EM BUSCA DE DELAÇÃO PREMIADA, RENATO DUQUE LIGA METRALHADORA GIRATÓRIA E AGORA ACUSA GRAÇA FOSTER
É delação para todo lado. Num esforço de conseguir o acordo de delação premiada, surpreendentemente, O ex-diretor da Petrobrás Renato Duque afirmou nesta sexta (9), que a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster também sabia do esquema de propinas dentro da Petrobrás e que chegou a consulta-lo para saber como desviaria para ela US$ 1 milhão em vantagens indevidas num contrato da estatal. O ex-diretor da Petrobrás fez esta afirmação em depoimento ao juiz Sergio Moro, mas não apresentou provas.
“Ela me chamou no gabinete e disse o seguinte: eu sei o que foi feito, eu sei que é feito e sei que tem que ser feito. Eu só não sei fazer. Eu preciso da sua ajuda para que isso aconteça”, afirmou Duque.
A conversa teria ocorrido na época em que Graça estava na diretoria de Gás e Energia. Ele não deu detalhes sobre a data. Duque já está preso há mais de anos e já condenado a 40 anos. Está tentando os benefícios da delação premiada, mas não teve esta autorização. Ele vem admitindo espontaneamente ter recebido propina, sem benefícios: “Hoje eu tenho consciência de que cometi esses crimes. Me arrependo”, disse.
Sobre a ex-presidente, Duque ainda afirmou que, por volta de 2012, intermediou um acordo de propina com a multinacional Saipem, que era fornecedora da Petrobrás. Segundo ele, ficou combinado que, em troca de dois contratos, a empresa pagaria US$ 2 milhões em propina. Metade para José Eduardo Dutra, então presidente da Petrobrás, e a outra metade para Foster. O dinheiro, porém, nunca chegou a ser pago pela Saipem, segundo falou. Saipem ficavam “empurrando a dívida com a barriga”, segundo Duque. A notícia caiu como uma bomba, mas pouca gente acreditou que Graça Foster tenha se corrompido.
MORO x MORO:
Se continuar nesse diapasão, onde observamos a todo momento um caráter evolutivo na apuração de corrupção e desvio de conduta atribuídos a personagem do alto escalão da Petrobras, não seria exagerado qualquer conjectura na prática de ilícitos na Estatal, de forma que poder-se-ia observar mais adiante uma situação inusitada: Moro inquirindo o Moro.