EBCI BUSCA NOVAS TECNOLOGIAS NO EXTERIOR PARA TRAZER AO MERCADO BRASILEIRO | Petronotícias




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EBCI BUSCA NOVAS TECNOLOGIAS NO EXTERIOR PARA TRAZER AO MERCADO BRASILEIRO

Guilherme Cruz, presidente da EBCICriada no início de 2011, a partir de uma joint venture entre a EBSE e a HCI, a EBCI cresceu rapidamente no setor de petróleo nos primeiros anos de vida, conquistando contratos importantes de fornecimento de tubos para a Rnest e o Comperj, além de demandas da área de exploração e produção. Com a derrocada do preço do barril do petróleo de 2014 para cá e a crise afetando fortemente toda a indústria, a empresa também se viu impactada pelas circunstâncias, e agora vem apostando num plano de internacionalização, com a formação de parcerias fora do Brasil. O presidente da EBCI, Guilherme Cruz, esteve na Offshore Europe, em Aberdeen, este mês, em busca de novos contatos e tecnologias que possam servir a este propósito. Além disso, o executivo vê o cenário nacional com preocupação, por conta dos grandes problemas que assolam a indústria simultaneamente, com influências da economia externa, do mercado interno e da crise política. Enquanto não surgem soluções para essas questões num horizonte próximo, Cruz explica que estão mantendo o foco em quatro pontos principais: “estamos atentos e definimos as palavras de ordem neste momento como sendo sobrevivência, diversificação, criatividade e muito trabalho”.

Qual foi o objetivo da sua ida à feira de Aberdeen?

Estivemos na feira em busca de novas oportunidades de negócios. A situação atual do Brasil nos faz buscar uma solução alternativa no mercado mundial e para isso nada melhor do que participar de eventos internacionais importantes como esse.

O que viu de interessante no evento?

O mercado offshore mundial apresenta várias novidades muito interessantes. Vimos muita tecnologia subsea e um grande número de acessórios necessários para as diversas fases e operações, desde a perfuração até a produção, que nos interessaram bastante. A Ideia é trabalhar essas novas possibilidades, avaliar a aplicação em relação à demanda e a necessidade de qualificação técnica no Brasil para viabilizar o fornecimento. Tudo tem que ser analisado em conjunto com os clientes que precisam ficar interessados também no que está sendo oferecido. A identificação não é simples e requer critérios bem definidos para a seleção da evolução dos negócios, a fim de se evitarem custos e perdas de tempo desnecessárias.

Como é que está a EBCI hoje?

A EBCI, como a maioria das empresas nacionais que trabalhavam para os projetos de óleo e gás e dependiam de importação para os seus negócios, encontra-se em sérias dificuldades.  Os projetos de interesse foram interrompidos. Os negócios caíram a um nível muito abaixo do esperado. A estratégia é reduzir ao máximo os custos e estabelecer um modo de operação que permita minimamente a sua execução nos negócios de interesse, aguardando o ressurgimento de novos projetos. E obviamente continuamos trabalhando na busca de mercados alternativos ao do óleo e gás que tenham demanda e que requeiram tubos importados.

Como você encontrou o mercado na Escócia?

Como estamos com foco na busca de novos produtos a serem desenvolvidos, estivemos na OTC, e agora em Aberdeen. A Offshore Europe é uma feira bem importante na Europa, com fornecedores voltados ao suprimento para os campos do Mar do Norte, aonde sempre podem ser encontradas novidades tecnológicas muito interessantes e de aplicação possível no mercado brasileiro. É fato que a grande maioria das empresas que têm produtos reconhecidos internacionalmente já tem o seu desenvolvimento comercial próprio estabelecido ou já está bem representada no Brasil. Não é uma tarefa simples, mas sempre surge uma oportunidade e é essa que nós estamos buscando. Desenvolvemos a primeira etapa de prospectar os produtos e as novas tecnologias compatíveis com a nossa capacitação industrial. Agora, de volta ao Brasil, passaremos à segunda fase de verificação da viabilidade no mercado nacional.

O foco é fazer joint ventures ou só representar empresas europeias?

O foco é identificar novas perspectivas de negócios. A busca por novos produtos compatíveis com a capacitação industrial existente em nosso grupo possibilita um ponto de convergência com as empresas internacionais que pretendem atuar no mercado Brasileiro. Existe aí uma oportunidade verdadeira de interesse mútuo na transferência de tecnologia através da nacionalização industrial gradativa. Este processo possibilita diversas formas de parcerias, até mesmo uma joint-venture como as já estabelecidas em nosso grupo empresarial. Nada mais saudável como ponto de partida do que iniciarmos o relacionamento com o desenvolvimento da representação comercial no Brasil, e depois evoluirmos na parceria de acordo com os resultados alcançados. Este foi o nosso objetivo na feira de Aberdeen.

Qual a expectativa para o mercado brasileiro voltar a estar forte e qual o prazo você imagina?

Esta talvez seja a sua pergunta mais difícil de ser respondida. A situação do país se tornou muito grave e complexa. Além de termos os reflexos de uma crise mundial existente, temos a crise interna ocasionada pela má gestão, pela corrupção e, pior, temos todos os aspectos negativos de agravamento das grandes crises convergindo ao mesmo tempo na conjuntura nacional. Se analisarmos que o problema apresentado atualmente talvez ainda não reflita o fundo do poço e que possamos ter problemas seríssimos quando investigarem os financiamentos do BNDES nos mesmos moldes da Lava-Jato, além dos problemas políticos que o Brasil enfrenta, sem sabermos ao certo se o governo resiste ou não na sua permanência no cargo, só posso te afirmar que a sua pergunta não tem nenhuma resposta claramente visível no momento. Se estivermos considerando somente o mercado de óleo  e gás e acreditando na seriedade da reestruturação empresarial da Petrobrás, e no aumento do preço do barril de petróleo, e que Deus seja realmente brasileiro, eu diria que a partir de 2017 o mercado comece a reagir melhor, para em 2018 começar a se reestabelecer uma normalidade com o início de uma nova era de negócios mais consistentes e sérios com a Petrobrás. Até lá, continuamos atentos às alternativas que surgirem.

E que alternativas seriam estas? Internacionalização?

O mundo se tornou pequeno para os negócios e hoje a percepção é a de que quem não se internacionalizar poderá sofrer graves consequências da crise nacional. Enfim, estamos atentos e definimos as palavras de ordem neste momento como sendo sobrevivência, diversificação, criatividade e muito trabalho.

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