade americana e desenvolvendo uma nova planta na Arábia Saudita.
Quais vantagens a utilização de membranas traz para o tratamento de água?
O escopo de atividades é muito grande, passando por questões como tornar a água do mar própria para consumo humano e industrial, remover contaminantes no abastecimento dos municípios, purificar as águas para uso de fábricas e residências, além de reduzir e recuperar o que é utilizado no processamento industrial.
A tecnologia de membranas para tratamento de água e efluentes já está sendo amplamente utilizada no país?
Sim, é uma tecnologia que vem sendo utilizada no país desde a década de 1980. Não só na indústria de óleo e gás, mas todas as que se utilizam de caldeiras em alguma etapa do seu processo. Temos o mercado de óleo e gás como um segmento consolidado, onde há uma cultura de utilizar esse tipo de equipamento. Tanto que estamos nos voltando para o mercado municipal, que ainda desconhece a tecnologia, mas conta com diversas possibilidades a serem exploradas.
Quais os serviços ofertados pela Dow nessa área?
Nós fornecemos a membrana e temos também o nosso serviço de pós-venda. Este é o nosso diferencial no segmento. Nele, a Dow ensina a maneira correta de utilizar o produto, vai a campo para colher dados operacionais e avaliar a vida útil da membrana. É um serviço gratuito, disponível para todos que adquirirem membranas da Dow.
Esse serviço é ofertado no Brasil há quanto tempo?
Essa proposta de atuação começou em 2010, para substituir o modelo anterior, que forçava a membrana a ser enviada para os Estados Unidos, onde eram realizados os procedimentos para avaliação do que aconteceu com o equipamento, que produtos deviam ser usados para fazer sua limpeza e etc.
Quais empresas do setor de óleo e gás se utilizam dessa tecnologia?
Todas as refinarias usam membranas, para filtrar qualquer tipo de impureza antes de chegar na caldeira. Se algum contaminante passar pelo processo de filtração e chegar na caldeira pode haver uma explosão. Na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) as membranas chegaram a ter uma vida útil de dez anos, mas o normal gira em torno de três a cinco anos.
Qual a posição da Dow no mercado de membranas?
A empresa é a maior do mundo no segmento e contamos com o maior portfólio da indústria atualmente. As opções são diversas, como remoção de sulfato, resinas de troca iônica, membranas de osmose reversa, nanofiltração, ultrafiltração e eletrodeionização, permitindo reuso e dessalinização.
Qual a estrutura da Dow no Brasil?
A Dow já está no país há mais de 50 anos, com unidades em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Especificamente na área de membranas, nós contamos com três pessoas atuando no suporte técnico, realizando toda a parte analítica necessária para as atividades. Todas as membranas desenvolvidas pela Dow vêm da fábrica em Minneapolis, em Minnesota, nos Estados Unidos.
Há planos para abertura de uma fábrica no país?
Os planos da empresa são embasados em demanda, o que faz o Brasil ainda não ser muito atrativo para esse tipo de investimento. Uma outra fábrica está para ser inaugurada na Arábia Saudita.
“Se algum contaminante passar pelo processo de filtração e chegar na caldeira pode haver uma explosão”
Gostaria de saber como pode acontecer o que está descrito acima.