ELISEU PADILHA É INTERNADO E DECISÃO SOBRE CONTEÚDO LOCAL CORRE O RISCO DE SER ADIADA NOVAMENTE
Primeiro, a pressão fez o governo adiar a decisão da mudança da política de conteúdo local. Mas agora, o acaso faz com que a reunião para tratar do tema seja adiada mais uma vez. O Ministro da Casa Civil Eliseu Padilha (foto) foi internado nesta terça-feira (21) com o quadro de obstrução urinária provocada por uma hiperplasia prostática benigna. Ele continua em observação e seu quadro é estável. A expectativa é de que ele tenha alta na noite desta terça ou amanhã.
A Casa Civil, no entanto, não sabe ainda se o encontro será definitivamente adiado. Tudo dependerá da evolução do estado de saúde de Eliseu Padilha. Hoje, algumas agendas foram canceladas enquanto outras foram realizadas por outros membros da Casa Civil.
A primeira reunião para tratar da revisão da política de conteúdo local aconteceu na semana passada, mas nada foi decidido. O governo recuou diante da pressão feita por representantes da indústria nacional de fornecedores, que alegam que o fim das exigências de conteúdo nacional poderá piorar ainda mais a situação do setor, atualmente bastante prejudicado.
Atualmente, circula nos bastidores uma pré-proposta que consiste em substituir as exigências atuais em itens e subitens para 6 macrossegmentos, diferenciados entre blocos no mar e em terra. No entanto, a ideia não está sendo bem vista pela cadeia nacional de fornecedores. “O principal [problema] deles é que ela não separa bens de serviços. Somente com serviços os índices propostos serão atingidos, excluindo assim toda indústria fornecedora de bens”, declarou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O Petronotícias vem acompanhando e repercutindo o assunto há vários dias, divulgando a opinião de diversos executivos, que foram atraídos pelos percentuais implantados com a política de conteúdo local. Mas agora, todos os investimentos feitos no País podem ir por água abaixo caso não haja mais exigência de contratação de conteúdo nacional nas próximas rodadas de licitações de campos de petróleo e gás. “Várias empresas internacionais que acreditaram nesse movimento de conteúdo local, vieram para o Brasil, abriram filiais, contrataram e geraram empregos. Hoje, todas essas companhias estão muito reduzidas. A repercussão de não respeitarmos o conteúdo local é dar manutenção a esse desmonte”, declarou o CEO da Suretank, Marco Pfeifer, em entrevista ao Petronotícias.
A Fiesp divulgou um estudo em que aponta que se as regras forem descartadas, o impacto será gigantesco no Brasil, podendo representar uma queda de 92,2% na contribuição do setor de exploração e produção para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional e de 90,6% na geração de empregos no País.
Deixe seu comentário