ENH CORRE PARA BUSCAR FINANCIAMENTO PARA PARTICIPAR DA EXPLORAÇÃO DE CAMPOS DE GÁS EM MOÇAMBIQUE
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) de Moçambique vai concluir um financiamento para participar no projeto de exploração de gás liderado pela norte-americana Anadarko. Segundo Omar Mithá, presidente do conselho de administração da ENH, a previsão para que o fecho financeiro para a operação seja feito já no “no mês de setembro”. Em julho, a ENH anunciou que tinha decido adiar para o final do ano a arrecadação de US$ 2,3 mil milhões destinados a financiar a sua participação nos megaprojetos do gás natural. A empresa faz parte do consórcio de exploração de gás natural liderado pela norte-americana Anadarko e precisa financiar a sua participação no projeto avaliado em US$ 25 mil milhões. O presidente da empresa disse que o financiamento será feito através de um sindicato bancário, com bancos de importação e exportação da China, Japão, Coreia do Sul, Europa e dos bancos comerciais de Moçambique.
O Governo de Moçambique já tinha emitido uma garantia soberana sobre esta operação, mas o fato de estar com problemas em relação com títulos de dívida pública, no valor de US$ 727,5 milhões, e não ter pago os dois empréstimos contraídos por empresas públicas, torna o recurso da ENH aos mercados mais caro. O presidente da ENH assegurou esta quarta-feira que vai recorrer a empréstimos em condições “muito melhores” para participar no projeto de exploração de gás liderado pela petrolífera italiana Eni e Exxon Mobil no norte do país.
“Para a Área 4 , a empresa vai recorrer ao mesmo procedimento e diz estar já nos acertos finais para garantir melhores condições do que a Área 1 [concessionada à Andarko]”, disse Omar Mithá. O anúncio da Decisão Final de Investimento na Área 4 está previsto para este mês. O presidente reconheceu haver uma demora na FDI, justificando a situação com os “vários fluxos de trabalho, que tem a ver com a venda e financiamento. Não significa que está parado, o trabalho está acontecendo.” Omar Mithá afirmou ainda que o Estado moçambicano já acautelou as questões de segurança na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. A região tem sido assolada por ataques de grupos armados, desde outubro de 2017. O consórcio liderado pela ENI e Exxon Mobil está construindo uma plataforma flutuante com capacidade para produzir 3,37 milhões de toneladas de gás natural liquefeito também na Bacia do Rovuma.
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