ENAUTA VIVE INCERTEZA COM NOVO FPSO POR CAUSA DA PARALISAÇÃO DAS AGÊNCIAS ENQUANTO A 3R TEVE ALTA EM SUA PRODUÇÃO

FPSO Atlanta (foto) será a nova plataforma do campo, substituindo o atual FPSO Petrojarl I

Duas empresas que estão prestes a se fundir vivem momentos operacionais diferentes. A 3R Petroleum e a Enauta divulgaram nesta semana os seus relatórios de produção referentes ao mês de junho. No caso da 3R, a produção da companhia cresceu 3,3% na comparação com o mês anterior. Já a Enauta registrou uma queda severa de 68%, por conta de uma manutenção na plataforma que atualmente produz em Atlanta, e ainda vive a incerteza em relação seu novo navio-plataforma (FPSO). Isso porque a unidade pode ter seu início de operação atrasado por causa de uma possível paralisação das agências reguladoras. Os servidores chegaram a cruzar os braços na semana passada, por 24 horas, mas ameaçam uma greve maior se não tiverem as reivindicações de reajuste salarial atendidas.

O novo FPSO Atlanta, que será instalado no campo de mesmo nome, na Bacia de Santos, terá capacidade de processamento de até 50 mil barris de óleo e 140 mil barris de água por dia, e de estocagem de 1,6 milhão de barris de petróleo. Fará parte do Sistema de Produção Definitivo da área. Em junho, foi completada a ancoragem do navio. No último dia 4, foi concluída também a conexão à plataforma do primeiro poço produtor e de todas as suas linhas de serviço. A conexão do segundo poço produtor que permite o início de produção na nova plataforma, será concluída nas próximas semanas.

No entanto, a Enauta disse que a paralisação anunciada por servidores das agências reguladoras poderá impactar o cronograma de início de produção do novo FPSO, que deveria ter seu primeiro óleo em agosto. Por outro lado, as atividades de conexão dos demais quatro poços produtores continuarão avançando conforme cronograma original do projeto.

Diante da incerteza adicionada ao cronograma de início de operação do FPSO Atlanta, a Enauta optou por adiar o retorno da produção do FPSO Petrojarl I (que faz parte do Sistema de Produção Antecipada) para ao longo das próximas duas semanas, incluindo itens de manutenção que facultem a extensão da sua operação até o quarto trimestre de 2024.

Para lembrar, a Enauta optou em meados de junho por iniciar uma parada de produção FPSO Petrojarl I, que atualmente produz em Atlanta, para ajustes associados à manutenção de equipamentos selecionados após inspeções na planta de processo. Com isso, a operação no campo foi paralisada desde então, resultando na queda de 68% anunciada pela empresa. Ao todo, a companhia extraiu 5,2 mil barris de óleo equivalente por dia em junho.

PRODUÇÃO DA 3R CRESCE

Enquanto isso, a 3R Petroleum anunciou que produziu 48,5 mil barris de óleo equivalente por dia em junho, o que representa uma alta de 3,3%. A companhia é operadora dos Polos Potiguar, Macau, Areia Branca, Fazenda Belém, Rio Ventura, Recôncavo, Peroá e Papa Terra, e detém participação de 35% no Polo Pescada, que é operado pela Petrobrás.

No complexo Potiguar (formado pelos polos Macau, Pescada, Areia Branca, Fazenda Belém e Potiguar), a produção registrou queda de 2,8% (24,6 mil barris de óleo equivalente por dia) comparado ao mês anterior. O resultado é justificado por impactos causados pelas chuvas na região. A petroleira destacou que os projetos relacionados à instalação de novos geradores de vapor e incremento da capacidade de reinjeção e descarte de água no Polo Potiguar estão em fase de implantação, com impacto positivo previsto a partir do quarto trimestre.

No complexo Recôncavo (formado pelos polos Rio Ventura e Recôncavo), a produção apresentou um incremento de 1,9% (8,8 mil barris de óleo equivalente por dia). A performance é explicada por uma maior demanda de gás durante o mês, principalmente no Polo Rio Ventura. No Polo Peroá, a produção registou um crescimento de 16,4%(2,6 mil barris de óleo equivalente por dia). O desempenho reflete a maior demanda de gás registrada no mercado.

Por fim, no Polo Papa Terra,  a produção do ativo apresentou um incremento de 16,3% (14,5 mil barris de óleo equivalente por dia). O resultado é justificado pelo gradual aumento de eficiência operacional do ativo e o retorno do poço PPT-37 durante o mês de junho. Ainda em Papa Terra, o poço PPT-50 tem retorno à malha de produção previsto para julho, após conclusão da campanha de workover.

Como noticiamos, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deu o sinal verde a incorporação da totalidade das ações de emissão da Enauta pela 3R Petroleum e a incorporação da Maha Holding, subsidiária da Maha Energy, pela 3R Petroleum. A decisão de aprovação se tornará definitiva no prazo de 15 dias corridos a partir de sua publicação no Diário Oficial, não havendo recurso de terceiros ou avocação pelo Tribunal do CADE. As companhias informaram que a operação está sujeita ainda ao cumprimento de outras condições precedentes previstas nos protocolos e justificação de incorporação da Maha Energy e da Enauta pela 3R Petroleum.