ECOPETROL NEGOCIA VENDA DE PARTICIPAÇÃO EM BLOCOS BRASILEIROS, MAS PLANEJA AMPLIAR INVESTIMENTOS NO PAÍS | Petronotícias




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ECOPETROL NEGOCIA VENDA DE PARTICIPAÇÃO EM BLOCOS BRASILEIROS, MAS PLANEJA AMPLIAR INVESTIMENTOS NO PAÍS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –

João Clark, presidente da Ecopetrol no BrasilA Ecopetrol recém encerrou um processo de farm out e neste momento está negociando a venda de até 40% de participação em dois blocos adquiridos durante a 11ª rodada de licitações da ANP, em 2013. Um deles (FZA-M-320) fica na bacia da Foz do Amazonas, enquanto o outro (POT-M-567) fica na Bacia Potiguar. A empresa é a operadora dos dois, com 100% de controle sobre eles, e ainda possui 50% de outro bloco, operado pela Chevron. O presidente da Ecopetrol no Brasil, João Clark, conta que já estão avançando com os primeiros passos da fase exploratória, tendo acabado de realizar uma concorrência para selecionar as empresas que farão o levantamento de dados sísmicos nas duas áreas. Apesar da venda de participações em dois blocos nacionais, o interesse da Ecopetrol pelo país é crescente e uma recente reestruturação do grupo deu novas bases para a filial brasileira se tornar mais relevante no portfólio da companhia. Clark explica que, com as mudanças, passaram a se reportar diretamente a uma nova vice-presidência de exploração, ressaltando que isso dará mais liberdade para a unidade local sugerir investimentos e apresentar oportunidades.

Como foi o ano de 2014 para a Ecopetrol?

O ano teve alguns aspectos positivos, com o andamento das atividades relativas aos blocos que adquirimos na margem equatorial. Os processos de exploração e de farm out [venda de participação em blocos] foram encaminhados. Temos três blocos lá, com 100% em dois deles (FZA-M-320, na Foz do Amazonas, e POT-M-567, na Bacia Potiguar). Acabamos de encerrar uma primeira fase de dataroom[pacote de informações sobre o bloco para apresentação a potenciais investidores], e agora estamos em fase de negociação.

Qual a participação oferecida nos blocos?

Oferecemos até 40% desses dois em que temos 100%. Recebemos algumas ofertas bastante razoáveis. Estamos avaliando e negociando diretamente com algumas empresas. Outra coisa que avançou muito bem foi o processo de contratação de sísmica para esses blocos. As quatro principais empresas apresentaram propostas, foram analisadas por uma comissão e o resultado já saiu. Agora estamos preparando o relatório final para passar à fase de assinatura do contrato de aquisição sísmica. Vai ser uma empresa para cada bloco.

Já contrataram a sísmica para o terceiro bloco?

Ainda não. Temos 50% neste último, em parceria com a Chevron, que é a operadora. Já assinamos o acordo de consórcio (JOA), fizemos a primeira reunião técnica e agora vamos partir para a aquisição de dados sísmicos.

Quais são os ativos da empresa no Brasil hoje?

Todos os outros blocos exploratórios em que participávamos foram devolvidos, inclusive os da Bacia de Santos. Estamos só com esses três blocos na margem equatorial. Hoje nossa atividade no Brasil é toda voltada à exploração. Chegamos a entrar em alguns processos que a Petrobrás abriu para farm outs, de descobertas já avançadas, então essa porta não está fechada, mas o foco mesmo é exploração.

Quais são as expectativas para 2015?

A Ecopetrol tem esperanças de que saia o novo leilão em 2015. Vamos participar, como sempre temos participado de todos os leilões. Temos expectativas muito positivas para o próximo triênio. Houve uma reorganização de toda a Ecopetrol casa-matriz e grupo empresarial. Essa restruturação foi muito favorável à Ecopetrol Brasil, porque reforçou a importância dela como uma companhia de exploração para o grupo. Um dos objetivos dessa reestruturação é reforçar a filial brasileira, tanto em termos de ativos, quanto em termos de recursos, para que possamos ter um portfólio mais robusto no valor que a companhia merece. Foi instituída uma nova vice-presidência de exploração à qual vamos nos reportar, e ela está dando um foco muito grande ao Brasil e ao Golfo do México. Temos uma perspectiva grande de reforço de portfólio, quadro de pessoal e novos negócios.

Já existe uma previsão de investimentos para esse triênio?

Estamos trabalhando para fechar o orçamento. Temos uma previsão para o ano que vem, mas o processo ainda está em andamento. O fato é que teremos uma liberdade maior de canalizar investimentos desde que apresentemos negócios interessantes. Se não tiver leilão, não tem dinheiro, mas se tiver oportunidade, e for competitivo, teremos um canal para negociar isso.

Já estão fazendo estudos para o próximo leilão?

A gente estuda todas as áreas. Temos um setor de estudo regional que está sempre atualizando informação sobre as bacias e procurando oportunidades livres nelas. Já temos uma ideia das áreas que devem entrar no leilão, estamos dando mais foco a elas, mas isso é um trabalho corriqueiro, contínuo, que temos como exploradores. Só depois de anunciados os setores das bacias que serão ofertados é que vamos começar um estudo mais específico de avaliação do valor de cada bloco, para ver em quais vamos colocar mais ou menos esforço.

A queda do preço do barril levou a alguma mudança na estratégia da empresa?

Sem dúvida. A queda do preço do barril acendeu uma luz de alerta para todas as companhias de petróleo. Quanto mais vai baixando o preço, menos áreas, menos ativos se mantêm comercialmente viáveis. Existem muitos projetos que têm um break even que inviabiliza a comercialidade com o preço do barril muito baixo. No pré-sal mesmo tem áreas que, com o preço abaixo de US$ 60, você já pensa bem se vale a pena investir ou não. Para águas profundas, essa questão é mais relevante. Por enquanto, vemos isso como um momento passageiro, mas acreditamos que o preço vai se recuperar a médio prazo.

Houve alguma mudança na estratégia da empresa no sentido de buscar ativos também no onshore brasileiro?

Por enquanto, não. Continuamos com foco offshore. No entanto, com a nova reestruturação, vai caber à filial apontar quais projetos que ela quer que disputem pelos recursos de todo o portfólio da companhia. Se acharmos um negócio que seja economicamente atrativo onshore, tenha potencial pelo seu valor de rentabilidade, e que possa ser de interesse da vice-presidência para disputar com o portfólio das outras filiais, vamos apresentar. Mas não vejo isso no Brasil atualmente. Se aparecer, vamos analisar e propor.

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