EMPRESAS DA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS TÊM R$ 290 MILHÕES A RECEBER DE CONTRATADAS DA PETROBRÁS
O alto nível de inadimplência em fornecimentos de máquinas e equipamentos efetuados através de contratantes principais, para empreendimentos da Petrobrás fez com que a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) se movimentasse. Segundo a entidade, as empresas do setor de bens de capital têm pelo menos R$ 290 milhões para receber de contratadas pela estatal. Uma reunião extraordinária foi convocada pelo Conselho de Óleo e Gás da Abimaq para debater, identificar e buscar soluções junto aos órgãos públicos para a crise instaurada em suas associadas.
Estiveram na reunião cerca de 90 representantes de 60 empresas, que relataram haver problemas com atraso no pagamento de máquinas já entregues e na paralisação de contratos já firmados. Os valores devidos variam de R$ 80 mil até R$ 30 milhões, sendo a maior parte deles com EPCistas. Já começaram a surgir pedidos de recuperação judicial e demissões na indústria por conta da situação.
“Esse modelo de contratação precisa ser revisto. As contratações de máquinas e equipamentos poderiam ser feitas diretamente pela Petrobras, sem a intermediação de EPCistas, como acontecia anteriormente”, sugeriu o presidente do Conselho de Óleo e Gás da Abimaq, Cesar Prata.
De acordo com o executivo, os os EPCistas não têm compromisso com conteúdo local e nem sempre colocam a indústria nacional em primeiro plano. “Temos o receio de que a Petrobras transforme esses contratos em encomendas fora do país e que isso não dê o resultado que o Brasil precisa, como a geração de empregos e aumento da participação do setor no PIB. Se isso continuar acontecendo, estaremos dando um enorme passo para trás”, declarou
O próximo passo é enviar para a presidência da Petrobrás e outras autoridades as conclusões da reunião, junto a um levantamento das dívidas existentes. Há uma preocupação muito grande entre as associadas da Abimaq quanto à participação em contratos futuros. “Nós vamos à Petrobras mostrar que o fornecedor está preocupado com o futuro e como a estatal está agindo para que o problema seja resolvido”, destacou o presidente executivo da entidade, José Velloso (foto).
Deixe seu comentário