EMPRESA COREANA INNOSPACE VAI USAR O CENTRO ESPACIAL DE ALCÂNTARA PARA LANÇAR SATÉLITES NO ESPAÇO
O Brasil está preparando-se para lançar mais um foguete a partir do Centro Espacial de Alcântara, localizado no estado do Maranhão, conhecido como a janela para o espaço. A base acaba de receber as primeiras peças de uma plataforma que será usada no lançamento de um foguete da Coreia do Sul. A previsão é que a decolagem ocorra ainda neste ano. Esse lançamento faz parte de um acordo tecnológico entre a FAB (Força Aérea Brasileira) e a empresa sul-coreana Innospace, assinado em setembro passado. O documento prevê disponibilizar bens e serviços para que a empresa lance foguetes a partir da cidade maranhense de Alcântara. Segundo a empresa logística Asia Shipping, a carga foi recebida em um terminal marítimo privado da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, antes de seguir viagem para o Maranhão. A carga inclui um conjunto de ferramentas, estruturas de elevação e veículos – pesando ao todo mais de 100 toneladas. A expectativa é que uma próxima carga envolverá o transporte dos foguetes, que virão desmontados diretamente da península coreana para o Brasil. Outras peças do foguete chegaram em um Boeing de caga 747, que pousou no sábado (3).
Atualmente, a Innospace está desenvolvendo a família de foguetes HANBIT, um pequeno lançador de satélites movido por motores híbridos. O modelo que será lançado no Brasil será o HANBIT-TLV, que tem 16,3 metros de altura e pesa 9,2 toneladas. O foguete fará um voo suborbital – viajando até o espaço e caindo logo em seguida, sem entrar em órbita – e terá a função de validar o motor do primeiro estágio do HANBIT-Nano – um lançador de satélite de dois estágios capaz de carregar uma carga útil de até 50 quilos. Os motores do foguete foram desenvolvidos para serem fabricados mais rapidamente e a um baixo custo. Eles têm um design não tóxico e também não explosivo, que usa propulsores à base de oxigênio líquido e parafina. Além disso, ele usa um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica. Durante a decolagem, o foguete sul-coreano levará o SISNAV, um sistema de navegação desenvolvido pela FAB e outras instituições brasileiras. O objetivo é verificar como ele suporta a vibração, choque e temperatura durante a decolagem e o voo pela atmosfera.
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