EMPRESAS DE ÓLEO E GÁS DOS EUA ANUNCIAM FÉRIAS FORÇADAS E PARALISAÇÃO DE PROJETOS EM MEIO À CRISE

À medida que o preço do petróleo despencou ao longo dos últimos dias, cresceu o medo e a incerteza no mercado de óleo e gás dos Estados Unidos acerca do futuro. Empresas do setor estão tomando medidas drásticas para cortar custos, o que infelizmente poderá resultar em demissões em massa. O coronavírus avança irreprimido pela Europa e América, enquanto árabes e russos não chegam a um consenso sobre frear a produção de petróleo. É o cenário perfeito para desencadear uma nova crise global no mercado de O&G. O Petronotícias apresenta agora uma panorama geral do mercado dos EUA, começando pela Halliburton. A empresa anunciou que vai dar férias forçadas para cerca de 3.500 funcionários de sua sede, localizada em Houston.

Esses colaboradores vão trabalhar no esquema semana sim e semana não, sem remuneração durante, um período de até 60 dias. Benefícios, incluindo o seguro de saúde, não serão interrompidos. As férias forçadas começarão na próxima segunda-feira (23).

Mas as dificuldades do mercado americano não se restringem à Halliburton. Fontes ouvidas pelo Petronotícias afirmaram que campanhas de perfuração nos EUA estão sendo suspensas por  tempo indeterminado em virtude da pandemia do coronavírus. Além disso, muitas empresas estão realizando reuniões sobre corte de custo enquanto clientes estão verificando cancelar contratos, usando a cláusula de força maior.

Na BW Energy, braço de exploração e produção da BW Offshore, a ideia é não mexer no dinheiro arrecadado com a Oferta Pública Inicial (IPO) realizada no último mês. Informações de bastidores apuradas por nossa equipe apontaram que a BW quer manter débito zero e não usar os valores do IPO até o próximo ano.

Enquanto isso, o presidente e diretor-executivo da ConocoPhillips, Ryan Lance, declarou que a “indústria está claramente passando por um evento sem precedentes causado por choques simultâneos de oferta e demanda”. Por isso, a companhia vai reduzir seu plano de investimentos em US$ 700 milhões, um recuo de 10% em relação à previsão inicial. A estimativa é que essa redução impacte nas diretrizes de produção da empresa para o ano de 2020 em aproximadamente 20 mil barris de óleo equivalente por dia.

As empresas estão muito temerosas frente ao cenário de baixo preço do petróleo. Até a última atualização desta reportagem, o barril WTI era cotado a US$ 22,70. Já o barril Brent estava sendo negociado a US$ 25,90.