ATOMEX 2018 MOBILIZA A INDÚSTRIA NUCLEAR DE TODO MUNDO EM MOSCOU
MOSCOU – Toda indústria nuclear mundial está envolvida e participando da edição 2018 da ATOMEXPO International Forum, uma importante plataforma de exibição de negócios do setor nuclear na Rússia. É neste fórum que estão acontecendo diversas reuniões e negociações entre líderes mundiais do setor de energia nuclear. Durante a exposição internacional e o congresso, estão sendo debatidas novas alternativas para a geração de energia nuclear no mundo inteiro. A ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares – está presente aqui em Moscou participando dos debates em busca de alternativas para o desenvolvimento do setor no Brasil. O presidente da associação, Celso Cunha, participou de uma mesa de debates com especialistas internacionais e falou sobre o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil, fazendo comparações com outras fontes de energia que estão também estão sendo implementadas no país. Ele falou também sobre uma importante vitória conseguida com a aprovação do relatório da MP 814, criando a possibilidade de se equilibrar as tarifas de energia de geração nuclear e equipara-la ao mercado internacional. Com isso, cresceu muito a possibilidade de participação de empresas internacionais no leilão que será realizado para que a Usina Nuclear de Angra 3 recomece suas obras já no próximo. Agora, depende apenas do referendo da Câmara e do Senado Federal.
A Rosatom da Rússia e a francesa EDF estão estudando uma proposta para financiar o término da usina. A gigante chinesa CNNC, pelas informações obtidas pelo Petronotícias, acompanham as negociações que estão sendo travadas, mas não devem participar das obras para o término de Angra 3. Para os chineses, não terem participado do projeto, da construção civil e os equipamentos não sendo chineses, seria o principal motivo para declinarem. Mas isso, segundo apuramos, não significa que não queiram participar da construção das novas usinas nucleares no Brasil, que devem ser construídas em Minas Gerais e Pernambuco. O que se diz é que os russos aceitam seguir o modelo de negócios que é defendido pela ABDAN. Ou seja, financiar a construção e o licenciamento ambiental e vender a energia gerada quando estiver pronta. Esse modelo seria o mesmo a ser seguido para todas as doze usinas previstas no modelo de energia brasileiro para garantir a energia para o país até 2050.
Celso Cunha, falou sobre a sua participação no congresso: “É muito importante para a ABDAN estar aqui, acompanhando o que há de mais moderno numa exposição com esta qualidade. Nós representamos aqui nossos associados, que são as grandes e mais importantes empresas do setor nuclear no Brasil. Temos conversado com os mais importantes players deste setor em busca de conhecer e atrair para o Brasil as novas tecnologias e formar um grupo de empresas fornecedores de peças e equipamentos. Precisamos estar prontos para a construção das futuras usinas nucleares, tão importantes e fundamentais para as próximas gerações. Tive também a oportunidade de trocar informações sobre as pequenas usinas nucleares, que podem ser outras alternativas. Um outro destaque que foi bom acompanhar foi mercado de combustível nuclear e até da medicina nuclear. Com certeza vamos voltar ao Brasil com mais ânimo para seguir e vencer os novos desafios que se apresentam.”
O objetivo do fórum é fornecer aos líderes da indústria nuclear a oportunidade de definir publicamente o lugar e o papel da geração nuclear no balanço energético do século XXI, analisar os principais desafios, questões e cenários de desenvolvimento do mercado de energia em todo o mundo. Ao longo de vários anos, o fórum tornou-se um dos eventos mais importantes, durante o qual são discutidas as questões da mais alta importância atual na indústria nuclear, e as tendências do seu desenvolvimento posterior são formadas.
Quem também está em Moscou participando deste encontro é a brasileira Patricia Wieland, diretora da World Nuclear University (WNU), com sede em Londres. Ele recebeu uma importante homenagem neste encontrado pelo trabalho que desenvolve ao longo de sua carreira da indústria nuclear. A entidade está com um novo curso, voltado especialmente aos executivos mais experientes. Para quem está ainda está em processo de formação acadêmica, a WNU encoraja a continuar a busca por novos conhecimentos e especialização pelo setor nuclear ser global. Patricia esteve recentemente no Brasil, participando do mais importante seminário internacional do setor nuclear, que foi realizado na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. A entidade está com um novo curso, voltado especialmente aos executivos mais experientes.
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