ENTIDADES FAZEM SILÊNCIO SOBRE PROPOSTA DE CONTEÚDO LOCAL, GERANDO APREENSÃO DE ACORDO COM PETROLEIRAS
A quarta-feira (13) tinha tudo para começar com uma boa notícia da reunião entre entidades do setor nacional de óleo e gás. Conforme noticiamos esta semana, Sinaval, Abimaq e Abespetro tiveram um encontro ontem (12) para discutir uma nova proposta de conteúdo local que seria apresentada à ANP. No entanto, o clima de expectativa transformou-se em uma “pulga atrás da orelha“. Isso porque a ordem dada aos representantes presentes no encontro foi de manter o “silêncio total“.
Na reunião realizada na semana passada, no Rio de Janeiro, integrantes da Abimaq e do Sinaval chegaram a um consenso em vários tópicos sobre o tema, como a questão da classificação dos itens. As duas entidades fizeram uma proposta conjunta que seria analisada pela Abespetro ao longo da última semana. E a reunião desta terça-feira (12) serviria para tratar de possíveis pontos de divergência entre as partes.
Contudo, o silêncio após o encontro desta terça-feira trouxe à tona uma série de questionamentos, parecendo ter sido feito um pacto entre as partes. Qual o motivo do silêncio? Está sendo costurado algum tipo de acordo com a Petrobrás, petroleiras e ANP? O que motivaria a quem sempre defendeu a empresa brasileira a ficar agora em segredo? Será este silêncio um sinal de que vão desistir da luta e aceitar as imposições das petroleiras, amparadas pelo IBP e ANP, em detrimento da grande maioria das empresas nacionais? Estas são perguntas que, pelo menos por enquanto, estão sem respostas. E o mercado, que ficou por fora do acordo, ficou sem saber da decisão de seus representantes.
A ideia inicial das associações seria elaborar uma proposta comum para, posteriormente, ser apresentada em reunião com o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone. Em outras ocasiões, a agência bateu o pé e não deu ouvidos aos apelos feitos pela indústria nacional. Fingiu de morta, mesmo diante de apelos estridentes das empresas em uma audiência pública realizada na Fundação Getúlio Vargas no primeiro trimestre. Durante as audiências públicas das 2ª e 3ª rodadas de partilha, entidades como a Abitam fizeram sugestões para que a indústria de bens tenha conteúdo local separado de serviços. A ANP, no entanto, recusou a proposta. A Abimaq, por sua vez, sugeriu que na 3ª rodada de partilha, as Unidades Estacionárias de Produção tivessem 25% de conteúdo local do valor total, sendo, no mínimo, 20% do valor total em bens. O pedido, novamente, não foi atendido.
Agora, resta esperar os próximos capítulos dessa saga, onde o destino da protagonista, a cadeia nacional de fornecedores, ainda é incerto. A expectativa e a torcida é que essa postura das três associações de manter o silêncio, por mais que seja incompreensível neste momento, não seja por conta de um possível acordo com as petroleiras. Quem viver, verá.
Dá a impressão que as entidades não estão lutando pela indústria nacional estas Sinaval, Abimaq e Abespetro deveriam espernear perante a ANP , que é um órgão que não está nem aí para o desenvolvimento brasileiro, pelo conteúdo local. Não podemos mentir para a realidade dos fatos, o Brasil teve empregos aos montes devido ao conteúdo local. As empresas petrolíferas são Leviatãs que não estão nem aí com os paises onde produz , principalmente se forem do terceiro mundo.