ECOPETROL TENTOU ATÉ O FIM FAZER PARTE DO CONSÓRCIO VENCEDOR DE LIBRA | Petronotícias




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ECOPETROL TENTOU ATÉ O FIM FAZER PARTE DO CONSÓRCIO VENCEDOR DE LIBRA

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

A sensação de surpresa no salão em relação ao consórcio vencedor do leilão de Libra, o primeiro sob o regime de partilha, foi bem menor para os executivos que estavam negociando nos bastidores. Um deles foi o presidente da Ecopetrol no Brasil, João Clark, que contou ter tentado até o último minuto fazer parte do consórcio vencedor, ao longo de variadas negociações realizadas nas últimas semanas.

Clark contou ter procurado todas as empresas habilitadas para o certame, incluindo algumas que acabaram não participando – na fase anterior ao anúncio do nome das inscritas –, como British Petroleum (BP) e Chevron, mas não conseguiu formar o consórcio que desejava. Acabou vencendo o grupo formado por Petrobrás (40%), Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%), com oferta de 41,65% do óleo lucro à União, percentual mínimo exigido pelo edital, sem que houvesse uma segunda proposta.

A estatal colombiana tinha grande interesse em fazer parte da exploração de Libra, onde sua ambição era ter 10% no consórcio formado pela Petrobrás, e a possibilidade de se aliar a outras petroleiras também não foi descartada.

“Pensamos até em liderar um consórcio, mas por um detalhe do edital não conseguimos nos qualificar como operador ‘A’ [quesito exigido pela ANP para que uma empresa liderasse um consórcio], revelou.

A empresa procurou a Petrobrás já sabendo que as petroleiras chinesas estavam na mira da estatal brasileira, mas pleiteava uma das outras duas vagas no consórcio, limitado pelo edital da ANP em até cinco membros. Para o executivo da Ecopetrol, a participação minoritária das chinesas foi uma das maiores surpresas mesmo para os que estavam a par das negociações.

“Surpreendeu a todos. Parece que viram algum risco a mais, talvez por não conhecerem tão bem o ambiente de negócios brasileiro”, disse Clark.

O executivo afirma que todas as interessadas no leilão procuraram a Petrobrás para formar parceria na rodada, por conta do modelo de contrato e das exigências do edital, além da força da empresa no Brasil. Aproveitando-se disso, a estatal buscou formar o consórcio mais forte que pôde, diminuindo ao máximo a chance de concorrência.

Mesmo assim, a Ecopetrol tentou até o fim participar. Procurou as outras empresas que receberam a classificação de operadora “A” da ANP, mas não obteve retorno. Desde quarta-feira (16), dia em que receberam a informação de que o consórcio da Petrobrás tinha sido fechado, ainda tentaram novos contatos e ficaram na expectativa de que algum dos membros do grupo desistisse da participação.

“A grande negociação do leilão foi a formação do consórcio. A parte mais difícil para as empresas concorrentes era conseguir fazer parte dele. Até o último momento, alguma empresa poderia sair, então dependíamos disso”, explicou.

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Flavio Silva
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Flavio Silva

Qualquer consórcio sem que a Petrobras fizesse parte não seria bem visto pelo governo e pela sociedade (o petróleo é nosso….). Qualquer dano ambiental sem a presença da Petrobras no consórcio teria um eco muito maior na sociedade e nos ministérios públicos (mesmo ela sendo a operadora).

assis pereira
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assis pereira

Cabe esclarecer ao comentarista Flávio Silva que a norma que regulamenta a Partilha impõe a Petrobras como operadora, e como tal, a Estatal Petroleira comporá, na qualidade de Operadora, qualquer consórcio participante do certame.