ELETRONUCLEAR VAI USAR AS USINAS NUCLEARES PARA PRODUZIR PELO MENOS 100 TONELADAS DE HIDROGÊNIO VERDE POR ANO | Petronotícias




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ELETRONUCLEAR VAI USAR AS USINAS NUCLEARES PARA PRODUZIR PELO MENOS 100 TONELADAS DE HIDROGÊNIO VERDE POR ANO

ELETRO FOTOA Eletronuclear apresentou um projeto com capacidade de produzir 100 toneladas de hidrogênio (H2) limpo por ano a partir da operação das usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A iniciativa, que não causa impactos ao meio ambiente, foi divulgada na Câmara dos Deputados, em Brasília, como uma solução energética que poderá contribuir significativamente para a descarbonização do planeta. Com a finalização das obras de Angra 3, a capacidade de geração do material será de 167 toneladas anualmente. A produção de hidrogênio sustentável no Brasil, promovido por meio da parceria do Conselho Federal de Química (CFQ), do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IdQ) e da Frente Parlamentar da Química (FPQ), reuniu diversos profissionais no tema, além de deputados federais e outras autoridades.

Entre os palestrantes convidados estava o engenheiro químico da Eletronuclear, Nelri Ferreira Leite, que é o coordenador técnico do projeto de hidrogênio em desenvolvimento pela empresa na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) há 26 anos: “Angra 1 e 2 utilizam água do mar no circuito terciário para resfriar o vapor do circuito secundário, após a passagem pelas turbinas que geram a energia elétrica. Para prevenir a proliferação de organismosangra 1 e 2 marinhos nas tubulações e equipamentos, adiciona-se o biocida hipoclorito de sódio ao fluido refrigerante do circuito terciário. Como resultado do processo de produção do biocida através da eletrólise direta da água do mar, o hidrogênio é gerado, ou seja, sem nenhum contato com material radioativo que se encontra no circuito primário das usinas. Dessa forma, a ideia é aproveitar o hidrogênio já produzido como subproduto pela empresa e que nunca causou impactos ao meio ambiente marinho em todos esses anos”, explicou o engenheiro.

Em 2021, a Eletronuclear estabeleceu um Memorando de Entendimento com Furnas visando estudar a viabilidade da utilização do hidrogênio gerado pelo processo de eletrólise da água do mar. Para isso, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), que opera uma planta experimental de hidrogênio há 10 anos, foi contratado. A análise propôs a implementação de um sistema para a captura e beneficiamento do hidrogênio gerado na CNAAA de forma segura e com o mínimo de intervenção na planta, aspectos de segurança, bem como os benefícios ambientais, econômicos e estratégicos. O projeto poderá ser implementado em cerca de dois anos, gerando economia para a empresa e evitando emissões de gases de efeito estufa.

ELETRO DESENHO“É importante ressaltar alguns diferenciais da nossa iniciativa em relação aos demais existentes no mercado. Ela pode ser replicada em todo o litoral brasileiro aproveitando a disponibilidade da água do mar, sem necessidade de fazer uso de água doce. Assim, é viável atender a demanda de hidrogênio prevista para as próximas décadas. Nenhum outro projeto no mundo realiza isso em escala industrial. Além disso, toda a nossa tecnologia deste processo é inteiramente nacional”, ressaltou Nelri.

O hidrogênio limpo pode ser aplicado em múltiplos fins, com potencial para contribuir para a superação de alguns desafios energéticos globais. “A Eletronuclear pretende demonstrar a aplicação do hidrogênio limpo nas três vilas residenciais mantidas pela companhia em Angra dos Reis e Paraty, através do suprimento de energia gerada em células a combustíveis que podem fazer compensação de consumo dos prédios administrativos das usinas e casas localizadas neste espaço. É importante ressaltar também a independência de suprimento de hidrogênio para os geradores elétricos de Angra 1, 2 e 3 e o ganho econômico mais imediato deste projeto. A possibilidade de abastecimento de veículos movido a hidrogênio também pode ser uma alternativa”, afirmou Nelri em sua palestra.

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