ENQUANTO PATINA COM ANGRA 3, GOVERNO ASSINA ACORDO COM ESTATAL CHINESA COM FOCO EM MINÉRIOS NUCLEARES
O governo tem adotado uma postura apática em relação à retomada das obras de Angra 3. O tema foi retirado da pauta nas últimas reuniões do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e, até o momento, não há garantia de que será discutido no próximo encontro do colegiado. Trata-se de um sinal bastante negativo para a indústria nuclear. Ciente disso, o governo tenta agora demonstrar algum interesse no setor com o anúncio de uma nova iniciativa. No último final de semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou uma Carta de Intenções com a estatal chinesa CGN Energy para promover a cooperação técnico-científica voltada à transição energética, à sustentabilidade e ao uso pacífico e sustentável dos recursos minerais nucleares no Brasil. Isso é bom para o Brasil? O tempo dirá.
“Queremos avançar nas parcerias com a China para ampliarmos ainda mais a geração de energia limpa e renovável no Brasil, fortalecendo nosso papel de protagonista na transição energética global, além de desenvolvermos a cadeia mineral em nosso país”, afirmou Silveira. O acordo foi assinado durante as reuniões do BRICS, no Rio de Janeiro. O grupo chinês já tem investimento previsto de R$ 3 bilhões em projetos de energia renovável no país.
O acordo estabelece uma base institucional para colaboração em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação relacionadas a tecnologias energéticas sustentáveis. O documento abrange iniciativas voltadas à geração, ao armazenamento e à digitalização da energia, além do reforço das capacidades técnicas e institucionais, em consonância com os compromissos assumidos na agenda de transição energética e sustentabilidade.
O instrumento também prevê a realização de ações conjuntas em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com ênfase na modernização tecnológica da cadeia mineral e no fortalecimento da competência nacional em pesquisa, inovação, desenvolvimento e industrialização. Dentro do escopo do acordo, está incluída a promoção de parcerias técnicas com universidades, centros de pesquisa e entidades públicas ou privadas especializadas em processamento mineral, ciência dos materiais e gestão sustentável de recursos naturais.
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