EMPRESA BRASILEIRA FAZ SIMULADORES PARA ÓLEO E GÁS A UM TERÇO DO PREÇO DE IMPORTADOS | Petronotícias




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EMPRESA BRASILEIRA FAZ SIMULADORES PARA ÓLEO E GÁS A UM TERÇO DO PREÇO DE IMPORTADOS

A Virtualy é uma empresa que produz diversos tipos de simuladores para a área naval e offshore, com modelos para treinamento e com custo muito abaixo dos feitos fora do país. Atualmente é a única a produzir este tipo de equipamento no Brasil, e faz parte da incubadora de empresas da Coppe/UFRJ. O diretor de desenvolvimento da Virtualy, Gerson Cunha, conversou com o repórter Daniel Fraiha e falou sobre o pioneirismo da empresa.

Que tipo de simuladores a Virtualy fabrica?

Diversos. Tanto para offshore quanto para a área portuária. E há vários tipos para serem utilizados, pois varia o simulador conforme a finalidade. Se é um simulador de guindaste para plataformas é uma coisa, se é para um navio ou para um rebocador, já é diferente. Mas é uma mudança que leva em conta apenas a adaptação do software, por que os painéis de controle podem ser substituídos. Podemos então adaptar o software específico para um guindaste de médio ou para um de grande porte, por exemplo.

Quais são as diferenças entre os simuladores de porto e os de offshore?

Em offshore se procura precisão e no porto se procura velocidade. Porque as condições que você encontra em um porto são muito estáveis, as cargas precisam ser transportadas com agilidade e o risco é menor, enquanto em offshore as condições podem ser muito críticas. Há ondulações, vento, chuvas, situações de pane… e isso tudo o simulador pode prever e recriar, de forma que além de treinar a perícia, ele possibilita situações que um treino real não pode promover.

A Virtualy pretende se tornar uma escola também?

Não. Nós só pretendemos fornecer os simuladores para as escolas. Porque se nos tornarmos uma escola, transformaremos todas as outras em concorrentes, enquanto se só fabricarmos o simulador, passamos a ser fornecedores para todas. Nós começamos a fabricar em série, tanto para vender, quanto para arrendar. Apesar de termos começado a empresa em 2008, só em dezembro do ano passado começamos efetivamente a operar, porque estávamos fazendo os protótipos de produtos e montando o nosso centro de simulações, que já conta com dois simuladores de grande porte – com três telas de três metros e projeção no chão, a chamada cave –, dois de médio porte, para alunos principiantes, e um simulador móvel, que levamos para feiras e para instalar nas empresas.

Qual a diferença em relação aos importados?

Primeiro que é tudo fabricado por nós mesmos, desde a eletrônica até a mecânica e a elétrica, então o custo cai muito. Enquanto um simulador importado custa um valor, um nosso com as mesmas especificações fica em torno de um quarto ou um terço do preço. Isso porque nós fazemos todas as etapas, os outros costumam terceirizar as peças e fazer a montagem, o que aumenta muito os custos. Uma base móvel, por exemplo, lá fora custa entre 120 mil e 200 mil, enquanto a gente faz a nossa própria e gasta entre 10 e 20 mil. As empresas que montam, compram todos os equipamentos iguais aos do interior de um guindaste, mas não é necessário, porque em situação real eles estão expostos à maresia, à chuva, alta voltagem… e num simulador isso não ocorre, nós operamos com cinco volts. Então fazemos as nossas próprias peças e deixamos o preço muito abaixo. Além disso temos cenários de portos brasileiros, como o do Rio, o de Itajaí etc. E simulamos as condições que serão encontradas em cada um, como a incidência do sol, se ele fica contra o olho durante a operação, por exemplo.

Como está a procura pelos simuladores?

Muito boa. Tem várias empresas grandes com quem a gente já tem contratos firmados, contratos bem grandes, que vão atuar em várias partes do país, mas por enquanto prefiro não divulgar os nomes. E continuamos a desenvolver novos simuladores. A partir de agora teremos um a mais por mês no centro simulações. O terceiro de grande porte já estará operando em agosto, inclusive. E estamos desenvolvendo simuladores de ROV e de sondas submarinas também, que devem estar operando até o final do ano.

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