ROTAR SOLAR APOSTA NA EXPANSÃO DA ENERGIA SOLAR NO ESTADO DE GOIÁS
A Rota Solar, uma iniciativa que está cruzando o Brasil para promover eventos para debater as vantagens da energia gerada a partir do sol, chegará em breve à Goiânia para para mais um curso sobre a fonte. Hoje, Goiás ocupa apenas a 12ª posição no ranking de estados com mais unidades consumidoras com geração própria a partir de minigeração solar. Mas o governo estadual já apresentou propostas para dar mais incentivo ao setor. O engenheiro Carlos Faria Café, que faz parte da Rota Solar, detalhou o potencial fotovoltaico de Goiás. “Em geral, 1 kW pode produzir em Goiânia entre 130 e 140 kWh de energia elétrica por mês e ocupa uma área de telhado de 8 a 12m² dependendo da tecnologia“, afirmou.
Qual será o principal foco de produção do aproveitamento da energia solar em Goiás?
O potencial de geração de energia a partir do sol é bastante amplo e pode ser aproveitado nos telhados das edificações residenciais, comerciais e industriais, bem como em usinas montadas no solo. Basicamente, este potencial pode ser aproveitado para gerar energia elétrica por meio dos módulos fotovoltaicos e para gerar calor por meio dos aquecedores solares.
Onde deverá ser a aplicação? Indústrias, casas ou condomínios?
A aplicação da energia solar pode ser destinada a todos consumidores que desejam produzir sua própria energia elétrica como uma forma de reduzir os custos associados à energia.
Há planos para construção de miniusinas ou usinas?
Em todas cidades do país há inúmeros projetos sendo desenvolvidos. Em menor escala, há os projetos de casas bem pequenas que com 1 a 5 módulos solares no telhado podem produzir praticamente toda energia que precisam. Projetos com potência de até 75 kW de capacidade é o que chamamos de microgeração solar e atendem a residências e pequenos comércios e indústrias.
Qual a relação de espaço utilizado por MW gerado?
Em geral, 1 kW pode produzir em Goiânia entre 130 e 140 kWh de energia elétrica por mês e ocupa uma área de telhado de 8 a 12m² dependendo da tecnologia. Uma usina de 1 MW deve ocupar uma área de 1 hectare.
Há planos para fábricas de placas?
Há algumas iniciativas no Brasil e em Goiânia da estruturação da cadeia produtiva de equipamentos para o setor de energia solar fotovoltaica, mas grande parte das tecnologias utilizadas ainda são importadas.
Há planos para importação? De onde?
Grande parte do abastecimento do mercado interno de energia solar é de origem internacional tendo China, EUA, Alemanha e Japão como principais fornecedores.
Em quanto tempo o uso de energia passa a ser econômico?
A energia solar fotovoltaica é econômica desde o primeiro dia de uso, pois é talvez um dos únicos eletrodomésticos que apresenta viabilidade financeira e que tem um payback. Praticamente nada que é comprado para uma casa tem um retorno de investimento. Esta pergunta leva o consumidor a um engano, pois não se pergunta algo do tipo quando um usuário vai comprar um carro ou mesmo quando vai comprar energia elétrica de uma distribuidora de energia. Não há uso econômico do carro ou da energia hoje comprada da companhia de energia. A energia solar é uma medida de economia de energia que apresenta um retorno financeiro hoje melhor que muitos investimentos de baixo risco, com retornos que podem ser menores que 4 anos de payback para uma tecnologia que vai produzir energia nos telhados dos consumidores por mais de 20 anos.
Há entendimentos para a distribuidora de energia local comprar a energia gerada e colocar na rede?
As distribuidoras de energia elétrica atuam com os consumidores em uma relação de compensação de energia (net metering) trocando créditos de energia no mesmo valor da tarifa que os usuários compram energia da cia de eletricidade. Não há uma relação de compra de energia gerada como há em outros países no início do desenvolvimento dos mercados como forma de incentivo. O mercado ainda está em fase de maturação e crescerá de forma exponencial nos próximos anos. A relação de compensação entre consumidores e companhias de energia deve melhorar nos próximos anos quando os consumidores começarem se integrar à rede de energia oferecendo mais serviços que melhorem a qualidade e segurança da rede elétrica. A energia solar traz inúmeros benefícios para a rede elétrica e para os consumidores como um todo e estes valores precisam ser disseminados na sociedade, consolidados nas políticas públicas para que não sejamos surpreendidos com políticas que criem dificuldades, absurdos impostos sobre o Sol, legislações que somente favoreçam às grandes corporações em detrimento dos consumidores e produtores de energia.
Realmente é um setor que ainda está engatinhando e que necessita de mais incentivos, principalmente em relação a linhas de financiamento com taxas mais atrativas e incentivos públicos.