ECOVIX PREPARA PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA LIDAR COM DÍVIDAS DE R$ 6 BILHÕES
A situação da Ecovix vem se arrastando desde o ano passado, com tentativas de negociação das dívidas com credores, mas não teve jeito; o pedido de recuperação judicial já está na mesa, prestes a ser levado à Justiça do Rio Grande, onde ficam os estaleiros ERG 1 e ERG2, controlados pela empresa. A soma de dívidas é da ordem de R$ 6 bilhões e o processo deverá gerar uma demissão em massa na companhia, que conta hoje com 3,5 mil trabalhadores.
O pedido deve ser feito ainda em dezembro, segundo reportagem do jornal Valor Econômico, que detalha o processo como uma forma de evitar a falência, tentando para isso segregar os ativos do grupo em uma nova companhia a ser oferecida aos credores como forma de pagamento. O modelo usado para isso seria o de Unidade Produtiva Isolada (UPI), que blindaria os investidores na compra daquele ativo de uma empresa em recuperação judicial e permitiria a esses credores revenderem essa nova empresa a outros interessados, como operadores de estaleiros internacionais.
Dentre estes ativos, estão o dique e o pórtico do estaleiro, com um guindaste para grandes estruturas, além de equipamentos, mas o valor estimado para eles ainda é desconhecido.
As dívidas da Ecovix, no entanto, tem números de peso, somadas em R$ 6 bilhões, com alguns credores de grandes somas, como o Banco do Brasil e o Bradesco, que têm R$ 600 milhões a receber cada um; a chinesa Cosco, a Petrobrás e a National Oil Varco (NOV), que aguardam o pagamento de mais de R$ 500 milhões cada uma; e a Caixa Econômica, que é credora de outros R$ 300 milhões.
Um agravante para a situação é o envolvimento de donos do estaleiro – também donos da Engevix – na Lava Jato, onde alguns executivos do grupo chegaram a ser presos.
Na carteira de contratos do Ecovix constavam oito cascos de navios-plataforma para a Petorbrás, incluindo os replicantes do pré-sal, numa soma de US$ 3,5 bilhões, além de três sondas de perfuração para a Sete Brasil, em contratos de US$ 2,4 bilhões, mas o cenário mudou. A Sete Brasil afundou e suas encomendas neste caso foram paralisadas. No caso da Petrobrás, houve atrasos e duas unidades foram transferidas para a China, enquanto outras três devem ser canceladas.
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