ENEVA PLANEJA INVESTIR R$ 11 BILHÕES ATÉ 2030
Os investimentos da Eneva em aquisições e expansão de suas operações entre 2017 e 2022 totalizaram R$ 8,4 bilhões. Até 2030, a companhia estima desembolsar mais R$ 11 bilhões. As cifras ilustram a estratégia atual da Eneva, que visa diversificação de portfólio, maior acesso ao mercado livre de energia e gás natural, criação de hubs regionais de gás e ampliação da geração de energia térmica e renovável. Os dados foram apresentados hoje (8) ao mercado no Eneva Day 2023, no Rio de Janeiro.
Uma das mais importantes conquistas de 2022 apresentadas no evento e que a empresa seguirá trabalhando nos próximos anos é a menor dependência na geração de receitas dos despachos de energia comandados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ou seja, ainda que não haja demanda pela geração termelétrica, a Eneva continua obtendo resultados financeiros positivos, a partir da aquisição de ativos que garantem receita fixa à companhia por estarem disponíveis para contribuir com a segurança energética brasileira.
Os indicadores mostrados no Eneva Day mostram essa evolução. Com aquisições e novos projetos, a previsão é de uma receita fixa bruta contratada de R$ 10,3 bilhões em 2027, ante R? 3,9 bilhões em 2022 — o que significa, aproximadamente, em triplicar o indicador.
“A Eneva está se tornando uma empresa única no país, que vai garantir uma receita fixa muito maior e independente de fatores externos, ao mesmo tempo preparada para um acréscimo de receita variável em momentos oportunos, seja por despachos quando necessário pelo ONS, seja por comercialização dos nossos produtos. Somos uma empresa de portfólio diverso, com competências únicas e pioneira, seja em nossos modelos de negócios, seja nos locais onde atuamos”, disse o CEO da Eneva, Lino Cançado (foto principal).
A Eneva apresentou ainda suas alavancas de valor e as desdobrou em seis desafios estratégicos:
- Estender o ciclo de vida dos ativos da companhia e replicar o modelo de negócios pioneiro Reservoir-to-wire do Maranhão para outras regiões. Nesse modelo R2W, a produção de gás natural em campos terrestres é associada à geração de energia. O combustível é utilizado como insumo na produção de eletricidade, em usinas instaladas próximas aos campos;
- Maximizar as reservas e prover soluções integradas aos clientes da região Norte do país, o que já obteve grandes ganhos em 2022 com a consolidação do projeto Azulão 950;
- Desenvolver infraestrutura de Hubs de Gás, estendendo a oferta do energético para comercialização principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, já iniciada com o Hub Sergipe, após aquisição da antiga Celse em 2022;
- Comercializar recursos energéticos e desenvolver novos modelos de negócios, como já realizado com sucesso em contratos com grandes clientes como Vale e Suzano em 2022;
- Desenvolver portfólio renovável e promover tecnologias de baixo carbono, nos quais a empresa tem o compromisso de investir R$ 500 milhões até 2030;
- Construir uma organização ágil e adequada aos novos desafios, liderada por uma Diretoria Executiva com uma nova estrutura, com diferentes expertises trazidas para o alto escalão da companhia.
A Eneva possui duas novas unidade operacionais com previsão de entrada comercial e geração de receita já no próximo ano — a usina térmica Parnaíba VI e o terminal de Liquefação Parnaíba.
Com capacidade de 92 megawatts (MW), Parnaíba VI fecha o ciclo de Parnaíba III, o que representará um acréscimo à capacidade do complexo para 1,9 GW e o tornará o maior Complexo Termelétrico do país. Durante a obra, serão criados 900 empregos diretos e indiretos, a partir do investimento de R$ 651 milhões, que, a partir de 2025, vão gerar uma receita fixa anual de R$ 105 milhões, por 25 anos. O início da operação comercial está previsto para novembro de 2024.
Já a unidade de Liquefação Parnaíba deve começar a produzir comercialmente em maio do ano que vem, a partir do investimento de R$ 980 milhões, que deve gerar uma receita fixa anual de R$ 430 milhões. A projeção é de que, durante a obra, sejam gerados 850 empregos diretos e indiretos. Nesse terminal, o gás extraído de campos terrestres do Maranhão será transformado em líquido (GNL) para ser transportado a clientes industriais e, no ponto de consumo, assumir a forma gasosa novamente.
A planta atenderá, em um primeiro momento, a demanda contratada pela mineradora Vale e pela produtora de papel e celulose Suzano para atender às suas operações industriais no Maranhão. Mas será um importante ativo para o desenvolvimento do GNL em pequena escala, levando o gás natural onde não está disponível e contribuindo para a menor emissão de clientes que usam outros combustíveis fósseis mais poluentes, sendo fundamental para as suas jornadas de descarbonização.
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