ENCONTRO ENTRE TRUMP E PUTIN AMANHÃ NO ALASCA PODE SER O FIM DA GUERRA COM A UCRÂNIA E DE UM CONFLITO COMERCIAL GLOBAL
O sinal de alerta ainda está ligado no vermelho desde o último dia 6 de quando começaram a valer as tarifas alfandegárias para as exportações brasileiras para os Estados Unidos. E não perspectiva de retrocederem até que as exigências políticas contra o Supremo Tribunal Federal em relação a usurpação dos direitos humanos de centenas de acusados e presos pelas manifestações do 8 de janeiro sejam retomadas. Sem isso, chance zero de um passo arás. Pelo contrário. As tarifas podem aumentar para 100% se não houver acordo entre o presidente Russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, amanhã na reunião que está marcada para o Alasca. Se Putin concordar com em acabar a guerra com a Ucrânia, fica tudo bem e o Brasil, por exemplo, poderá a ter o direito de continuar comprando óleo diesel, radiofármacos e fertilizantes da Rússia. Se a guerra continuar e a proposta de Trump não for aceita, aí o país que comprar da Rússia será identificado como um financiador da guerra e será punido com sanções econômicas pelos Estados Unidos e por 31 outros países que compõem a OTAN – a Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada depois da segunda guerra mundial.
A restrição das relações comerciais com nações que mantêm laços energéticos com a Rússia é estratégico, com o objetivo de isolar o governo de Vladimir Putin. No
Brasil, a decisão pode gerar impactos indiretos, como a reconfiguração de fluxos comerciais, oportunidades pontuais de exportação e maior volatilidade nos preços de commodities. Paralelamente, tramita no Senado dos EUA o projeto de lei bipartidário Sanctioning Russia Act of 2025, que prevê tarifas de até 500% sobre importações originárias de países que mantenham esse tipo de relação comercial com a Rússia. A proposta conta com mais de 60 co-patrocinadores e, se aprovada, representará um novo patamar de sanções multilaterais. Embora o Brasil não esteja entre os alvos diretos dessas medidas, o país é um dos maiores compradores de diesel russo no mercado marítimo internacional.
Em levantamento do London Stock Exchange Group (LSEG) e da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) aponta que, nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil importou 1,121 milhão de toneladas de diesel russo, aumento de 830,5% em comparação ao mesmo período de 2023. Para Vitor Sabag, especialista em combustíveis da plataforma de abastecimento Gasola, as consequências são claras. “O Brasil está exposto a um efeito dominó. Qualquer restrição que afete o diesel russo, mesmo de forma indireta, pode gerar reflexos imediatos nos preços internos. O combustível russo tem sido fundamental para suprir a demanda das regiões Norte e Nordeste, que dependem fortemente de importações”.
Sabag destaca que, diante do cenário, é necessário rever e diversificar a estratégia de importação. “Quando um
grande player como os Estados Unidos impõe barreiras comerciais, o Brasil precisa agir preventivamente para não ficar refém de oscilações externas cada vez mais frequentes e imprevisíveis. O Brasil pode enfrentar aumento dos custos de importação de derivados, maior volatilidade nos preços do diesel e do gás, além de desafios logísticos para garantir o abastecimento nacional”.
Diante das complexidades do mercado global de combustíveis, Vitor Sabag ressalta a importância de estratégias sólidas para o setor energético brasileiro. “Além dos custos, existem os desafios logísticos. Por mais que vivamos um cenário de indefinição, é imprescindível que o setor desenvolva estratégias de diversificação de fornecedores e fortaleça a produção interna para reduzir vulnerabilidades frente a esse ambiente incerto.” Segundo o especialista, já há movimentações entre distribuidoras e refinarias brasileiras para diversificar fornecedores e rotas de abastecimento. “Algumas empresas têm buscado alternativas na África Ocidental e na Ásia, mas as operações são mais caras e logisticamente complexas. Se as sanções se intensificarem, a consequência pode ser sentida diretamente nas bombas, com alta nos preços e pressão sobre toda a cadeia logística“, conclui Sabag.

publicada em 14 de agosto de 2025 às 13:00 






