EM NOVA FASE, ONIP REPOSICIONA MARCA E PLANEJA SER VITRINE PARA OS FORNECEDORES NACIONAIS DE ÓLEO E GÁS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) quer acompanhar as mudanças que estão acontecendo no mercado e está lançando uma série de iniciativas e projetos para se aproximar ainda mais das empresas do setor. Além de uma nova marca, apresentada um pouco antes da OTC Houston, a entidade está com três novas frentes de trabalho, buscando garantir escala para as companhias, acesso ao mercado e desenvolvimento de novos fornecedores. “Na frente de acesso ao mercado, estamos trabalhando nos eventos e em ações dentro do Brasil. Teremos agora a Brasil Offshore, em Macaé, de 25 a 28 de junho. Vamos operar uma rodada de negócio no evento”, explicou a diretora geral da ONIP, Karine Fragoso. A organização também deve lançar atualizações para o seu site, que em breve deve se transformar em um portal para realização de rodadas de negócio. “Não será mais preciso esperar por um evento. A empresa que precisa fazer uma compra ou que precisa identificar ou qualificar fornecedores poderá acessar diretamente o portal e fazer esse levantamento”, afirmou. “A ideia é que a ONIP seja uma grande vitrine para a indústria nacional”, finalizou Karine.
Gostaria que começasse falando sobre esse novo momento da ONIP.
As organizações e empresas do mercado de petróleo e gás – e as economias mundiais – têm passado por processos de renovação e de reestruturação. A ONIP está inserida nisso. Por isso, faz parte se atualizar, em linha com o que o mercado pede hoje. Um dos slogans que usamos hoje é “o mercado mudou e a ONIP também”. A ONIP foi constituída há 20 anos. Isso aconteceu no rastro da Lei do Petróleo de 1997. No ano seguinte, foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Através de recursos da ANP, foram contratados estudos que recomendaram, naquela época, a criação de uma organização semelhante as existentes no Reino Unido, na Noruega e em outros países.
A ONIP vem para ser um fórum de articulação para criação de consensos para a indústria de petróleo e gás no Brasil. Com isso, a ONIP reúne toda o encadeamento produtivo da extensa cadeia de valor de petróleo e gás possui. A função da ONIP é trabalhar os consensos, coordenar as propostas para avançar, principalmente em três frentes.
Que frentes são essas?
A primeira delas é a garantia de mercado e escala, para que se tenha uma indústria sustentável. Isso é feito por meio do trabalho para que tenhamos um calendário consistente de rodadas, que é o marco zero da atividade. E quando falamos de mercado, não estamos falando só de óleo, mas também do gás, do midstream, do refino e demais mercados possíveis. E não estamos apenas falando de pré-sal, mas também de pós-sal, campos maduros e atividades onshore.
O segundo pilar de trabalho da ONIP é o desenvolvimento de fornecedores. Ter uma indústria capaz de atender não só o mercado interno, mas também o externo. Para isso, nós vamos utilizar algumas ferramentas de política industrial e, principalmente, a ferramenta da pesquisa e do desenvolvimento para inovação. Essa é uma ferramenta fundamental para alcançarmos maiores níveis de produtividade, competência e competitividade. Vamos atuar com outras ferramentas, que são os fatores exógenos da indústria, como a simplificação tributária. Isto é, tudo o que a gente precisa fazer de reforma tributária para termos um ambiente salutar para a indústria nacional. Temos que avançar ainda em questões relacionadas a acesso a crédito e financiamento.
A terceira frente é a de acesso ao mercado. Ou seja, fazer o encontro entre os grandes compradores e os potenciais fornecedores, estabelecendo mercado de pequeno, médio e grande portes. Quando falamos de pré-sal, estamos falando de um mercado de grande porte. Já nos campos maduros, vemos empresas de médio porte, com potencial encadeamento de fornecedoras médias atendendo a estas demandas. Por fim, no onshore brasileiro, vemos empresas de menor porte, que potencialmente estarão falando com companhias de menor porte. Assim, construímos uma indústria mais saudável e sustentável.
