EMPRESA BRASILEIRA VAI DETECTAR VAZAMENTOS EM DUTOS AMERICANOS
A Asel-Tech, que produz sistemas de detecção de vazamentos em dutos, está expandindo seus negócios para os Estados Unidos. A empresa criou seu braço no país norte-americano em janeiro, e a partir da semana passada estabeleceu sua sede em Houston, com funcionários trabalhando e uma estrutura pronta para desenvolver os sistemas. Além da expansão internacional, a empresa também está desenvolvendo sistemas que possam ser usados no Pré-sal. O presidente da companhia, Julio Alonso, conversou com o repórter do Petronotícias Daniel Fraiha sobre essas novidades.
Quando surgiu a ideia de expandir para os EUA?
Há quatro anos atrás começamos a pensar no assunto. Tínhamos três motivos. O primeiro era a limitação do mercado brasileiro para absorver a nossa tecnologia, o segundo era a necessidade de expansão da empresa, e o terceiro, e talvez o mais importante, foi a percepção de que não havia outra tecnologia no mundo comparável à nossa.
Como foi o processo de expansão?
Principalmente por contatos pessoais. Nós temos um banco de dados muito bom e sabemos usar muito bem a internet. Aliás, é uma coisa que aqui na empresa nós temos orgulho. Isso, junto à nossa participação em congressos, feiras e a algumas indicações, gerou muitos contatos e visitas. Já fornecemos sistemas para o Equador, Chile, Peru, Arábia Saudita. No ano passado nomeamos um representante comercial nos EUA, que também trouxe novos contatos. Em janeiro criamos a empresa lá e na semana passada estabelecemos a sede, já com funcionários trabalhando e com a estrutura pronta para desenvolver os sistemas de detecção.
A Asel-Tech está com novas pesquisas em andamento?
Claro, somos uma empresa que tem 70% de sua linha voltada para pesquisa e desenvolvimento. É a nossa vocação e o nosso talento. Nosso perfil é bastante técnico, com um quadro enxuto e quase só de engenheiros. O único problema é que não temos recursos para tocar tudo que precisamos. Atualmente temos três projetos pré-aprovados pela Finep que só estão à espera dos recursos. Um deles é a nacionalização de sistemas de detecção de vazamentos e monitoramento de equipamentos submarinos para o Pré-sal, da empresa norueguesa Naxys. Os outros dois também são de desenvolvimentos de sistemas de detecção voltados para águas profundas.
Quais são as expectativas da empresa para o futuro?
A nossa ida para os Estados Unidos é um passo que promete muitas novidades. Para ter uma idéia, enquanto o Brasil tem ao total 15 mil km de dutos espalhados por todo seu território, os EUA têm mais de 1 milhão de milhas de dutos. Enquanto o Brasil faz quase todo transporte por rodovias usando caminhões, ou por mar, usando navios, os americanos fazem tudo por dutos. O país é todo ligado. E como têm havido muitos vazamentos por lá – quase toda semana tem um – a pressão da sociedade em cima das empresas de petróleo está muito grande. Já estamos com várias propostas e com desenvolvimentos de projetos. Semana passada estive lá, fiz uma apresentação para engenheiros da Exxon, da Kinder Morgan (só ela tem quase 40 mil milhas de dutos nos EUA, enquanto o Brasil inteiro tem 15 mil km) e da Chevron. Eles adoraram, agora estão levantando dados para que a gente comece a fazer projetos para eles.
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