ENGENHEIROS DO EXÉRCITO AMERICANO DÃO UM PASSO IMPORTANTE PARA APROVAR UM TÚNEL COM UM OLEODUTO SOB O LAGO DE MICHIGAN
A gigante canadense deu um belo salto a frente na briga pela construção do túnel sob o lago de Michigan, nos Estados Unidos, para o lançamento de um trecho do oleoduto que vai substituir o trecho sob o lago. O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA (USACE) anunciou que não considerará a totalidade do polêmico oleoduto da Linha 5 no escopo de seu processo de revisão ambiental para um túnel proposto que seria construído sob o Estreito de Mackinac, mas apenas o túnel de cerca de sete quilômetros. O túnel deverá ser construído e depois será pelo menos um duto cruzando este espaço, muito provavelmente pela empresa brasileira Liderroll, que participa do projeto e detém a patente da tecnologia capaz de lançar o duto de 36 polegadas em segurança. Em um memorando o chefe do Departamento Regulatório do Corpo, disse que, com base em estatutos federais, sua revisão ambiental do projeto do túnel dos Grandes Lagos da Enbridge Energy seria limitada à porção de 6,4 quilômetros do oleoduto da Linha 5 que atravessa o Estreito. Essa decisão irritou os ativistas ambientais que dizem que toda a extensão de 645 milhas do oleoduto deve ser considerada, incluindo um redirecionamento planejado de uma seção de 19,3 quilômetros da Linha 5 ao redor da reserva Bad River Band of Lake Superior Chippewa, em Wisconsin. Os ambientalistas queriam que os especialistas do Exército analisassem quase todo gasoduto, incluindo aí o trecho problemático de Winsconsin, que já foi resolvido. Os militares só consideraram o trecho do túnel sob o lago. E aprovaram a obra
Sean McBrearty (foto a direita)é o coordenador da campanha da Oil and Water Don’t Mix, que se opõe ao oleoduto: “É profundamente preocupante que o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos esteja voltando atrás na conclusão de uma análise ambiental completa do projeto proposto do túnel da Linha 5. O Corpo de Exército está descontando erroneamente o redirecionamento de Wisconsin como conectado ao projeto do túnel de petróleo de Enbridge, em vez de considerar apenas alternativas que fornecem petróleo através do Estreito de Mackinac. Limitar severamente seu escopo de revisão para ignorar as considerações climáticas e renunciar a uma análise independente da construção e planejamento é um ataque aos Grandes Lagos e à nossa qualidade de vida”.
No entanto, o memorando de Coronel Simon diz que os dois projetos devem ser considerados separadamente: “Com base em nossa análise dos comentários enviados até o momento, não temos conhecimento de nenhum impacto potencial do Projeto de Túnel proposto que se estenda a ponto de se sobrepor aos impactos do Projeto de Redirecionamento proposto em Wisconsin. Esses dois projetos estão geograficamente distantes e não causariam impactos com efeitos aditivos ou sinérgicos que precisariam ser considerados em conjunto como ações cumulativas.”
Essa decisão foi bem recebida pela Enbridge Energy, que já havia expressado desagrado com o longo cronograma do USACE que levará a publicação de um rascunho da declaração de impacto ambiental (EIS) até a primavera de 2025. O porta-voz da Enbridge, Ryan Duffy(foto a esquerda), disse que a decisão de revisar apenas o trecho de 6,5 quilômetros do oleoduto foi um passo importante no avanço do processo EIS e aproxima a empresa de garantir a construção oportuna do túnel dos Grandes Lagos. “A Enbridge acredita firmemente nas vantagens do túnel para proteger o meio ambiente, fornecer energia confiável e fortalecer a economia regional nos próximos anos. Estamos comprometidos com este projeto, a operação segura contínua da travessia da Linha 5 do Estreito e garantindo um fornecimento ininterrupto de energia confiável e acessível para Michigan e a região. A necessidade da Linha 5 foi firmemente estabelecida nos últimos 70 anos. Michigan e toda a região dependem da energia que a Linha 5 entrega com segurança todos os dias. A Linha 5 é uma fonte crítica de 540.000 barris por dia de líquidos de gás natural e petróleo bruto para Michigan e a região dos Grandes Lagos.”
Paulo Fernandes(foto a direita), presidente da Liderroll, disse que já estava esperando por esta decisão, já que o problema de Winsconsin, nada tem a ver com o problema da Linha 5 em Michigan: ” Olha, esta é uma ótima notícia. A construção do túnel será de grande importância para os canadenses da Enbridge, para o governo de Michigan e todas as regiões que são beneficiadas com o transporte dos combustíveis através deste oleoduto. Nós, da Liderroll, aguardamos o chamado para poder participar efetivamente do projeto. De toda forma, parabéns à Enbridge que nunca desistiu deste problema.
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