EMPRESAS DE PERFURAÇÃO VÃO PERDER ATÉ US$ 3 BILHÕES COM CANCELAMENTO DE CONTRATOS
Uma nova análise divulgada pela Rystad Energy indica o quão desafiador será o cenário para as empresas de perfuração daqui em diante. A consultoria estima que essas companhias terão até 10% de seus volumes de contratos cancelados em 2020 e 2021, representando uma perda combinada de receita de cerca de US$ 3 bilhões.
O total dos valores estimados dos contratos de perfuração entre este ano e o próximo é de US$ 30 bilhões, sendo US$ 20 bilhões em 2020 e US$ 10 bilhões em 2021. Até agora, os contratos cancelados já somam aproximadamente US$ 400 milhões e esses números só aumentarão à medida que as petroleiras continuarem cortando os orçamentos de investimentos e atrasando projetos.
“Mais de US$ 22 bilhões em valor de contratos foram varridos como resultado de cancelamentos entre 2014 e 2017. Agora, no início de uma nova desaceleração, um mercado que estava apenas começando a retornar a níveis saudáveis de atividade de contratação e taxas diárias, viu suas esperanças esmagadas”, avaliou o diretor de serviços de mercado de plataformas offshore da Rystad Energy, Oddmund Føre (foto).
A análise da Rystad diz que existem muitas razões para esperar que a batalha que está por vir para as empresas perfuradoras será consideravelmente mais difícil do que a travada na crise passada, em 2015. E ainda alerta que mesmo as maiores companhias do segmento correm o risco de não cumprir com o pagamento da dívida e podem precisar de reestruturação.
A consultoria prevê ainda que as perfuradoras e os fornecedores de embarcações offshore não poderão pagar sua dívida total pendente de 2020 com base no fluxo de caixa das atividades operacionais (CFO), a menos que sejam capazes de fazer cortes de CAPEX. Caso contrário, elas terão que recorrer ao mercado de capitais para refinanciamento.
Na crise de 2014/2015, a Rystad lembra que uma das tendências observadas foi que as empresas exploradoras cancelaram muitos contratos de sondas e optou por não usar muitas opções de prorrogação. Mas, posteriormente, recontratou as unidades por taxas mais baixas.
Mas, na atual crise, a consultoria diz que isso não deve ocorrer novamente. As taxas de aluguel das sondas subiram nos últimos meses, mas não ao ponto de constituir uma economia significativa de custos para as empresas de E&P. Ou seja, a economia para elas seria pequena caso cancelassem e recontratassem a unidade.
“Quaisquer chances de retornar à atividade anterior e aos níveis de preços foram atormentadas pelos efeitos duplos da pandemia e da disputa da OPEP +. Esperamos que as taxas de dia [pelo aluguel das sondas de perfuração] sejam reduzidas para níveis de OPEX mais uma vez, pois o setor agora tenta continuar cortando custos e melhorando seu desempenho em um ambiente desafiador ”, finaliza Føre.
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