PROJETO VISA MOSTRAR QUE RISCOS AMBIENTAIS DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO SÃO ADMINISTRÁVEIS
Por Paulo Hora / Petronotícias –
Com o objetivo de informar o público sobre o uso da técnica de fraturamento hidráulico na exploração de recursos não convencionais, a FTI Consulting lançou o programa Energy in Depth (EID). Segundo a diretora sênior da área de Comunicações Estratégicas da FTI Consulting, Ana Heeren, a plataforma entrega informação sobre o setor para quem precisa, fazendo um esforço para identificar todos os casos de desinformação e atualizar a mídia, o governo, os reguladores e o público em geral.
De acordo com Ana Heeren, os riscos mais citados por quem se opõe à técnica de fraturamento hidráulico, como contaminação da água e terremotos, são administráveis. O mais importante, na visão dela, é que os operadores sigam diretrizes rígidas, incluindo regulamentos locais, estaduais e federais, de modo a garantir que os poços sejam construídos de forma a proteger os recursos hídricos subterrâneos.
Em que consiste o Energy in Depth (EID)?
Em 2009, a FTI Consulting se uniu à Independent Petroleum Association of America (IPAA) para lançar o Energy In Depth (EID), que é um programa focado na investigação, na educação e na criação de uma plataforma de resposta rápida para contar a história do desenvolvimento de recursos não convencionais. O EID protege e preserva a licença de operação de muitos produtores de petróleo e gás. A plataforma entrega informação sobre o setor para quem precisa de forma relevante e acionável e tem sido tão bem sucedida que o seu modelo está sendo usado para outras iniciativas de sensibilização do público. É uma campanha de resposta rápida, que faz um esforço constante para identificar todos os casos de desinformação e atualizar a mídia, o governo, os reguladores e o público em geral com informações diretas e úteis.
A avaliação dos riscos ambientais das atividades de fraturamento hidráulico tem sido mais alarmista do que deveria?
O fraturamento hidráulico é uma tecnologia fundamentalmente segura, que tem sido estudada e utilizada por mais de 65 anos. Nos Estados Unidos, cientistas, reguladores estaduais e funcionários do governo Obama reiteram a segurança e o histórico comprovado do fraturamento hidráulico e da perfuração horizontal. Essa tecnologia já foi usada mais de 1,2 milhão de vezes desde o tratamento do primeiro poço no sudoeste do Kansas, em 1947, que permitiu aos Estados Unidos alcançarem fontes antes inacessíveis de energia.
Quais são os riscos reais dessa atividade?
Todas as formas de energia têm riscos e todas apresentam vantagens e desvantagens. No caso do fraturamento hidráulico, mais de 65 anos de experiência nos dizem que os riscos são administráveis e estão sendo administrados. São citados com frequência por oponentes dessa tecnologia a contaminação da água local e os terremotos. Nenhum deles é “real”. Não existe nenhum caso confirmado em que o processo de fraturamento hidráulico tenha impactado lençóis freáticos e esse fato foi atestado por alguns dos principais cientistas e reguladores do setor.
O desenvolvimento do gás de xisto usa uma combinação de tecnologias existentes, incluindo fraturamento hidráulico e perfuração horizontal, que permite acesso a petróleo e gás presos em formações profundas, geralmente separadas dos lençóis freáticos por mais de um quilômetro de rochas impermeáveis, ??que pesam bilhões de toneladas. Também são usadas várias camadas de aço e cimento para isolar o abastecimento de água e 99% do líquido usado no processo é constituído de água e areia, combinada com uma pequena quantidade de aditivos químicos.
Quando se trata de terremotos, tem havido alguns casos isolados de sismos induzidos pelo processo de fraturamento hidráulico, mas são extremamente raros e não são grandes o suficiente para serem sentidos, muito menos para causar danos. Na verdade, a maioria deles está realmente relacionada à injeção de águas residuais e não só do fraturamento hidráulico em si. No geral, os riscos dessa tecnologia têm sido administrados com sucesso pela indústria por muito tempo. O setor é bem regulado nos Estados Unidos e eu confio que esse será o caso também no Brasil.
Já há ações nesse sentido?
O mais importante é seguir a regulamentação estipulada. Por exemplo, operadores têm que seguir diretrizes rígidas e vários procedimentos e práticas para proteger o meio ambiente, incluindo regulamentos locais, estaduais e federais para garantir que os poços sejam construídos com várias camadas de aço e cimento para proteger os recursos hídricos subterrâneos e para o monitoramento das atividades. Além de seguir as regras existentes, a indústria de petróleo e gás continua aperfeiçoando e melhorando suas práticas de gestão de risco. Ela gasta bilhões de dólares a cada ano para mitigar os potenciais impactos e aumentar a segurança e os protocolos ambientais, por exemplo, por meio de esforços de pesquisa e desenvolvimento. A indústria está sempre se aprimorando e trabalhando com reguladores e interlocutores públicos para melhorar suas operações, ao mesmo tempo em que continua proporcionando a energia de que nós dependemos todos os dias.
O aumento da exploração desses recursos não convencionais pode afetar de alguma maneira o pré-sal?
Na teoria, o aumento da exploração de recursos não convencionais poderia sim tornar o pré-sal economicamente inviável. O pré-sal é um grande desafio, com grande parte da exploração em subsolo marinho. Mas prefiro acreditar que se continuarmos investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias especificas para grandes profundidades, a exploração de recursos não convencionais não inviabilizará o pré-sal. Inclusive, temos que pensar que a demanda por energia só aumentará nos próximos anos.
A menor vida útil dos campos de petróleo e gás não convencional pode acarretar uma bolha de investimentos nesses recursos?
Existem muitas opiniões a respeito, mas acredito que não. Acho que a exploração de petróleo e gás não convencional veio para ficar. A demanda mundial só aumenta e acho que o preço e a economia do mercado determinarão a quantidade de investimentos destinados a esses recursos.
A exploração desses recursos seria suficiente para o Brasil se tornar exportador de gás?
No Brasil, as reservas não convencionais são consideradas significativas. Mas temos uma infraestrutura pouco desenvolvida e um mercado de gás natural ainda emergente. Realmente será um grande desafio produzir gás natural a baixo custo e com eficiência. Teremos um longo caminho pela frente, mas acho que o Brasil pode se tornar um exportador de gás. Alguns fatores vão contribuir para que isso aconteça ou não, principalmente o ritmo do desenvolvimento desses recursos, a nossa infraestrutura e as políticas de eficiência energética.
Existem estimativas confiáveis do volume de reservas de petróleo e gás não convencional no país?
Acredito que sim. Existem cálculos otimistas e outros nem tanto. Entretanto, a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o Brasil tenha reservas de gás de xisto de aproximadamente 245 trilhões de pés cúbicos (cerca de 6,9 trilhões de metros cúbicos).
Excelente entrevista. Clara e objetiva. Parabéns .
FRATURAMENTO HIDRÁULICO NO BRASIL # HYDRAULIC FRACTURING IN BRAZIL
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