EDUARDO LEITE CONFIRMA PAGAMENTOS DE PROPINA E ENCONTROS COM VACCARI
O ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite (foto) confirmou em depoimento na CPI da Petrobrás que tratou de doações para o PT, em 2010, com o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto. De acordo com o depoente, o primeiro contato tratou apenas de doações legais e como estas poderiam ser feitas. Em um segundo encontro, Vaccari teria afirmado que a empreiteira “estava em débito com a Diretoria de Engenharia no pagamento de propina” e questionado se “a empresa não desejava liquidar isso com pagamento de campanha eleitoral para o PT”.
Segundo Eduardo Leite, acordos de corrupção fechados antes de sua indicação ao cargo de diretor de Óleo e Gás da Camargo Corrêa, em 2009, tiveram que ser cumpridos por ele durante os anos que esteve na função. “Recebi dos meus antecessores uma situação preexistente. A situação preexistente consistia em contratos que foram celebrados através de consultorias a partir de 2002. Tive que administrar os procedimentos adotados”, disse.
Em seu depoimento, o ex-vice-presidente afirmou que no seu acordo de delação premiada outros gerentes da Petrobrás foram denunciados, mas, como o caso ainda está sob investigação, os nomes não podem ser revelados. Eduardo Leite afirmou ter remetido documentação comprobatória dos eventos, com valores, responsáveis e participantes do esquema à Justiça Federal.
O empresário foi preso em novembro do ano passado, na 7ª fase da operação Lava-Jato, e cumpre prisão domiciliar desde o final do mês de março. Ele foi o primeiro executivo a deixar prisão por conta do acordo de delação premiada e é monitorado com tornozeleira eletrônica até a sentença. Eduardo Leite é acusado de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.
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