ELETRONUCLEAR PODE APRESENTAR CAMINHOS PARA CONCLUSÃO DE ANGRA 3 DURANTE CURSO SOBRE SETOR NUCLEAR | Petronotícias




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ELETRONUCLEAR PODE APRESENTAR CAMINHOS PARA CONCLUSÃO DE ANGRA 3 DURANTE CURSO SOBRE SETOR NUCLEAR

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

celso cunhaO setor nuclear é crucial para o destino do Brasil nos próximos anos, tanto em termos de geração de energia quanto para outros setores, como a medicina. Pensando nisso, a World Nuclear Association (WNA), em parceria com a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), promove o curso “The World Nuclear Industry Today”, da World Nuclear University (WNU), no mês de março. Entre os temas, um dos tópicos centrais do segmento atualmente: a retomada de Angra 3. “O evento terá a participação de um especialista do exterior, que falará sobre modelagem econômica financeira dentro da área termonuclear. E teremos ainda a própria Eletronuclear apresentando o que ela está desenvolvendo neste sentido”, explicou o presidente da ABDAN, Celso Cunha. O curso será realizado entre os dias 19 e 23 de março, no Rio de Janeiro, e o objetivo é investir na ampliação do conhecimento da mão de obra. “Estamos trazendo pessoas de maior nível para este evento aqui no Brasil. Por isso, é de extrema importância essa parceria com a WNA”, afirmou Celso. Para participar do encontro, acesse este link, onde é possível encontrar também a agenda completa de apresentações e atividades.

O senhor poderia começar falando da importância desta parceria da ABDAN com a WNA para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro:

Essa parceria da ABDAN com a WNA já vem de alguns anos. Ano passado conseguimos levantar a quantidade do público deste curso significativamente. Tivemos 140 pessoas no Rio e 60 em São Paulo. Neste ano, estamos trabalhando para alcançar a meta de 250 pessoas, novamente no Rio de Janeiro. O objetivo é instruir os profissionais que estão saindo da faculdade na área nuclear. Além disso, o evento visa trazer os principais fatos e atualidades ao debate. Essa parceria está se consolidando cada dia mais.

De que forma iniciativas como essas podem ajudar a aprimorar o conhecimento da mão de obra brasileira?

Estamos com concursos abertos no setor, como é o caso da Amazul e INB. Estamos incentivando a busca pelo conhecimento, mantendo as pessoas atualizadas, com informações sobre o que está acontecendo no exterior. É extremamente importante. É motivador e balizador. Vivemos um momento em que é preciso investir na mão de obra para manter o conhecimento atualizado. Estamos trazendo pessoas de maior nível para este evento aqui no Brasil. Por isso, é de extrema importância essa parceria com a WNA.

Que tipo de questões serão discutidas no curso?

Um dos assuntos será depósito de combustíveis utilizados e vamos falar também muito sobre modelagem econômica. O evento terá a participação de um especialista do exterior, que falará sobre modelagem econômica financeira dentro da área termonuclear. E teremos ainda a própria Eletronuclear apresentando o que ela está desenvolvendo neste sentido. Eles mostrarão a solução e os caminhos que  estão desenhando para a conclusão de Angra 3.

Quais são os principais desafios hoje do setor?

Precisamos da elaboração de um programa nuclear do Brasil, em virtude do nosso já ter muitos anos. A realidade é outra e precisamos que este desenvolvimento de programa aconteça de fato. Falando sobre a geração termonuclear, nossa prioridade é finalizar as obras de Angra 3. Precisamos concluir esta obra e que o modelo de negócios vá para o mercado, com a parceria público-privada acontecendo de fato. Ao finalizar Angra 3, nós tornamos a INB praticamente sustentável em termos financeiros. Ela conseguirá manter sua linha de produção em um nível economicamente viável. 

Quais são os próximos passos da ABDAN para incentivar o setor?

Angra 3 já está na nossa pauta. Temos discutido com o Ministério de Minas e Energia e apoiado firmemente os debates para uma solução. E este ano vamos dar um foco grande a área de tecnologia nuclear social.

Este é um tema que será abordado dentro do curso, especialmente com a questão do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Poderia falar mais a respeito?

A cadeia produtiva de tecnologia nuclear social demanda mais organização. Hoje, temos mais de 400 empresas que militam nesse segmento, desde clínicas até empresas que fazem tratamento de obras de arte. Este é um segmento que precisa ser organizado. Outro fator importante é o RMB sair do papel, para que o Brasil possa produzir substâncias usadas no tratamento e diagnóstico do câncer, por exemplo. A indústria de fármacos precisa estar bem abastecida de material. É um questão de saúde pública. 

E que outra demanda precisa ser suprida dentro da indústria nuclear brasileira?

Outro fator muito importante é resolver a questão da mineração. Temos a sexta maior reserva do mundo, mas o Brasil praticamente não explora esse potencial. Precisamos dar este rumo ao setor e é uma pendência que precisa ser resolvida. Além disso, é necessário ainda redefinir o papel da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Atualmente, ela faz pesquisa, regula, fiscaliza… isso precisa estar melhor definido para que o setor ganhe competitividade. 

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