MIGRAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR DE PETRÓLEO PARA O EXTERIOR AUMENTA EM BUSCA DE NOVOS NEGÓCIOS
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –
O desenvolvimento da indústria brasileira de petróleo impulsionou, ao longo dos últimos anos, a chegada de empresas internacionais em busca de grandes investimentos. Em meio à aplicação de projetos tecnológicos, o país recebe a cada ano grandes grupos de técnicos estrangeiros especializados em operações de óleo e gás, que atuam em diversas áreas e garantem o intercâmbio tecnológico com a cadeia produtiva nacional. Responsável por auxiliar na transferência de mão de obra e prestar serviços de apoio, a CAS Óleo Visas vem ampliando suas atividades nessa área e registra hoje uma média de auxílio a 1.500 estrangeiros que chegam ao Brasil por ano. No total, já soma mais de 100 mil legalizados no país. De acordo com o presidente da empresa, Carlos Aud Sobrinho, o mercado brasileiro continua atraente ao investidor de fora, apesar dos atuais desafios enfrentados pelo setor de petróleo. Os reflexos da crise, no entanto, recaem sobre uma nova tendência: cada vez mais empresários brasileiros migram para o exterior em busca de negócios. Atenta às mudanças do segmento, a CAS Óleo Visas deu início, recentemente, ao serviço de emigração e já levou cerca de 100 pessoas para atuar em outros países. Segundo Sobrinho, o mercado dos Estados Unidos é hoje o que mais atrai a atenção de companhias nacionais e a expectativa é que esse fluxo aumente ainda mais nos próximos anos. “Muitas pessoas querem morar fora em busca de novos horizontes profissionais, e o mercado norte-americano está em franco desenvolvimento”.
Quais os serviços desenvolvidos pela CAS Óleo Visas?
Nós auxiliamos a entrada de estrangeiros para trabalhar em plataformas de petróleo e gás, e nosso foco sempre foi esse mercado. Fazemos a legalização dos trabalhadores, arranjamos imóveis e ajudamos na ambientação com o Brasil. Nós começamos há mais de 45 anos, na época dos contratos de risco, com a chegada de empresas que vinham explorar ou reparar navios. Hoje, somamos mais de 100 mil pessoas já legalizadas no país, principalmente técnicos do setor.
A maior parte desses técnicos vem de quais empresas?
São várias empresas que prestam serviços à Petrobrás, à ANP, e elas trazem tecnologia ao país. Essas companhias vêm para cá com navios e equipamentos, então precisam de um pessoal acostumado a manusear esse tipo de instrumento sofisticado. Para elas, não vale a pena comprar equipamento no Brasil. Elas preferem fazer sistema de leasing e chamar os técnicos que já estão acostumados a operar essas embarcações.
A crise impacta hoje a entrada dessas empresas?
Hoje, a expectativa é que haja continuísmo. O país está com muitos problemas, e isso automaticamente se reflete no estado de espírito dos empresários, mas a tendência é que venham mais empresas e haja um grande desenvolvimento. Os organismos precisam atuar em conjunto no país. Esses impactos assustaram um pouco, mas se trata de um ano em baixa após cinco anos de subida. É promissor, à medida que o mundo demanda cada vez mais energia.
Qual área representa a maior demanda nesse mercado?
A área que mais demanda estrangeiros é a transferência de tecnologia, que é o objetivo central. Além disso, se determinada empresa tem um equipamento altamente sofisticado, ela vai treinar brasileiros para operar. Isso demanda muita gente, seja brasileiros ou estrangeiros. Existem as fases de análise sísmica, perfuração, produção, e muitas outras; isso gera uma demanda muito grande por mão de obra.
A CAS Óleo Visas também têm auxiliado na emigração de brasileiros?
Já estamos fazendo planejamento de emigração para os Estados Unidos, assim como legalização dos profissionais em empresas que localizamos. Nós temos parceiros lá e fazemos todos os procedimentos necessários, ajudando na obtenção de vistos, imóveis e outros serviços.
Quantos profissionais a companhia já levou para mercado norte-americano?
Até o momento, cerca de 100 pessoas. A tendência é aumentar, não só a ida como a vinda de profissionais estrangeiros.
Essa demanda vem crescendo nos últimos meses?
Há um aumento, porque a situação do país está um pouco afetada. Muitas pessoas querem morar fora em busca de novos horizontes profissionais, e o mercado norte-americano está em franco desenvolvimento. O empresário brasileiro quer galgar negócios, e hoje o movimento lá é muito grande. Além disso, os Estados Unidos têm hoje um projeto de imigração chamado EB-5, em que o estrangeiro compra uma cota de investimento de US$ 500 mil em novos negócios no país e recebe do governo o green card.
Quanto o setor de petróleo representa no faturamento da CAS Óleo Visas?
Representa cerca de 70% da empresa. Esse setor é mais desenvolvido no Rio e no Espírito Santo, onde temos muitas demandas. Também prestamos serviços nas áreas de mineração, navios de transporte e ferrovias.
A empresa movimenta a migração de quantos profissionais por ano?
A média de entrada no Brasil, pela empresa, é de cerca de 1.500 estrangeiros.
Há perspectiva de melhora no cenário a curto prazo?
Acabando a crise política, o país vai voltar a crescer a passos largos. A atual situação afasta investidores, mas estamos preparados para receber novos estrangeiros e permitir que brasileiros assumam outros horizontes nos Estados Unidos. Muitas companhias estrangeiras contratam brasileiros para trabalharem, e, se houver subida no preço do petróleo, o Brasil vai crescer muito nessa área. O país não pode parar. Temos muita mão de obra especializada que precisa trabalhar.
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