EMPRESA DE INSPEÇÃO INDUSTRIAL AÉREA DO NORDESTE QUER ATUAR NA BACIA DE CAMPOS

Tiago Faierstein, diretor comercial, e Ricardo Alves, diretor administrativo

A Falco Monitoramento Robótico nasceu no meio do ano de 2012, em Salvador, a partir do encontro de um hobby de seus criadores com a percepção de carências da indústria de óleo e gás. O diretor comercial da Falco, Tiago Faierstein, que praticava aeromodelismo e helimodelismo, decidiu, junto com alguns parceiros, aplicar os conhecimentos de engenharia aos sistemas de voo para utilizar na área de inspeção industrial, especialmente no setor de óleo e gás, onde já trabalhava anteriormente. De lá para cá, já prestaram serviços para Petrobrás, Braskem e Oxiteno, entre outras. A área offshore também está no escopo dos veículos aéreos não tripulados (VANTs) desenvolvidos pela empresa. Apesar de já terem realizado inspeções em plataformas na bacia de Sergipe-Alagoas, os diretores da Falco querem levar seus serviços para além da região Nordeste e miram agora na bacia de Campos.

Como foi a criação da empresa?

Nós somos engenheiros e aeromodelistas. Então foi a mistura do hobby com a necessidade da indústria. Como eu já trabalhava na área de óleo e gás, tivemos a ideia de trazer isso.

Qual o foco de atuação da Falco?

Trabalhamos com o monitoramento robótico, que se divide em três pernas. Uma delas, que é nosso principal foco, é a inspeção industrial. As outras duas são: fotografia e filmagem aérea e aplicações militares. Nós trabalhamos com os multi rotores, que têm algumas diferenças em relação ao helimodelo comum.

Onde fica a sede?

Fica em Salvador (BA), mas também temos escritório em Aracaju (SE). A empresa foi criada no meio ano passado. Somos uma equipe formada por engenheiros e desenvolvedores. Nós montamos os equipamentos e desenvolvemos sistemas para que possam voar dentro de área industrial. Eles têm sistema de segurança para poder sobrevoar áreas operacionais e áreas de risco.

Já foram utilizados no setor de óleo e gás?

Temos experiências práticas, por exemplo, em refinarias da Petrobrás. Na RLAM [Refinaria Landulpho Alves], voamos em cima de um tanque de nafta vazando, exposto a gases e etc, onde um operador não poderia chegar. Como era necessária uma imagem deste tanque, nós levamos o equipamento até lá e fizemos as imagens.

Quais são as diferenças de especificação de um VANT comum para um utilizado em inspeção industrial?

As diferenças são os sistemas de segurança. Todos os VANTs partem do modelismo, ou do aeromodelismo ou do helimodelismo, então a diferença dos equipamentos utilizados para esporte são os sistemas de segurança e os programas embarcados, de operação, que estão neles.

Pode dar um exemplo em relação ao sistema de vocês?

O nosso principal sistema de segurança funciona da seguinte forma: se o operador-piloto desmaiar, se acabar a bateria do radiotransmissor ou algo do tipo, o equipamento sobe até uma altura determinada, sai da área operacional e pousa num ponto seguro.

Qual a autonomia dele?

De 20 minutos, que é muito tempo de vídeo, para a nossa aplicação. Até hoje nunca utilizamos 20 minutos de filmagem em inspeções. Além disso, podemos utilizar câmera infravermelha, câmera termográfica, ou até utilizar sensores ao invés de uma câmera. A carga que o equipamento pode suportar é de até quatro quilos.

Quais tipos de inspeção vocês já fizeram?

Já prestamos serviços para Petrobrás, Braskem, Oxiteno, entre outras. Dentro da Petrobrás tem várias aplicações. Já fizemos inspeção de tanque, de torre de refrigeração de água, de trilho de ponte rolante, de pipe rack, etc.

Já teve algum acidente?

Em área industrial não. A gente submete nossos equipamentos a testes de estresse em ambientes controlados para ver até onde eles podem ir e evitar acidentes. 

Vocês têm atuação na área offshore?

Temos também, mas fizemos somente nas plataformas de Sergipe-Alagoas. Na Bacia de Campos ainda não fizemos nada.

E têm esse objetivo?

Estamos querendo levar para lá, para expandir a atuação.