LOCAR MIRA NOVOS NEGÓCIOS NO SETOR OFFSHORE BRASILEIRO
Muitas empresas que têm negócios dentro do mercado de óleo e gás estão em compasso de espera, em busca da melhoria do cenário da indústria para novamente pensarem em crescimento. Mesmo assim, isso não impede estas companhias de traçarem os caminhos que irão trilhar na hora da retomada do segmento. Este é o caso da Locar, do setor de movimentação de cargas. O vice-presidente comercial da companhia, Henrique Bravo, explica que a Locar vê hoje com bons olhos as futuras oportunidades que surgirão em breve no setor offshore brasileiro. “Nós temos uma expectativa com este setor, não só com a Petrobrás, mas com todas as outras empresas que poderão se tornar operadoras no futuro“, comentou. A Locar também tem planos de colocar em plena atividade a sua balsa lançadora de tubos para águas rasas, um projeto que recebeu R$ 200 milhões em investimentos. Além do setor de óleo e gás, a Locar mira também o mercado de mineração, com um contrato com a Vale, no Complexo de Tubarão (ES), para movimentação de cargas pesadas.
Como está a atuação da empresa no setor de óleo e gás atualmente?
A atuação de todo mundo do setor está muito reprimida. O que nos mantém ainda com alguns negócios são os contratos permanentes com a Petrobrás e com alguns fornecedores, como GE e Technip, muito mais voltados à área marítima. Essas companhias tem contratos de fornecimento com a Petrobrás e, com isso, atendemos demandas dessas fornecedoras. O mercado foi para baixo desde que a Lava Jato começou. Havia uma demanda muito grande das sondas e tínhamos participação em diversos estaleiros. Com a operação da Polícia Federal, a atividade no mercado simplesmente parou.
Quais são os principais projetos em andamento?
Com a Petrobrás, temos contratos em Macaé (RJ) e São Mateus (ES), com duração até 2019, além das paradas de refinarias. Recebemos algumas propostas dentro da Petrobrás, que fez solicitações para usar alguns dos nossos equipamentos – fez essas solicitações para ter parâmetros na hora de fazer licitações. Temos também contrato para fornecimento de operações para plataformas. Possuímos oito embarcações para esse negócio, que levam pessoas e suprimentos para as plataformas da estatal. Esse é um contrato que tem ainda mais quatro ou cinco anos de duração.
E em relação às oportunidades no offshore? A empresa tem algo à vista?
Temos uma expectativa com este setor, não só com a Petrobrás, mas com todas as outras empresas que poderão se tornar operadoras no futuro. A Shell, por exemplo, tem um grande plano de investimentos de US$ 10 bilhões nos próximos anos. Temos que esperar ainda um pouco mais para saber quando, efetivamente, essas empresas vão investir. Mas é claro que, hoje, se existe um segmento para escolher como foco, seria esse de offshore.
Como a empresa planeja crescer dentro do setor de óleo e gás?
Na verdade, o nosso crescimento desse segmento depende do crescimento do próprio negócio. Numa reunião que tivemos com a Petrobrás, foi nos dito que eles não esperam crescimento até 2018. Sendo assim, vamos também ficar estáveis até lá. A Petrobrás prevê um crescimento, ainda pequeno, só depois daquele ano. Até lá, estaremos preparados para a retomada. Além disso, teremos os novos players, já que tivemos as mudanças na regulação recentemente que permitirão as empresas de fora serem operadoras no pré-sal.
Quais as novidades para este ano da Locar para o setor de óleo e gás?
Nós temos uma balsa lançadora de tubos para águas rasas, a única fabricada no Brasil. Chama-se Locar Pipe. Recebeu investimentos de R$ 200 milhões e que está preparada para atender exigências da Petrobrás. Fizemos um planejamento para este ativo, mas com a demanda fraca, não tivemos ainda uma aplicação. Estamos aguardando os movimentos da Petrobrás. Esperamos novidades em relação à Locar Pipe no segundo semestre.
Além dos R$ 45 milhões investidos recentemente pela Locar, estão previstos novos aportes para a aquisição de equipamentos?
Temos planos para fazer, mas não temos nada decidido. Hoje, não temos no orçamento uma verba para investimentos. Mas, se as coisas acontecerem, lançaremos mão de alguns investimentos sim. Sendo que, para isso, o mercado tem que andar da forma que imaginamos.
E em relação ao contrato da empresa com a Vale, no Complexo de Tubarão? Como está este projeto?
Nos já tínhamos feito essa operação para a Vale há quatro anos. Houve uma nova licitação e ganhamos. Estamos agora ainda em fase embrionária de implantação. Neste contrato, fazemos toda parte de movimentação interna de cargas pesadas. Estamos vendo agora o setor de mineração com ânimo. O preço do minério de ferro não é ainda o ideal, mas já há mais interesse.
Quais são as perspectivas para 2017?
Acreditamos que é um pouco do lado do empresário brasileiro o otimismo. A expectativa é de que no segundo semestre tenhamos uma demanda um pouco melhor, com as obras que vão começar. Não serão naqueles volumes que tivemos em 2012 e 2013, mas com certeza serão em níveis melhores em relação ao ano passado. Estamos apostando nisso.
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