EMPRESA BRASILEIRA É A ÚNICA A PRODUZIR TINTAS À PROVA DE FOGO NO PAÍS
Por Daniel Fraiha / Petronotícias
O calor sobe e as chamas tentam abraçar as paredes, mas não conseguem. A tinta que cobre o local começa a inchar e continua por 20, 30, 40 minutos, até que vira cinza. Esse é o resultado das tintas intumescentes, que ganharam destaque em 2001 com os ataques às torres gêmeas e hoje são muito utilizadas pela indústria naval e de óleo e gás. A diretora comercial da empresa Tintas Corcovado, Ivanira de Araujo, conta que desenvolveram o produto entre 2009 e 2010, após conhecer a novidade em visita à Europa, e hoje são os únicos a fabricá-la no Brasil, mas a companhia ainda está acertando os últimos detalhes para se tornar uma fornecedora da Petrobrás.
Há dois anos a empresária foi a uma feira de óleo e gás em Rotterdã, na Holanda, à convite da Firjan e do Sebrae, e conheceu a tecnologia que permitia evitar o alastramento de incêndios a partir das tintas intumescentes, que incham durante um período determinado, retardando o efeito do fogo e dando mais tempo aos bombeiros para que atuem nos locais atingidos. “Trouxemos muita literatura sobre o assunto e começamos a pesquisar e a desenvolver junto aos nossos técnicos”, conta Ivanira, que levou entre sete e oito meses para chegar ao produto final em sua fábrica.
Depois de atingido o objetivo do desenvolvimento, o novo passo foi ir ao mercado para vender o produto. Era a única empresa brasileira a produzir a tinta no Brasil, enquanto as concorrentes importavam e vendiam mais caro – o galão da Tintas Corcovado saía a R$ 700, contra cerca de R$ 1.100 o importado. Ivanira acreditava que seria um sucesso, com muitas solicitações, principalmente da Petrobrás, que “consome muito para tubulações, refinarias e plataformas”, afirma, porém a busca para cadastrar o produto junto à estatal ainda está em andamento.
A tecnologia desenvolvida pela companhia ainda não chega a todo o potencial das importadas, mas poderia competir em muitos casos de utilização pela indústria naval e energética. “Nós temos tintas intumescentes que agüentam 20, 30, até 40 minutos, dependendo da especificação. As importadas tem desde as de 20 minutos até de duas horas. Não podemos competir com todas, mas a Petrobrás utiliza produtos para até 40 minutos em muitas situações”, afirma.
Uma das dificuldades encontradas pela empresa foi a qualificação e a testagem da nova tinta, que ainda não possui uma linha formal de direcionamento no país. “Não existem os testes específicos no Brasil. Fizemos primeiro nos nossos laboratórios, depois in loco na fábrica e depois no corpo de bombeiros. As pessoas não sabem muito bem do que se trata”, ressalta.
Tinta a base de algas marinhas
O pré-sal foi o fator motivador da busca pelas tintas intumescentes, mas a tinta especial não é o único desenvolvimento da companhia para o setor naval e de óleo e gás. Além da substância à prova de fogo, o catálogo da fábrica de 7 mil metros quadrados em Duque de Caxias deverá contar com uma novidade para o meio ambiente no futuro. “Estamos com o projeto de desenvolver uma tinta nova para cascos de navio, que será à base de algas marinhas para a repelência de cracas”, conta Ivanira.
A maioria das tintas que apresentavam características anti-incrustantes eram compostas, dentre outros elementos, pelo óxido de tributilestanho (TBTO), o que se provou há alguns anos ser altamente cancerígeno e prejudicial, tanto para os funcionários das fábricas de tintas, quanto para os ecossistemas marinhos por onde os navios pintados passavam. Em 2008, a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) decidiu proibir a utilização do elemento como produto anti-incrustante e a indústria internacional já possuía a alternativa à base de algas marinhas.
A empresária conta que desde outubro do ano passado estão empenhados nesse novo desenvolvimento, mas dependem de pesquisadores de fora do corpo de técnicos da companhia para conseguirem atingir o produto desejado. “Nesse caso precisamos de pesquisas das universidades, então estamos em contato com pessoas da área, mantendo diálogos e buscas, mas com a atuação de pesquisadores de forma independente das instituições”, afirma.
A intenção da Tintas Corcovado é conseguir entrar no mercado naval e de óleo e gás nos próximos anos, projeto que foi crescendo com o surgimento do pré-sal. “Queremos fazer um bom trabalho e, se chegarmos até as pessoas certas, acho que teremos um grande sucesso”, afirma a diretora comercial da companhia.
Magnífica iniciativa da Indústria tupiniquim, meus parabéns a estes empreendedores!!
Prezados Senhores,
Achei excelente a entrevista, pois a TINTAS CORCOVADO é uma empresa que está no mercado a mais de 50 anos com uma linha de produtos de altíssima qualidade. Com os avanços tecnológicos visando os riscos de incêndios que corremos em todos os setores, surgem as necessidades de se criar produtos mais sofisticados como as TINAS que resistem a altas temperaturas. A Tintas Corcovado é uma Empresa que está sempre voltada para estes avanços, com isso está investindo pesado para criar produtos Nacionais competitivos e com a mesma qualidade do mercado externo.
Gostaria de saber se existe tintas incolor que retardam a propagação deo fogo em madeira
Caro,
Vamos encaminhar sua questão para a Tintas Corcovado.
Att,
Redação Petronotícias
ola bom dia como eu posso comprar estas tinta que não propaga chamas p/ forros e paredes de alvenarias se possível tintas incolor. obrigado se puder me responder eu agradeço.
Gostaria de saber sobre a textura e se a mesma possui algum tipo de odor?
O senhor deve procurar essas informações mais técnicas com a presidente da empresa:
ivanira.araujo@tintascorcovado.com.br