EMPRESAS SE UNEM PARA DESENVOLVER PROJETOS DE PESQUISA NO SETOR OFFSHORE | Petronotícias




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EMPRESAS SE UNEM PARA DESENVOLVER PROJETOS DE PESQUISA NO SETOR OFFSHORE

Por Paulo Hora / Petronotícias – 

Trabalhar de forma integrada, para desenvolver estudos e projetos de alta tecnologia, é o foco principal do Comitê Offshore para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Copedi), criado em 2011. Contando atualmente com 30 membros, entre empresas e centros de pesquisa ligados à indústria offshore, o comitê organiza regularmente seminários técnicos para debater temas importantes para o desenvolvimento offshore no Brasil. De acordo com o diretor da Oceânica Offshore e presidente do Copedi, Marcos Cueva, antes de desenvolverem seus projetos, as empresas ofertantes de tecnologia devem ouvir a demanda do mercado. Ele destacou a importância de o governo dar financiamento à pesquisa em alta tecnologia, não só para as universidades e para os centros de pesquisa, mas também para as empresas especializadas.

Como surgiu a ideia de criar o Copedi?

A ideia inicial foi de juntar empresas que já se conhecem para desenvolver projetos de alta tecnologia. Nós estávamos insatisfeitos com a dinâmica dos projetos de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, que são feitos exclusivamente por universidades e centros de pesquisa. As empresas têm que participar desses projetos, senão o assunto morre só na academia.

Qual a função do comitê?

A função é servir como fórum de discussão entre empresas de mesma visão, para trocar experiências e agir em conjunto, o que é muito mais interessante, já que sozinho tudo é mais difícil.

Quais empresas compõem o comitê?

São empresas de equipamentos ou serviços com foco em pesquisa e desenvolvimento. Entre os vários membros, estão a Oceânica, a Bureau Veritas e até o Laboceano, pois o comitê não é apenas uma iniciativa de empresas.

Que tipos de iniciativas já foram feitas?

Os primeiros projetos estão começando, pois nós procuramos, primeiramente, saber as demandas da indústria e esse processo não é rápido. Temos um projeto de estudo do efeito do movimento de balanço não linear (Roll) de FPSOs, cujas particularidades hidrodinâmicas ainda não são completamente compreendidas. Essa é uma iniciativa pequena, não estratégica, financiada por mais de uma empresa. Outro estudo que estamos desenvolvendo é sobre o abrasão de cabos poliéster.

Como funcionam os seminários técnicos organizados pelo Copedi?

Além das reuniões internas, só com os membros, temos os seminários técnicos, em que convidamos outras empresas para falar de assuntos específicos. No primeiro encontro, fizemos um levantamento de oferta e demanda das empresas convidadas. A segunda edição foi focada na apresentação dos projetos formulados a partir do primeiro seminário. No encontro mais recente, os convidados fizeram apresentações sobre assuntos mais específicos.

O comitê também funciona como um canal conjunto de diálogo com o governo?

O comitê não é uma entidade por si só. Queremos fomentar a discussão, funcionando com um fórum de caráter multiempresarial. Não falamos diretamente com representantes do governo brasileiro, mas expusemos nossas idéias para a Finep e para a ANP.

Como foram essas conversas?

Não fazemos Lobby nem apresentamos algum pleito à Finep. Apenas buscamos informações sobre as linhas de financiamento para pesquisa e desenvolvimento. Nas conversas com a ANP, queríamos deixar claro que há a obrigatoriedade de usar os recursos do petróleo para financiar as atividades de P&D de empresas e centros de pesquisa. Essa regra já existe, só procuramos esclarecer e certificar de que ela seja cumprida.

Quais são as prioridades de investimento na cadeia produtiva do setor de petróleo?

O importante é que o desenvolvimento não seja isolado. Tem que haver investimento em pesquisa de base, no caso das universidades, e em tecnologia aplicada, no caso das empresas. Em vez de apenas consumidor, o Brasil precisa se tornar um ofertante de produto físico e know-how. Acreditamos muito na importância de alavancar o desenvolvimento tecnológico. O Brasil não tem um custo baixo de pessoal e material, mas outros países que têm custos ainda maiores, como Noruega e Holanda, conseguem ser competitivos pela tecnologia.

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