Poderia detalhar como está sendo o trabalho em algumas dessas frentes?
Na frente de acesso ao mercado, estamos trabalhando nos eventos e em ações dentro do Brasil. Teremos agora a Brasil Offshore, em Macaé, de 25 a 28 de junho. Vamos operar uma rodada de negócio no evento. Estamos recebendo as demandas dos compradores para cruzar com informações de potenciais fornecedores da base que temos na ONIP. Também estaremos na OTC Brasil e devemos estar também na feira Espírito Santo Oil & Gas, em agosto. É um calendário de atividades para fazer essa frente de acesso ao mercado.
Além disso, temos as feiras internacionais. Acabamos de participar da OTC. Fizemos a curadoria de palestras no evento, levando conteúdo para empresas. Também estávamos apoiando e fazendo match com as 50 empresas que estavam expondo. Além desse grupo de empresas, participamos de um programa de internacionalização da Apex-Brasil, que aconteceu na semana anterior à feira. Foi uma ação bastante interessante, apresentando como as empresas brasileiras podem acessar outros mercados. Estamos monitorando não só Houston, mas também as Américas, a África e a Europa.
Outra novidade da ONIP são os comitês integradores. Poderia explicar como eles funcionam?
Cada uma das frentes de trabalho está associada a um comitê integrador. A frente de mercado e escala está associada ao Comitê de Mercado e Regulação. A frente de desenvolvimento de fornecedores está atrelada ao Comitê de Competitividade e Produtividade. E a frente de acesso ao mercado está associada ao Comitê de Acesso ao Mercado.
Cada um dos comitês tem uma coordenação. O Comitê de Mercado e Regulação está com o IBP, que é um dos associados da ONIP. A coordenação do Comitê de Competitividade e Produtividade está com a FIESP, outra associada. E a coordenação do Comitê de Acesso ao Mercado ainda está para ser definida.
A organização também reformulou a sua marca. Ao que se deve isso?
Na semana anterior à OTC, lançamos o novo logo. É uma marca bastante distinta da anterior para apresentar esta nova ONIP mais moderna, ágil e conectada. Anteriormente, a ONIP era mais fechada. Queremos uma ONIP mais aberta, com mais participação das empresas. Esta é uma ONIP mais leve, que quer agregar mais a participação das empresas. É importante que as empresas estejam no dia a dia da ONIP. Porque é a partir das empresas que temos a boa escuta do que a ONIP precisa fazer.
E quais os próximos passos e projetos da ONIP?
Nós lançamos o novo site da ONIP. Esta, na verdade, é a primeira fase deste site, que será um portal no futuro. Fizemos esta primeira entrega, fazendo da página um canal de comunicação, que dará acesso a informações, números, agenda de audiências e consultas públicas, calendário da indústria, fora outras informações. Para a Brasil Offshore, vamos entregar o site com o sistema de rodada internalizado. E na terceira etapa do site, cuja entrega deve ocorrer na OTC Brasil, teremos a possibilidade de fazer a rodada de negócios diretamente do portal.
Não será mais preciso esperar por um evento. A empresa que precisa fazer uma compra ou que precisa identificar ou qualificar fornecedores poderá acessar diretamente o portal e fazer esse levantamento.
As empresas [fornecedoras] serão pré-qualificadas por nós. A nossa ideia não é super qualificar as empresas. Elas terão uma pré-certificação, porque cada empresa demandadora tem o seu processo de qualificação próprio. A ideia é que a ONIP seja uma grande vitrine para a indústria nacional.
E a partir disso, poderemos ter outros tipos de informação. Um dos projetos é criar um grande mapa da capacidade industrial brasileira para o mercado de óleo e gás. Isso tudo faz parte dessa estruturação dessa nova ONIP. Nosso desejo é entregar ao longo desse ano ainda e a partir de 2020.
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