ELIIS ABRE ESCRITÓRIO NO RIO DE JANEIRO E APRESENTA NOVO SOFTWARE DE INTERPRETAÇÃO SÍSMICA
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Novidades no setor de geofísica. A empresa francesa Eliis chegou ao Brasil e escolheu o Rio de Janeiro como sede do seu primeiro escritório do País e da América Latina, de olho nas novas oportunidades que surgem na região. A companhia vai trazer ao mercado uma solução de interpretação sísmica que já é utilizada por petroleiras em outros continentes. “Enquanto a maioria dos softwares trabalham com interpretação horizonte por horizonte sísmico, o PaleoScan permite interpretação do cubo 3D sísmico inteiro”, explica o executivo François Lafferriere. De acordo com ele, algumas companhias já estão avaliando o software. “Temos muitos prospectos no Brasil no momento, já que tivemos as últimas rodadas de licitação. As empresas vão ter que tomar decisões muito rápidas sobre a questão de avaliação de bloco”, acrescentou.
Fale um pouco da origem da empresa e de seu novo escritório no Rio de Janeiro.
Este será o primeiro escritório da Eliis para a América Latina. A nossa empresa é de origem francesa, que nasceu de um consórcio, em 2008, com várias companhias internacionais do setor de petróleo. A Eliis se tornou comercial em 2012 e está começando sua expansão internacional e, por conta disso, está abrindo seu primeiro escritório na América Latina, que fica na Glória, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Ele começou a operar no início de janeiro.
Quais são os objetivos da companhia no Brasil e na América Latina?
A ideia é trazer novas tecnologias na área de interpretação sísmica, que podem melhorar o conhecimento dos reservatórios brasileiros.
Que novas tecnologias são essas?
Temos o PaleoScan, que é o primeiro software comercial que utiliza a metodologia global de interpretação. Enquanto a maioria dos softwares de interpretação trabalham com interpretação por horizonte sísmico, o PaleoScan permite interpretação do cubo 3D sísmico inteiro. Ele vai oferecer uma solução semiautomatizada de interpretação, é uma primeira solução no cubo todo, melhorando a interpretação inicial.
O senhor pode detalhar um pouco mais essa metodologia global de interpretação?
Um geofísico intérprete picando os horizontes sísmicos um por um pode criar inconsistência e limita a quantidade de horizontes que podemos interpretar. Então, tipicamente, numa interpretação sísmica acabamos com cinco ou sete horizontes interpretados, focando na área do reservatório. Já o PaleoScan interpreta o cubo inteiro, do fundo do mar até o embasamento. Isso permite entender melhor todas as camadas superficiais, que não são reservatórios, mas tem impacto para a perfuração e para a geomecânica. Isso melhora o desenho dos poços na zona superficial. Para o reservatório, o PaleoScan permite coletar mais informações e fornece uma descrição de maior resolução.
O uso deste tipo de tecnologia vai mudar o nosso fluxo de trabalho. Os geofísicos vão ter que adaptar o trabalho deles à chegada deste novo tipo de tecnologia. Mesmo os geofísicos experts terão que tomar posse dessa inovação para poder coletar o máximo de informações sísmicas.
Quais os principais mercados para este produto?
O PaleoScan se destina a três mercados, principalmente. Primeiro, o de avaliação de blocos. Temos muitos prospectos no Brasil no momento, já que tivemos as últimas rodadas de licitação. As empresas vão ter que tomar decisões muito rápidas sobre a questão de avaliação de bloco. O software permite, em um par de dias, fornecer uma boa ideia sobre os prospectos. O segundo mercado é o de exploração, onde tanto na escala de bacia quanto na escala de reservatório, o PaleoScan poderá ter resultado mais rápido em relação às soluções que temos hoje no mercado.
E o último setor é a área de produção, que é o foco do Brasil atualmente. Tanto na área pré-sal quanto na pós-sal. O PaleoScan vai trazer descrições sísmicas dentro dos reservatórios com mais detalhes.
Como estão as perspectivas com o mercado brasileiro de óleo e gás?
O software está em uso na maioria das empresas internacionais, como Shell, BP, Exxon, Eni, entre outras. Hoje, é um software novo para América Latina. Mas temos boas perspectivas de vendas tanto para as empresas nacionais, como Petrobrás, Pemex e YPF, e também para as empresas de menor porte da região.
Como estão as negociações com os potenciais clientes?
Já entramos em contato com vários clientes, que veem o PaleoScan como uma solução muito promissora e que estão avaliando o software no momento.
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