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TECNOLOGIA DA PRIMA-7S SERÁ AVALIADA POR PETROBRÁS E CTDUT EM 2014

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br)

José de Jesus - Prima7sNascida em 2007, no laboratório de Fotomecânica da Puc-Rio, e aprovada pela Incubadora de Empresas da mesma universidade, a Prima-7S já de início teve um projeto aceito por um programa de fomento da Finep, o CT-Petro, para desenvolvimento de um software de confiabilidade estrutural para dutos. Em setembro de 2008, a empresa foi legalmente constituída e registrada na Junta Comercial do Rio. Segundo o colombiano José de Jesus (foto), formado em engenharia de materiais na Colômbia e pós-graduado em engenharia mecânica na PUC Rio, o foco da empresa é basicamente a análise de tensões, confiabilidade estrutural e avaliação de integridade, em diversos setores industriais. Para Leonardo Dantas Rodrigues, diretor da empresa, a grande expectativa para 2014 está no convite recebido para que a Prima-7S seja submetida a testes de qualificação da Petrobrás e do CTDUT. Entre cinco convidadas, a Prima-7S será a única com tecnologia nacional de reparos.

Como se dá esse serviço?

José de Jesus: Fazemos avaliações de diferentes equipamentos, como dutos, vasos de pressão, tanques de refinarias etc, que, com o tempo, vão perdendo sua vida útil. Nosso trabalho é como o de um médico que avalia um paciente. Por meio dos exames, ele avalia se a pessoa está bem ou mal, se necessita de remédio, se é questão grave de vida ou morte, quanto tempo lhe resta ou o que falta para que seja fisicamente saudável. Os diferentes métodos de inspeção equivalem aos exames. Às vezes, os exames também são parecidos: raio-X, ultrassom, tomografia. Por meio dos laudos de inspeção, verificamos se os equipamentos ainda estão aptos para operar. Além disso, podemos saber qual será o remédio ou o reparo adequado.

Além de avaliar as estruturas, a empresa também faz a recuperação?

José de JesusGeralmente fazemos apenas as recomendações, realizando laudos técnicos e consultoria, a partir de informações adquiridas das empresas que fizeram as inspeções. Os reparos das estruturas são feitos por outras empresas. Para isso, é preciso conhecer o histórico dos equipamentos: saber desde o projeto inicial até o local em que foi montado ou construído.

Leonardo Rodrigues: Somos uma empresa basicamente de consultoria. Desenvolvemos a solução para determinado problema estrutural e, posteriormente, buscamos quem se interesse e tenha corpo técnico suficiente para aplicá-la. Fazemos a análise dos dados de inspeção, mas também temos o projeto de novos reparos.

Mas as atividades se concentram na avaliação de equipamentos da área de petróleo e gás?

José de Jesus: Na verdade, avaliamos não só equipamentos do setor de óleo & gás, mas também itens de uma forma geral, como guindastes no setor de mineração, ou mesmo equipamentos do setor energético. Os danos desses materiais são variados. Geralmente são produtos acometidos por corrosão, trinca, danos por interferência de terceiros, por operações incorretas, ou mesmo provocados por outras pessoas. Podemos ir direto ao local ou fazer à distância. Muitas vezes é bom estar presente no campo.

Vocês já atuaram para quais empresas?

José de Jesus: Petrobrás, Vale, Eletronuclear, San Marco (que transporta minério de ferro), a Imerys (que transporta caulim no Pará). Esse pó é usado na fabricação de tintas e de papel. 

Pode citar algum caso específico de corrosão?

José de Jesus: Todas as empresas costumam ter, é rotina. Por isso mesmo, as companhias também têm um planejamento de revisão, sabendo de quantos em quantos anos é preciso inspecionar seus equipamentos. Aí depende da agressividade [da corrosão sobre as estruturas]. O prazo máximo, conforme a norma, é de cinco anos; mas diversas empresas preferem fazer a cada dois anos, para ter uma tranquilidade, de forma a ter tempo suficiente de fazer os reparos necessários e cumprir as recomendações técnicas. 

Além do Brasil, vocês já atuaram em empresas de outros países da América do Sul?

José de Jesus: Já trabalhamos na Bolívia, à distância. De vez em quando, nosso serviço é contratado por lá.

Qual é a expectativa da empresa para o ano novo de 2014?

Leonardo Rodrigues: Participaremos de uma avaliação da Petrobrás para qualificar diferentes fornecedores. Os testes serão realizados pelo CTDUT, em Duque de Caxias. Estamos honrados: entre cinco convidadas, a Prima-7S é a única com tecnologia nacional, contando com recursos do CNPQ e da Faperj. Até existe outra companhia com escritório no Brasil, mas a tecnologia usada por eles é internacional.

Qual será a solução testada pela Petrobrás e pelo CTDUT?

Leonardo Rodrigues: São reparos de fibra de carbono. A variedade de substâncias é imensa, mas nem todos os tipos de fibra, de resina e demais materiais usados no segredo industrial funcionam efetivamente no reparo de dutos. No teste, serão avaliadas as soluções de reparo em dutos danificados de verdade. Se o reparo resistir à pressão, ele está validado. Estamos com uma boa expectativa após esse convite da Petrobrás.

Existe alguma outra novidade da Prima-7S para 2014?

Leonardo Rodrigues: Além disso, estamos desenvolvendo um projeto conjunto com a Puc-Rio, envolvendo uma coluna inteligente de injeção de gás, usado para estimular a produção de óleo e gás no poço. À medida que a produção de um poço avança, o petróleo perde pressão. A injeção de gás otimiza essa produção.

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