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ELETRONUCLEAR VIVE UM CAOS INTERNO COM FALTA DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO E UM DIRETOR ACUSADO DE RACISMO E PROTEGIDO POR UM MINISTRO

O funcionamento das usinas nucleares de Angra dos Reis pode estar correndo um risco de operação e, a qualquer momento, elas podem parar de gerar de energia por falta de peças sobressalentes. A gestão do almoxarifado da companhia, que sempre foi eficaz durante a história da empresa, está comprometida desde a administração Lycurgo-Sidnei Bispo, antigo presidente e o atual diretor administrativo, apadrinhado do Ministro Alexandre Silveira, detestado pelos funcionários pela maneira truculenta com que se relaciona, acusado de assédio moral e respondendo a um  processo por racismo sofrido e denunciado por um alto funcionário da empresa. Sem a proteção do Ministro Silveira, Bispo não se sustentaria por competência, qualidade ou conhecimento mínimo da operação de uma usina nuclear. Lycurgo, advogado de formação, percebeu que estava no lugar errado ao comandar uma empresa com uma exigência técnica para qual ela não tinha a menor qualificação e preferiu fazer o que seria óbvio para qualquer um: pedir demissão. Bispo, não. Ele  se agarrou ao cargo e mesmo detestado internamente, parece se alimentar dessa energia para tornar a vida dos colegas de trabalho insuportável. E, pelo resultado da convivência, faz isso com maestria.

Raul Lycurgo, advogado incompetente para a função, fez o que devia: pedir demissão

A gestão eficiente do almoxarifado de uma usina nuclear é uma das chaves de uma boa operação. Para fazer a sua administração é preciso conhecer uma série de detalhes técnicos sobre o funcionamento dos equipamentos, saber o ponto crítico para sempre se ter equipamentos sobressalentes. Alguns, trunfos para que se  mantenha a usina em funcionamento sem qualquer risco. Depois da chegada de Sidney Bispo como diretor administrativo, inexperiente e desqualificado tecnicamente no setor nuclear, o almoxarifado passou a ser coordenado por administradores e economistas que não possuem a expertise técnica necessária para gerenciamento desta área crítica. O que impressiona é o ministro Alexandre Silveira  ter todas estas informações, mas aceitar  manter a incompetência desabonadora de um diretor, que só levou intrigas para ele e perseguições e injustiças para dentro da companhia. Silveira parece pensar mais nesta amizade deletéria do que na eficiência de uma companhia estratégica para o país e para o sistema que garante a energia para a população.

Há milhares de peças e componentes que precisam estar à disposição para substituições, às vezes, emergenciais.

Atualmente, o almoxarifado da Eletronuclear enfrenta uma grave crise, com dezenas de itens faltando, o que compromete a disponibilidade de Angra 1 e Angra 2, podendo torná-las indisponíveis por meses,  causando prejuízos de bilhões de reais para a Eletronuclear, devido à falta de componentes e materiais essenciais para a operação. Além disso, os cortes impostos pela diretoria de administração no orçamento do almoxarifado vêm agravando a situação, limitando ainda mais a capacidade de adquirir e manter os itens necessários para a operação das usinas.

O ministro recebe informações distorcidas de Sidney Bispo, também conhecido na empresa pelo apelido de “Fofoqueiro”

Esta falta de conhecimento mínimo  da diretoria de administração gerou o caos nos processos de compras que  não andam devido a burocracia imposta por  Bispo. “ Na avaliação dele,  todo o técnico da Eletronuclear é incompetente e isto gera um clima organizacional terrível,  nunca antes visto na empresa,” disse um dirigente que por,  questões óbvias, não quis se identificar para evitar represálias. Ele diz ainda que  Bispo conseguiu desagradar os trabalhadores, os sindicatos, os gestores, o diretor de operação, empresas contratadas e até políticos ligados a Eletronuclear e ao governo federal.   “Não é possível todos estarem errados e somente o Bispo estar certo”, afirma a fonte do Petronotícias.  Sempre que questionado Bispo afirma que tem o apoio do ministro. E na diretoria executiva conta com o apoio do diretor de finanças Alexandre Caporal, com experiência em empresas privadas, embora tendo sido colocado pela Eletrobrás,  na época ainda sob controle estatal. Caporal, sob influência de Alexandre Silveira, segue o mesmo roteiro de Sidney Bispo, aprovando seus cortes e suas ações.

Alexandre Caporal, desgastado, já busca sair da empresa

Internamente se fala que Caporal,  desgastado,   já não quer mais continuar no negócio nuclear. A administração do almoxarifado continua com a participação dos mesmos profissionais de sempre, inclusive engenheiros que tem o suporte  da usina para dar a prioridade, mas desprovidos da autonomia necessária. Eles sabem da importância e da gravidade que os equipamentos e componentes têm para a planta, mas estão de mãos atadas.  Inclusive tem uma folha diária do acompanhamento das principais compras que as usinas priorizam desde o tempo em que ela era uma unidade organizacional da Diretoria de Operação. Na auditoria da WANO, em setembro, vazou a informação de que este problema foi detectado no campo, mas foi desmentida de forma enfática por Bispo. Mas o auditor mostrou o resultado de seu trabalho no almoxarifado para comprovar o que tinha dito e Bispo ficou sem resposta.

