ELYSIAN DÁ OS PRIMEIROS PASSOS PARA CONTRATAR FUNCIONÁRIOS E EXPLORAR OS BLOCOS COMPRADOS NA OFERTA PERMANENTE

Depois de ter sido notícia no ano passado ao arrematar sozinha 122 blocos exploratórios no 4º Ciclo de Oferta Permanente de Concessão, a petroleira novata Elysian começou a preparação para cumprir os compromissos exploratórios assumidos. Para conhecer um pouco mais sobre esses planos, vamos conversar hoje (24) com o fundador da empresa, o empresário mineiro Ernani Machado. Como noticiamos na semana passada, a Elysian foi qualificada como operadora pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na prática, isso significa que a companhia conseguiu comprovar para o órgão regulador a sua regularidade jurídica, fiscal e trabalhista, bem como sua capacidade técnica e econômica. Agora, Machado diz que a empresa já está estudando os blocos adquiridos para determinar por onde começará a perfurar poços. Os blocos arrematados pela companhia estão localizados nas bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo. Criada há poucos meses, a Elysian ainda está montando seu quadro de funcionários, mas o fundador da petroleira diz que já recebeu muitos currículos e que já está selecionando profissionais. Olhando para o futuro, o executivo projeta que a empresa alcance uma produção de 5 mil barris por dia nos próximos anos e fala sobre o desenvolvimento de novas tecnologias que serão usadas para mitigar o impacto ambiental dos projetos.

Como surgiu a ideia de fundar a empresa? Quais foram as oportunidades vislumbradas dentro do setor de óleo e gás?

Eu participei desse leilão da Oferta Permanente porque enxergamos uma oportunidade dentro do setor de óleo e gás. A minha empresa, JMM Tech, estava desenvolvendo tecnologias para petróleo e gás. Quando vi a notícia da possibilidade de fazer uma oferta nos leilões da ANP, senti-me motivado a abrir uma nova empresa com essa finalidade. A Elysian foi lançada sem funcionários e em um espaço de coworking, justamente porque esse movimento representava um risco. Isto é, eu possuía o risco de não arrematar nenhum bloco no leilão. 

E poderia explicar para os nossos leitores a estratégia de adquirir tantos blocos já no primeiro leilão da companhia?

A verdade é que eu queria entrar no setor já “chutando a porta” desde o início, para ser bem sincero. Queremos ter uma grande produção no onshore e percebemos que essa era uma oportunidade única. Se começássemos com apenas dois ou três blocos, por exemplo, quando teríamos a oportunidades de realizar novas aquisições?

Os blocos que adquiri no leilão são maduros, o que significa que é muito alta a probabilidade de todos eles terem petróleo. Portanto, achei que seria um investimento interessante.

É importante lembrar que o total de bônus de assinatura pago pela Elysian no leilão foi baixo, somando R$ 6,2 milhões. Ou seja, tive as condições de adquirir todos esses 122 blocos por um valor considerado baixo dentro do contexto do setor de óleo e gás. 

A empresa já possui uma meta de produção?

Temos a projeção de alcançar o patamar de pelo menos 5 mil barris de petróleo por dia de produção. Isso seria um volume significativo para o onshore, embora modesto em comparação com a quantidade de blocos que possuímos. No entanto, temos 122 blocos e muitas oportunidades de aumentar significativamente esse patamar. 

Ser uma empresa grande no setor de petróleo é um objetivo muito difícil. Mas a Elysian quer alcançar o maior porte possível, levando em conta as possibilidades de extração de petróleo que temos em mãos. 

O que representa a qualificação da ANP obtida pela empresa na semana passada?

Para mim, Ernani, foi extremamente importante, pois logo após o leilão foram levantadas questões que atingiram a minha honra. Essa qualificação veio para dissipar informações mentirosas e especulações que circulavam. Optei por não dar entrevistas enquanto não saísse a qualificação pela ANP. Isso porque eu decidi falar com a imprensa novamente quando ficasse comprovada a minha capacidade e a capacidade da Elysian de honrar os compromissos assumidos no leilão.

Existem planos para listar a Elysian na bolsa de valores?

Minha empresa hoje tem um valor de especulação devido às concessões e à qualificação da ANP. Agora é o momento de solidificar a empresa, contratando funcionários, estabelecendo escritórios e iniciando a extração de petróleo.

Somente quando a empresa estiver sólida, talvez possamos considerar a possibilidade de entrar na bolsa, mas essa não é minha pretensão. Enquanto não puder provar para o mercado que é um bom negócio investir na Elysian, não planejo abrir para a bolsa. Não tenho a pretensão de ser um aventureiro ou especulativo. 

Quais serão os próximos passos da companhia?

Elysian arrematou 122 blocos durante leilão da Oferta Permanente

No momento, já temos uma mão de obra que está atualmente analisando as áreas adquiridas. O objetivo é justamente determinar onde investiremos primeiro. Esse é o primeiro passo que estamos dando. Os contratos de concessão com a ANP deverão ser assinados até o dia 31 de maio. Somente depois da assinatura dos contratos poderemos, de fato, ir a campo para realizar as atividades exploratórias. 

Falando em mão de obra, desde o dia do leilão, já recebemos muitos currículos, o que foi algo maravilhoso. Estamos agora no momento de selecionar os melhores profissionais, aqueles com maior capacitação e equilíbrio emocional.  

O senhor já concedeu entrevistas falando sobre novas tecnologias que a empresa pretende aplicar nos projetos de óleo e gás. Poderia explicar mais sobre como serão essas tecnologias?

Estamos focando em desenvolver tecnologias que reduzam o impacto ambiental da extração de petróleo. Já temos uma linha de pesquisa de softwares, hardwares e sistemas de drones na minha empresa JMM Tech. Queremos criar sistemas de automação e inteligência artificial para produzir petróleo com o menor impacto ambiental possível. Por exemplo, estamos desenvolvendo câmeras espectrais para analisar e medir as emissões de gases do efeito estufa em nossos projetos de óleo e gás, visando neutralizar essas emissões por meio do plantio de árvores.