ENEL COMPRA CELG-D EM LEILÃO POR R$ 2,187 BILHÕES E AMPLIA PRESENÇA NO BRASIL
A italiana Enel deu mais um salto no tamanho de suas atividades brasileiras nesta quarta-feira (30), tendo sido a vencedora do leilão da Celg Distribuição (Celg-D), o primeiro de uma série de privatizações previstas pelo governo de Michel Temer, cujo programa de concessões e venda de estatais está sob o comando de Moreira Franco, secretário do Programas de Parcerias de Investimentos. Foi o segundo leilão da distribuidoras, que em agosto foi ofertada, mas não teve interessados. Na época, o valor estipulado pelo governo Dilma Rousseff era de R$ 2,8 bilhões, sendo que o valor de mercado da empresa estava avaliado em R$ 4,5 bilhões e suas dívidas somadas em R$ 2,65 bilhões.
O arremate dos 94,8% de participação na subsidiária da Eletrobrás saiu por R$ 2,147 bilhões para a Enel, que agora passará a atender uma base de clientes de 10 milhões de pessoas no Brasil, ante sete milhões atendidos hoje pelas controladas Ampla e Coelce. No mundo, este número chegará a 65 milhões de clientes.
O valor ofertado representa ágio de 28% sobre o preço mínimo de R$ 1,791 bilhão, sendo que a Eletrobrás receberá R$ 1,065 bilhão, o equivalente à sua participação acionária na distribuidora de energia, que atende 98,7% do estado de Goiás.
“Vendemos um ativo muito importante, com uma possibilidade de valorização significativa. Tenho certeza de que eles fizeram uma excelente compra. Estamos com uma demonstração importante de confiança no país dada pela Enel, um player importante no mercado global”, disse o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior, complementando: “os recursos vão ser usados no pagamento de dívidas caras e curtas e na manutenção de nosso plano de investimentos já definidos. Temos agora um recurso importante para iniciarmos o conjunto de medidas que apresentamos recentemente”.
O conteúdo técnico e econômico da oferta da Enel será analisado até o dia 9 de dezembro, quando o BNDES deve anunciar os resultados preliminares da avaliação. Já o resultado final do leilão deve ser anunciado pelo governo no dia 20 de dezembro, enquanto que a assinatura e a conclusão do contrato de compra estão previstos para ocorrer no primeiro trimestre de 2017, após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Depois da conclusão da compra de aproximadamente 94,8% do capital social da Celg-D, os cerca de 5,1% restantes serão oferecidos aos atuais funcionários e aposentados da companhia, por meio de um processo que prevê a compra pela Enel Brasil das ações não adquiridas pelos funcionários e aposentados, cujos detalhes serão anunciados posteriormente.
“Ofertamos o preço que achamos justo pelo ativo que estamos comprando, independentemente do número de propostas que haveria. Fizemos uma avaliação e ofertamos o que consideramos adequado”, afirmou o presidente da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli.
Fundada em 1956 e com sede em Goiânia, a Celg (que atualmente é subsidiária da Eletrobrás) atua em um território que cobre mais de 337 mil km² por meio de uma concessão que é válida até 2045, incluindo 237 municípios com uma população de 6,2 milhões de pessoas. A base de clientes da Celg, de 2,9 milhões, é atendida por meio de uma rede de mais de 200.800 quilômetros.
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