ELETRONUCLEAR APRESENTA PLANO PARA ACELERAR LINHA CRÍTICA DAS OBRAS DE ANGRA 3 E GARANTIR OPERAÇÃO EM 2026
A pandemia do coronavírus atrasou o processo para a escolha do parceiro internacional que irá ajudar a concluir as obras de Angra 3. Mesmo assim, a Eletronuclear e a Eletrobrás estão com um plano para acelerar a linha críticas das obras do empreendimento e garantir que a planta entre em operação dentro do cronograma estabelecido – em novembro de 2026. A informação é do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, que participou hoje (18) de um webinar promovido pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN).
Segundo o presidente da companhia, já existe um modelo, proposto pelo BNDES, que define a parceria para escolha de um parceiro internacional visando a retomada da obra. Esse modelo iria ser apreciado pelo Conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) no final de março, justamente no momento quando começaram as consequências mais sensíveis da pandemia no Brasil. “Essa aprovação está adiada, ainda sem data certa para que efetivamente ocorra”, afirmou Leonam.
O executivo revelou, no entanto, que existe a necessidade de acelerar o caminho crítico do empreendimento para garantir a entrada da planta em 2026. Para isso, foi desenvolvido, em conjunto com a Eletrobrás, o chamado Plano de Aceleração da Linha Crítica. Nas palavras de Leonam, o objetivo é acelerar esta linha crítica “antes que o modelo de negócios definitivo com o parceiro internacional esteja plenamente estruturado”. Uma das metas, por exemplo, é concluir o chamado edifício da contenção, conforme ilustra a figura no início desta reportagem. Segundo o executivo, este é o prédio mais complexo e de maior volume de trabalho até 2023.
“Se busca avançar sobre as obras civis e de montagem eletromecânica com empresas contratadas pela Eletronuclear, mantendo aqueles fornecimentos considerados como críticos. De forma que façamos esse trabalho ainda em 2020 para poder, efetivamente, poder assinar contratos de obra civil e montagem no início do ano de 2021 e iniciar a concretagem e montagem em outubro de 2021”, acrescentou o presidente da Eletronuclear.
Conforme o Petronotícias informou em abril, a Eletrobrás anunciou o investimento de R$ 1 bilhão em Angra 3. Este valor se refere justamente à aceleração da linha crítica da obra. Contudo, por conta do cenário provocado pela Covid-19, este plano encontra-se em processo de reavaliação. “O compromisso da Eletrobrás é fazer essa revisão no mês de junho. Podemos ter uma revisão de valores, mas eu, pessoalmente, não acredito que haverá uma mudança na filosofia de dar apoio a esse programa de aceleração”, avaliou Guimarães.
O executivo ainda afirma que é difícil prever quando o PPI baterá o martelo definitivamente sobre o modelo de parceria para retomada das obras. “O momento é bastante complexo. Vivemos uma grande número de incertezas. É bastante difícil fazer uma previsão neste sentido”. Ele complementa que a maneira de contornar esse problema tem sido a aceleração da linha crítica. “São passos que vem sendo dados por nós em conjunto com a Eletrobrás. Acho que essa percepção e vontade estratégica da Eletrobrás em investir no empreendimento é de suma importância. E ela, de certa forma, mitiga as incertezas com relação a quando o PPI votaria ou decidiria acerca do modelo de negócios proposto pelo BNDES”, afirmou.
ESCOLHA DE LOCAIS PARA NOVAS CENTRAIS E EXTENSÃO DE ANGRA 1
Ainda durante o evento, que teve mediação do presidente da Abdan, Celso Cunha (foto ao lado), foram debatidos outros projetos importantes da Eletronuclear. Um deles é pesquisa sobre possíveis locais que poderiam abrigar novas centrais nucleares. “Quando estávamos nos preparando a retomar o processo de estudo de locais para novas usinas, o planejamento foi atrasado também devido às ações que foram tomadas contra a Covid-19. Mas esta é uma atividade que esperamos, muito em breve, poder retomar”, disse Guimarães.
Além disso, o presidente da Eletronuclear também comentou sobre o processo que visa estender a vida útil de Angra 1 por mais 20 anos. “O requerimento foi protocolado no ano passado. Na semana passada, foi entregue a primeira revisão do protocolo, complementando alguns aspectos que não haviam sido contemplados no primeiro requerimento”, contou. Em 2023, será feita uma reavaliação periódica de segurança na usina, já focada na extensão de vida de Angra 1 por mais 20 anos.
Por fim, Leonam também falou do processo de construção da Unidade de Armazenamento a Seco de Combustível Usado, que atualmente está na fase de iniciar a concretagem da laje principal da estocagem dos chamados overpacks de combustível usado. A concretagem das outras áreas de guarita e almoxarifado já se encontra em andamento, em estado avançado.
Este foi o primeiro de uma série de webinars que a Abdan vai promover, em preparação da Nuclear Trade and Technology Exchange (evento previsto para abril de 2021). No evento de hoje, mais de 100 participantes assistiram à apresentação.
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[…] cenário traçado pela Eletrobrás, a ideia é começar com o já conhecido Plano de Aceleração da Linha Crítica. A ideia da iniciativa é adiantar parte das obras, preparando o caminho para uma segunda etapa, […]