ENQUANTO BRASIL PATINA, GUIANA E SURINAME NADAM DE BRAÇADA NA MARGEM EQUATORIAL E VISLUMBRAM AUMENTAR PRODUÇÃO DE GNL
Vários desenvolvimentos de gás estão em andamento na Guiana e no Suriname, países vizinhos ao Brasil, podendo oferecer novas fontes competitivas de gás natural liquefeito (GNL) no início da próxima década, de acordo com um novo relatório da Wood Mackenzie. Segundo o documento, os dois países podem fornecer até 12 milhões de toneladas métricas anuais (mmtpa) de GNL na próxima década. As duas nações estão nadando de braçada na exploração da Margem Equatorial, enquanto o Brasil ainda patina em seu próprio cipoal de regras e burocracias. Como se sabe, a Petrobrás tenta uma licença ambiental para perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. A ideia a princípio não é construir uma megalópole na região, mas sim estudar o potencial das reservas na área. Contudo, o Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), presidido por Rodrigo Agostinho, adiam a decisão de expedir a licença, deixando o Brasil para trás na competição com Guiana e Suriname.
Quando 37 “técnicos” assinam um mesmo relatório recomendando que não se dê definitivamente a autorização da exploração da margem equatorial, mesmo diante de evidências de estudos de 50 anos realizados por professores e pesquisadores universitários, o que parece é um movimento político coordenado em apoio à uma ministra incompetente de ligações quase umbilicais com as ONGs internacionais que derramam dinheiro para que não haja desenvolvimento na exploração de petróleo na região. Por que será que elas mão tem a mesma força nos países vizinhos? Esse movimento político dos “técnicos” mereceria uma investigação pelos órgãos de inteligência em favor da nação.
O cluster Haimara, na Guiana, e o Bloco 52 (Sloanea), no Suriname, são estimados pela Wood Mackenzie em 13 trilhões de pés cúbicos (tcf) de gás não associado descoberto. Essas fontes poderiam oferecer esse potencial de fornecimento de GNL a um ponto de equilíbrio, excluindo custos de transporte e regaseificação, de aproximadamente US$ 6/mmbtu. Os resultados econômicos positivos são sustentados pela alta produtividade dos poços e pela experiência dos parceiros de upstream na comercialização de GNL. Isso ocorre em um momento em que o mercado global ainda precisa de 105 mmtpa de GNL pré-decisão final de investimento (pre-FID) para preencher a lacuna de oferta e demanda até 2035, segundo o relatório.
“Os projetos na Guiana e no Suriname estão se firmando em um momento interessante”, disse Amanda Bandeira, analista de pesquisa para Petróleo e Gás Upstream na América Latina, da Wood Mackenzie. “A dominância do GNL dos EUA e do Catar está crescendo rapidamente, mas há uma janela de oferta para meados da década de 2030, em parte devido à pausa do presidente dos EUA, Joe Biden, na aprovação de novos projetos de exportação de GNL”, acrescentou.
Segundo a especialista, nesse cenário, a Guiana e o Suriname podem oferecer uma nova fonte de GNL com custo competitivo e atender como fornecedores regionais, com vantagem nos custos de transporte para responder à demanda do Caribe e da América do Sul. Eles estão em pé de igualdade com projetos do Golfo dos EUA e da África Ocidental para atender os principais centros de demanda no Sudeste Asiático. No entanto, esses desenvolvimentos enfrentam incertezas, pois a estrutura comercial e os termos fiscais ainda não estão definidos.
“No Suriname, ainda não há termos definidos para os desenvolvimentos de gás não associado, mas esperamos que esse projeto avance rapidamente – com o primeiro gás em 2031 – já que o governo e os parceiros do projeto acordaram uma isenção fiscal de 10 anos,” disse Luiz Hayum, analista principal para Upstream na América Latina. “Na Guiana, o alinhamento entre o governo e os parceiros de upstream sobre os termos fiscais e a estrutura comercial estão menos avançados, e quaisquer disputas podem atrasar o início do projeto para além de 2031”, ponderou.
Enquanto isso, no Brasil, a Petrobrás segue otimista com a conquista da licença para perfurar na Foz do Amazonas, apesar da morosidade do Ibama. A empresa ainda não jogou a toalha e se diz otimista com o processo de licenciamento ambiental. Como noticiamos, um parecer assinado por técnicos do Ibama não apenas recomendou negar a permissão para furar o poço, mas também arquivar o processo de licenciamento.
Depois da publicação do parecer, a Petrobrás emitiu uma nota dizendo que “tomou conhecimento da resposta do Ibama e considera que houve um importante avanço no processo de licenciamento”. A empresa disse ainda que sua equipe técnica está detalhando cada questionamento para responder ao IBAMA. “A Petrobras está otimista e segue trabalhando na construção da nova unidade de fauna no Oiapoque, com o entendimento que é possível realizar a APO para a obtenção da licença para a perfuração em águas profundas no Amapá”, concluiu a companhia.
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