SETOR NAVAL CONCENTRA CONTRATAÇÕES PARA O PRÉ-SAL | Petronotícias




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SETOR NAVAL CONCENTRA CONTRATAÇÕES PARA O PRÉ-SAL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

Giovanna Nabuco Dantas, gerente de operações da Nes Global Talent

Se o pré-sal ainda não oferece tantas chances para profissionais da cadeia de serviços como deverá oferecer nos próximos anos, os setores que estão envolvidos na preparação para a exploração da área estão oferecendo diversas oportunidades. Essa é a visão da Nes Global Talent, empresa que atua na colocação de mão de obra especializada nos setores de petróleo, gás, energia e de infraestrutura. De acordo com a gerente de operações, Giovanna Nabuco Dantas, a estimativa é que o pré-sal só deverá gerar demanda por mão de obra de empresas de serviços no final de 2014. Até lá, o setor naval é a “bola da vez”, segundo a gerente de desenvolvimento de negócios da Nes, Raquel Cordeiro, uma vez que este segmento está intimamente relacionado ao processo de preparação para exploração do pré-sal, com a construção de navios, sondas e outros ativos. A Nes Global Talent, cuja sede fica na Inglaterra, tem escritórios na África, no Oriente Médio e planeja expandir sua atuação na América Latina, com o recente início de operações na Colômbia e na Argentina.

Como funciona o processo de recrutamento realizado pela empresa?

Giovanna: Nós atuamos nos mercados de petróleo, gás, energia e de infraestrutura, fazendo a colocação de mão de obra nestes segmentos. Porém, os profissionais dessas áreas precisam ser muito especializados e, algumas vezes, não conseguimos encontrar pessoas qualificadas no Brasil. Então, nós recrutamos pessoas de outros países, já que a Nes Global Talent possui escritórios em mais de 40 países. A gente cuida não apenas do recrutamento, mas de toda a parte de legalização no país, auxiliando no credenciamento técnico adequado. 

Quais os profissionais vocês recrutam?

Giovanna: Os profissionais de todas as disciplinas da engenharia. Todo projeto de óleo e gás possui um ciclo de vida, com diversas fases: a analise sísmica, perfuração, subsea, entre outras. A Nes Global Talent recruta os engenheiros envolvidos nesses processos. Atualmente, nós temos um banco de dados de mais de 350 mil engenheiros.

A Nes Global Talent encontra dificuldade ao procurar por profissionais no Brasil?

GiovannaO grande problema é que muitos profissionais do país, apesar de serem qualificados, não possuem o domínio do inglês. Existem profissionais, com mais de 25 anos de experiência, que começaram a atuar num mercado onde a realidade era outra e o inglês não era exigido. Contudo, hoje existe essa exigência e isso nos obriga a buscar profissionais no exterior.  

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Raquel Cordeiro, gerente de desenvolvimento de negócios da Nes

Como está a oferta de mão de obra no Brasil atualmente?

GiovannaO momento atual não é bom. Algumas grandes empresas, principalmente as de serviço, estão realizando demissões em massa. As empresas de serviço que vão trabalhar em Libra, por exemplo, só devem começar a atuar daqui a dois anos. 

Raquel: Quando uma grande empresa tem problemas financeiros, como tem acontecido com o grupo X, todos os contratos com empresas de serviços são prejudicados. Somado a isso, temos ainda a redução de investimentos da Petrobrás, que também influencia para a menor demanda de mão de obra. Nesse momento, o que entendemos como “bola da vez” é a indústria naval, já que ela está em movimento por conta da preparação para o pré-sal. 

E o Brasil possui mão de obra suficiente para atender o mercado naval?

Giovanna: A engenharia naval é uma disciplina muito complicada no Brasil, já que são cerca de 40 engenheiros formados por ano no país. Nós teremos uma demanda muita alta para uma formação de profissionais muito baixa no país. 

Até que ponto a exploração no campo de Libra vai melhorar o cenário de contratações?

GiovannaLibra é a “joia da coroa”. É o maior campo de recursos que existe. Eu acredito que vai ocorrer uma explosão de necessidade de mão de obra específica. Não tem como afirmar, mas eu estimo que no final de 2014 deve voltar a ocorrer uma contratação em massa. Libra agora está na fase inicial, em que não há necessidade de muita mão de obra. Porém, quando começar a fase de perfuração, por exemplo, é aí que as empresas de serviços, cujo custo com mão de obra é de quase 40%, serão solicitadas . 

Quais são os próximos projetos da Nes Global Talent?

Giovanna: O foco é expandir a atuação na América Latina. O nosso primeiro escritório no continente foi no Brasil e já estamos com operações na Colômbia e na Argentina.

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Ricardo SalloumGiovanna Dantasengº Marcelo Araujo da Silva Recent comment authors
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engº Marcelo Araujo da Silva
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engº Marcelo Araujo da Silva

Sem querer ofender ninguém. Esta é uma entrevista típica de quem está iniciando na área e não conhece a dinâmica do nosso mercado. Aparenta muito uma empresa de RH interessada em montar banco de dados de CV sem nenhuma vaga concreta no tema que apresenta. Deficiência de “inglês”? Esta é uma afirmação totalmente incompatível com o nosso mercado de engenheiros. Giovanna há uma distância “tempo” muito grande entre o martelo da Dilma\Graça Foster e o nossos celulares tocarem convocando para uma entrevista para uma vaga autêntica. Os processos licitatórios vão muito mais além da técnica. São tantos políticos interessados no… Read more »

Giovanna Dantas
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Giovanna Dantas

Prezado Marcelo, Em relação ao seu comentário, gostaria de informá-lo que a NES Global Talent tem mais de 30 anos de atuação no mercado e atendemos exclusivamente aos setores de infraestrutura, óleo e gás e energia. Estamos presentes em mais de 40 países e temos contratos globais com os maiores players dessas indústrias, além de mais de 350.000 currículos em nosso banco de dados. Diante da realidade do mercado: investimento abaixo do estimado para obras de infraestrutura, a crise instaurada no grupo “X” – que por sinal tem lançado ao mercado ótimos profissionais que se encontram desempregados -, a Petrobrás… Read more »

Ricardo Salloum
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Ricardo Salloum

Gostaria apenas de dizer que concordo com a visão do mercado atual muito bem apresentada pela Giovanna. Nos últimos 6 anos tenho colaborado na implantação de Engenharia em novos estaleiros em PE e agora no RJ, e percebi a falta de profissionais técnicos seniores com domínio do inglês e até mesmo com dificuldade de adaptação multicultural pois a área naval no Brasil de hoje depende de acordos tecnológicos com asiáticos e europeus. Também confirmo ter sido contatado recentemente pela Raquel para uma oportunidade real.