EMPRESAS DA INDÚSTRIA DE BIOTECNOLOGIA CRIAM ASSOCIAÇÃO PARA DISCUTIR A LEGISLAÇÃO E AS POLÍTICAS PARA O SETOR
Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –
Formada a partir da união de 11 grandes empresas, a Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI) vai buscar um diálogo com o governo para resolver os problemas da legislação nacional para o setor, formular políticas públicas e buscar financiamento. O consultor da ABBI João Furtado explicou que a legislação precisa incentivar as atividades de pesquisa e a realização de negócios, e, para isso, estão elaborando um plano de ações, que incluirá a criação de um comitê científico para formular as proposições da associação.
Quais são os objetivos da associação?
A ABBI funcionará como um canal de comunicação e colaboração com a sociedade, o governo, universidades e instituições como o Senai. A Biotecnologia Industrial depende da ciência, mas precisamos debater se temos os recursos humanos adequados para o desenvolvimento científico voltado a esse setor.
Que tipos de discussão serão feitas entre os membros?
Os principais agentes do setor compartilharão suas opiniões sobre dois assuntos principais. O primeiro se refere às políticas públicas, como estímulos do Finep e do BNDES, e à organização de projetos. A outra questão é a regulação, que é uma discussão mais complexa. As empresas querem participar de forma mais ativa, já que há uma certa dificuldade para dialogar com o governo. As consultas públicas, por exemplo, são interessantes nesse sentido. Mas é necessária a criação de uma legislação moderna, capaz de dar seguimento às atividades de pesquisa e à criação de negócios.
Quais inovações voltadas ao setor de Óleo e Gás estão sendo desenvolvidas na área de biotecnologia?
Por enquanto estamos focados na matriz renovável. Eventualmente podem surgir mais tecnologias relacionadas aos combustíveis fósseis.
Já há planos definidos?
As primeiras conversas são internas. A partir delas, será organizado um plano de ação para formar um comitê científico, que vai formular proposições e compartilhar conhecimento. Esse plano também vai incluir capacitação de recursos humanos, conversas com empresas de outros segmentos e debates sobre a questão regulatória.
Como você avalia o desenvolvimento do Brasil no setor de biotecnologia industrial?
Pode parecer pequeno, mas há um movimento ascendente, com sinais animadores que trazem boas perspectivas. As empresas estão investindo e construindo capacidade produtiva. Podemos participar pioneiramente desse processo. No Brasil, o desenvolvimento da Biotecnologia Industrial acontece de forma mais ou menos contemporânea ao do resto do mundo, o que, em outros setores da indústria, não acontecia.
Como foi o evento de inauguração da ABBI?
Eu destacaria a presença do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que demonstrou a compreensão de que a Biotecnologia Industrial não é um setor qualquer. Outro destaque foi o comparecimento de 12 CEOs de grandes empresas, que também estão comprometidas com o setor. Por fim, a palestra do professor Gregory Stephanopoulos, chefe do Departamento de Engenharia Metabólica do MIT sobre o panorama mundial da Biotecnologia Industrial foi muito boa.
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