EMPRESA BRASILEIRA PODE PARTICIPAR DA CONSTRUÇÃO DO GASODUTO QUE VAI MUDAR O MAPA ENERGÉTICO DA ÁSIA CENTRAL
Uma empresa brasileira, a Liderroll, poderá participar do maior projeto de construção de um gasoduto que está ocorrendo no mundo. O Gasoduto TAPI, que vai transportar o gás do Turcomenistão até a Índia, cortando o Afeganistão e o Paquistão, começou a colocar os primeiros tubos no início deste mês em uma cerimônia oficial que reuniu autoridades dos quatro países. O Gasoduto terá 1.814 quilômetros e cortará algumas cadeias de montanhas utilizando faixas de domínio com quase 76 túneis de vários comprimentos. Exatamente nas etapas dos túneis é que o consórcio construtor deverá usar a mesma tecnologia, única no mundo, usada pela Petrobrás nos túneis do GASDUC III, no Rio de Janeiro, e no GASTAU, em São Paulo: os roletes motrizes. A Liderroll é detentora de patentes de suportes especiais de dutos de pequenos e grandes diâmetros e do sistema de lançamento de dutos em túneis com ambientes confinados. Por causa das dificuldades do mercado brasileiro, com a parada total dos investimentos da Petrobrás, a Liderrol passou esses últimos anos investindo no mercado exterior, onde a tecnologia que criou é respeitada e bastante reconhecida. Há investimentos e conversações para mais dez países, a partir do escritório da empresa em Houston, Nos Estados Unidos. O gasoduto que está sendo construído, vai transportar 33 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Sua construção cortará dois países devastados pela guerra, Afeganistão e Paquistão, mas será protegida por pesadas medidas de segurança e criará milhares de empregos, apoiada até pelos Talibãs. É um novo mapa energético da Ásia Central.
Os primeiros contatos com a empresa brasileira foram feitos há pelo menos quatro anos durante a feira internacional especializada em pipelines, em Calgary, no Canadá. Em Dezembro de 2016, o Staff da Liderroll, liderado pelo presidente da companhia, Paulo Fernandes(foto prinicipal), atendeu a um convite do Turcomenistão, país origem do Gasoduto, para participar como congressista de um importante encontro internacional. Lá, eles tiveram três importantes reuniões.. A primeira com Myratgeldy Meredov, Chairman da TurkmenNeftgasStroy, a empresa encarregada da construção do gasoduto. A segunda com o Presidente da TAPI Pipeline Company Limited, Muhammetmyrat Amanov, e o seu secretário. A terceira reunião foi com Ashirguly Begliyev, Chairman da TurkmenGaz, a companhia estatal do Turcomenistão, e de algumas empresas que participarão desse empreendimento. Por regras de confidencialidade o presidente da Liderroll não pode dar mais detalhes desse empreendimento e da evolução das negociações: “ Desta vez, não vou poder falar sobre a nossa participação. O que posso dizer é que são projetos extremamente desafiadores, jamais vistos pela engenharia de dutos do Brasil. Mas será uma rede que vai promover o progresso e trazer riqueza para muitas pessoas das regiões que serão beneficiadas nos países que participarão deste projeto gigantesco. Estou realmente impressionado. Internamente nossa engenharia está trabalhando muito para apresentar a melhor alternativa de forma a responder com sucesso a receptividade dos nosso produtos e nossas soluções técnicas do projeto. Estou bem surpreendido com o país. Ter uma empresa brasileira convidada e também envolvida e é uma honra e um orgulho para nós e para o nosso país. O que depender de nós daremos um show como foi aqui no Brasil para a Petrobrás. Obras entregues antes do prazo e sem nenhum tipo de pleito ou reclamação”
O Turcomenistão, um país pequeno, riquíssimo e detém a quarta maior reserva provada de gás natural do planeta, com 17,5 trilhões de m3. Em 2014, a produção foi de 76,3 bilhões de m3, com exportação de 46,8 bilhões de m3 (cerca de 60% da produção). Os clientes foram China (26 bilhões), Rússia (11 bilhões) e Irã (9 bilhões). Hidrocarbonetos representam 90% das vendas externas turcomenas (gás natural 80% e petróleo 10%). O Governo turcomeno estima que, em 2030, o país estará produzindo 230 bilhões de m3 e exportando para um leque diversificado de países. A produção atual de gás do Turcomenistão concentra-se na região sul da Bacia do Cáspio e no oeste do país, mas as maiores reservas estão na província de Mary, no leste. O maior campo por volume de produção é o de Dauletabad, com aproximadamente 34 bilhões de m3 ao ano. O campo de Bagtyiarlyk, operado pela CNPC, já tem produção anual de cerca de 13 bilhões de m3, a qual é exportada para a China.
Para lembrar, O projeto inicial deste gasoduto começou em março de 1995, quando um memorando de entendimento entre os governos do Turcomenistão e do Paquistão foi assinado. Em 2005, foi feito um novo acordo entre o Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão e Índia. Em abril de 2008, Índia e Paquistão decidiram comprar o do gás Turcomano, mas o negócio não foi para frente pelo custo da taxa de passagem cobrada pelo Afeganistão. Em 2012, o parlamento afegão aprovou o acordo sobre um gasoduto e no dia seguinte, o Conselho de Ministros da Índia permitiu que a empresa estatal de gás, GAIL assinasse o Contrato de Compra e Venda de Gás (GSPA) com a Turkmengaz. Em 2016, o acordo final foi fechado. São projetos tão fantásticos quanto milionários que vão envolver milhares de trabalhadores e algumas centenas de fornecedores. A gigantesca malha de dutos vai cruzar os quatro países cortando e contornando cadeias de montanhas gigantescas.
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