EM MEIO A CRISE POLÍTICA COM O PARAGUAI, GOVERNO GARANTE FORNECIMENTO DE ITAIPU
Uma das dúvidas que vinham rondando o mercado depois da queda do presidente paraguaio, Fernando Lugo, era se, com a crise política instalada no Mercosul, havia algum risco ao fornecimento de energia garantido pela usina binacional de Itaipu, que é operada pelo Brasil e pelo Paraguai. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afastou esse temor nesta terça, ao afirmar que não vê possibilidade de interrupção no fornecimento.
O governo brasileiro demonstrou sua insatisfação com o impeachment de Lugo, mas as sanções econômicas não devem entrar na pauta. A presidente Dilma pretende isolar o país apenas politicamente. No entanto, as dúvidas acerca de Itaipu se agravaram quando o novo governo, presidido por Federico Franco, trocou o diretor paraguaio da usina.
Em sua posse, o novo diretor, Franklin Boccia, afirmou que deveriam reduzir a quantidade de energia vendida ao Brasil, para que houvesse um uso pleno dela no Paraguai. Lobão não acredita nessa hipótese, já que, segundo ele, não há linhas de transmissão, nem outros comparadores que pudessem aproveitar a energia. Além do que, para esse tipo de mudança seria preciso da aprovação do Congresso brasileiro.
O governo que assumiu o lugar de Lugo está tentando usar a usina como uma forma de aproximar-se do Brasil, e o próprio Boccia já afirmou que está mantendo contatos com a diretoria brasileira da usina com o intuito de abrandar a situação com o Itamaraty.
Em relação à energia produzida na usina, o contrato entre os dois países prevê que 50% da produção seja detida por cada país, sendo que hoje o Paraguai consome apenas 10% dela, vendendo o restante para o Brasil.
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