ELEIÇÃO DO NOVO PRESIDENTE NÃO ADIA FIM DO PRAZO DAS INSPEÇÕES DAS INSTALAÇÕES NUCLEARES IRANIANAS

A eleição, na sexta-feira (18), do clérigo conservador Ebrahim Raisi (foto) como presidente iraniano, deverá adiar o levantamento das sanções de Washington às exportações de petróleo do Irã. Pelo menos é desenham os vários analistas da indústria de óleo e gás. O que se acredita é a eleição de alguém da linha dura, como é o caso de Raisi, atrasará as expectativas de um rápido regresso do petróleo iraniano ao mercado. Ele é visto como não sendo um partidário de uma reaproximação aos Estados Unidos, o que dificulta as negociações com os americanos, União Europeia e a própria Rússia. E isso é um impedimento para ressuscitar o acordo de 2015 que limitava as atividades nucleares da República Islâmica em troca de um alívio das sanções.

E é bom lembrar que a Agência Internacional de Energia Atômica tem permissão até a próxima quinta-feira (24), para inspecionar as instalações nucleares iranianas. O que se sabe é que as centrífugas do Irã estão enriquecendo o urânio a 60%, que tem uso militar. As conversações foram adiadas e, segundo fontes diplomáticas, permanecem com “divergências significativas” sobre como retomar o acordo, do qual os Estados Unidos  se retiraram unilateralmente em 2018, por decisão do ex-presidente Donald Trump.

Os preços do petróleo têm subido ultimamente tocando os preços máximos desde outubro de 2018. Acredita-se que as exportações de petróleo do Irã só ocorrerão mais para o final deste ano, sendo facilmente absorvido pelo mercado,  uma vez que a procura deverá superar a oferta por uma margem que poderá atingir os 1,5 milhões de barris diários no final do ano. Pelo menos é o que o mercado acredita, como reflexos da vacinação global contra a Covid. O que se sabe é que Washington não aliviará as sanções até estar convencido de que Teerã esteja a cumprindo um novo acordo. Ebrahim Raisi só vai assumir a presidência do Irã em agosto. Até lá haverá conversações.