EMPRESÁRIOS DO SETOR DE ÓLEO E GÁS ESTÃO MAIS OTIMISTAS PARA REALIZAR FUSÕES
Empresários do setor de Óleo e Gás vivem momento de otimismo. Segundo estudo da EY realizado em 54 países com 1600 executivos de diversos setores, sendo 145 da área de Óleo e Gás, 30% dos executivos do setor em todo o mundo esperam realizar uma operação nos próximos 12 meses. O Oil & Gas Capital Confidence Barometer, que avalia a confiança e perspectivas das empresas, revelou que 72% dos empresários acreditam grande parte do capital para aquisições será investido nos mercados emergentes, sendo 41% nos BRICS. O estudo mostra ainda que mais de 76% das companhias do setor pretendem fechar negócios abaixo de US$ 500 milhões, redução de três pontos percentuais em relação a outubro de 2013.
Os principais motivos para o otimismo dentre os empresários de todo o mundo são indicadores econômicos, como a disponibilidade de crédito, que deve seguir estável ou aumentar para 87% dos empresários de diversos setores. Além disso, 37% dos executivos da área esperam refinanciar empréstimos ou outras obrigações de dívida nos próximos 12 meses. O cenário macroeconômico também desempenha importante papel no fôlego novo para a realização de negócios. Mais de 54% das empresas acreditam que a situação econômica global está melhorando. Com isso, 86% dos entrevistados do setor esperam aumentar ou manter os postos de trabalho durante o próximo ano.
Para 36% das companhias de óleo e gás, no entanto, a crescente instabilidade política global é o principal risco econômico para os negócios, seguido pelo crescimento mais lento nos mercados emergentes (26%). Na última pesquisa, de outubro de 2013, 66% dos executivos de óleo e gás tinha o crescimento como foco primário e principal estratégia. No novo levantamento, no entanto, essa porcentagem caiu para 39% e a principal preocupação de 40% dos entrevistados passou a ser redução de custos e eficiência operacional.
As expectativas no Brasil estão menores. Segundo Carlos Assis (foto), sócio líder do Centro de Energia e Recursos Naturais, as políticas sociais e econômicas adotadas no País, somadas à grande intervenção do governo, minaram as expectativas dos players para o futuro do setor de óleo e gás brasileiro. Assis destacou que o Brasil sofre um déficit de mão de obra qualificada e que o principal desafio para o país é aumentar a produtividade do trabalho e do capital social, bem como a competitividade da indústria local e ajustes no modelo regulatório, tornando-o mais atrativo ao capital internacional.
No entanto, há no país a perspectiva de manutenção na estabilidade do crédito, com projeção de aumento para os próximos anos. Carlos Assis explicou que a redução de custos operacionais segue no topo das prioridades, mas o aumento da produção tem um peso maior nas agendas da maioria das empresas, especialmente da Petrobrás. Segundo levantamento da EY, o Brasil realizou 20 operações de fusão e aquisição no setor em 2013. Do total, dez tiveram seu valor divulgado, o que somou US$ 244 milhões. No mundo, as fusões e aquisições no setor totalizaram US$ 337 bilhões no ano passado.
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