Depois das inspeções, a reunião final da WANO, embora o relatório final deve apontar falhas no Almoxarifado por responsabilidade de Sidney Bispo

Para lembrar, a missão de Peer Review Follow Up da World Association of Nuclear Operators (Wano) foi realizada no início de setembro passado. A equipe de especialistas inspecionou  as instalações da Central Nuclear desde o dia 31 de agosto até o dia 5 de setembro.  O objetivo de missões como estas,  é acompanhar os pontos que foram levantados como dignos de atenção desde a  última missão,  que foi realizada em abril de 2023.   Dentre esses quesitos, destacam-se os fundamentos de liderança, os fundamentos de operação, confiabilidade de equipamentos e segurança industrial. Ao longo da missão, os especialistas da Wano e os profissionais da Eletronuclear, chamados de counterparts, revisaram os avanços realizados em cada plano de ação proposto. Os counterparts são colaboradores da empresa que atuam diretamente ao lado dos especialistas da Wano nos quatro segmentos citados.   O líder da missão, Matthias Horvath, lembrou que  as avaliações seguirão quatro níveis: A, quando satisfatória; B, quando em evolução; C, em risco; e D, insatisfatória. O resultado será consolidado em um relatório que deve ser divulgado nos próximos meses.

Na última sexta-feira(10), uma edição da Globonews trouxe uma reportagem sobre a denúncia de Racismo contra um alto funcionário, como o Petronotícias já tinha antecipado em uma de suas edições. Se você não viu, pode assistir no final desta reportagem. A denúncia sem nenhuma providencia do atual presidente interino da empresa, Sinval Gama,  deveria encaminhar o assunto para o Conselho de Administração da empresa ou ao próprio Alexandre Silveira, para afastá-lo, mesmo o ministro sendo seu padrinho político.   Há um momento em que o certo, o correto, não pode ser jogado para o debaixo do tapete para acobertar atitudes que desclassificam uma autoridade e desumaniza o relacionamento no trabalho.

Por isso, os funcionários, através do sindicato STIEPAR,  divulgaram uma NOTA DE REPÚDIO, que vamos publicar na íntegra:

“A preservação da saúde mental dos colaboradores é um dos pilares fundamentais para o bem-estar dos profissionais e para a segurança operacional das usinas nucleares. Diante das graves acusações de racismo e assédio moral veiculadas pela GloboNews na noite de ontem, 10, o STIEPAR manifesta sua profunda preocupação com a manutenção de Sidnei Bispo na Diretoria da Eletronuclear.

O combate ao racismo é indispensável para a construção de um ambiente corporativo ético, justo e igualitário, onde todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades, independentemente de raça, cor ou origem. O STIEPAR exige o imediato afastamento do diretor até que as investigações sejam concluídas, reafirmando seu compromisso com o respeito, a dignidade e a saúde dos trabalhadores. As denúncias relatadas pela vítima e por testemunhas revelam uma conduta hostil e desrespeitosa do diretor. Condutas estas incompatíveis com os valores que devem nortear uma empresa estratégica como a Eletronuclear. É inadmissível que práticas racistas encontrem espaço em uma instituição que tem papel essencial para o desenvolvimento energético e tecnológico do país.

Racismo é crime. O silêncio nunca será uma opção”

Agora à tarde, a Eletronuclear enviou a seguinte nota:

“ A Eletronuclear esclarece que segue operando normalmente, sem qualquer alteração em seu funcionamento. Todas as rotinas operacionais das usinas de Angra permanecem em curso, dentro dos parâmetros estabelecidos e com acompanhamento contínuo de indicadores de desempenho e segurança.
É importante ressaltar que a gestão de estoques e de materiais sobressalentes se mantém nos padrões regulares de planejamento e controle, com classificação de criticidade, níveis mínimos e de segurança, compras programadas e múltiplos fornecedores qualificados, não havendo qualquer risco identificado de paradas não programadas por indisponibilidade de peças.

A segurança operacional é a prioridade máxima da empresa. As usinas operam sob o princípio de defesa em profundidade, com sistemas redundantes e independentes, procedimentos validados e cultura de segurança reforçada continuamente. A Eletronuclear observa rigorosamente as normas e requisitos das agências reguladoras nacionais e dos organismos internacionais, além de participar de auditorias, avaliações por pares e programas de melhoria contínua do desempenho.

Por fim, a Eletronuclear mantém seu compromisso com a transparência. Quaisquer informações relevantes sobre a operação de suas usinas serão comunicadas pelos canais oficiais, sempre com o objetivo de prestar esclarecimentos à sociedade e aos públicos de interesse.”

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Nina
Nina
23 dias atrás

Finalmente algo de bom vai acontecer, tantos anos essa empresa carrega nos corredores assuntos desse nível, assédio, racismo e preconceito. Eu mesma fui vítima de um assédio quando fazia estágio, e eu fui instruída a denunciar, porém assim como todos os outros, não iria dar em nada! É o que todos dizem, a comissão de ética dessa empresa precisa ser reavaliada. Que a justiça seja feita, só quem passa por esses momentos constrangedores sabe o que é!

Dj Tom
Dj Tom
21 dias atrás
Responder para  Nina

Meus parabéns, conseguiu resumir exatamente o que são os conselhos, os cursos que somos “obrigados” a fazer, agora colocar o que está escrito no código de ética, assédio…..e tudo mais….em prática….nada se faz e se dá em pizza…..logo pra que servem esses códigos….? Porque somos obrigados a ter conhecimento deles, se para todos os lados há algo errado em desacordo ……? Se alguém souber a resposta…..pode se pronunciar a respeito…. Cadê os feedbacks da empresa para quem faz uma reclamação nos canais internos???? O que foi feito, o que foi apurado e quais seriam os próximos passos da apuração de… Leia mais »

Velho
Velho
16 dias atrás

Eu e outro colega fomos vítimas de preconceito etário. Fomos informados de que não iríamos assumir o cargo porque queriam pessoas “novas” na gestão do setor. Na época não tínhamos percebido. Hoje sabemos que foi preconceito. Deveria ser por mérito, por merecimento, por experiência. Mas o critério foi outro. A empresa está doente, e os diretores atuais aplaudem.