EISA BUSCA SOLUÇÃO PARA RETOMAR OPERAÇÕES

O Estaleiro Ilha S.A. (Eisa) está passando por um momento turbulento, com as operações paralisadas há 30 dias, e até agora não conseguiu encontrar uma solução para os problemas. De acordo com reportagem de Francisco Góes, no jornal Valor Econômico, o empresário (foto) está buscando junto com os administradores do estaleiro uma saída para a grave crise financeira da empresa, que estendeu o prazo de paralisação das atividades até o dia 28 de julho.

Os problemas que levaram o estaleiro a esta situação ainda não estão totalmente claros, mas passam por uma série de fatores, como a falta de capital de giro, problemas administrativos, de gestão, prazos de entregas muito próximos entre si, e falta de investimentos em modernização, com baixa produtividade como resultado.

Entre as possibilidades, se aventa até a venda do estaleiro, mas provavelmente não neste momento. Outra saída apontada é o envolvimento de armadores que também são clientes, mas até a quebra não foi totalmente descartada.

A carteira de encomendas do Eisa, com 26 contratos, é avaliada em US$ 1,6 bilhão atualmente e o presidente da empresa, Josuan Moraes Junior, afirmou ao jornal que não investiram em modernização por morosidade do agente financeiro do Fundo da Marinha Mercante.

Em entrevista publicada na terça pelo Petronotícias, o presidente da Abenav, Augusto Mendonça, disse que a indústria naval já superou a fase de atender aos índices de conteúdo local, mas que a produtividade e a competitividade ainda são desafios.

O Eisa aponta também a falta de pagamentos de alguns clientes como causas para a paralisação, incluindo a PDVSA, que tem um navio-tanque no estaleiro, e a Atromarítima Navegação, que tem três barcos de apoio com obras paralisadas.

Os trabalhadores do Eisa, que estão de licença remunerada neste período, estão apreensivos com o futuro de seus empregos, e pretendem fazer uma manifestação no Centro do Rio nesta quarta-feira, a partir das 14h. O estaleiro possui 3,2 mil funcionários.