SHELL INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS NO BRASIL PARA REDUÇÃO DE CUSTOS COM INSPEÇÕES SUBMARINAS | Petronotícias




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SHELL INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS NO BRASIL PARA REDUÇÃO DE CUSTOS COM INSPEÇÕES SUBMARINAS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Rosane ZagattiDe olho no pré-sal brasileiro, a Shell está investindo em pequisa e desenvolvimento de tecnologias que vão garantir que as inspeções em campos submarinos de petróleo e gás sejam mais baratas – inclusive no pré-sal. Recentemente, a companhia concluiu testes de um novo veículo autônomo submarino e agora está iniciando a nova fase do projeto. De acordo com a  gerente de tecnologia submarina da Shell, Rosane Zagatti, uma empresa já foi selecionada para fabricar e disponibilizar o veículo, chamado de Flatfish. A expectativa é de que as negociações sejam concluídas e o contrato com essa fabricante seja assinado nos próximos três meses. “Esperamos uma redução entre 30 e 50% dos custos de inspeção. Com essa operação sendo mais barata, vamos usar de forma mais frequente com várias outras aplicações futuramente, como, por exemplo, a detecção de vazamentos“, explicou a executiva. Além disso, a Shell também está trabalhando em um projeto de robótica para fazer inspeções em tanques de FPSOs, também com foco no corte de gastos com operações do tipo.

Explique um pouco sobre o projeto Flatfish.

Nós trabalhamos desde o começo do projeto com o SENAI-Cimatec e também com o DFKI (Centro Alemão de Pesquisa para Inteligência Artificial). Fizemos o treinamento de pessoal para desenvolver este projeto no Brasil totalmente. Numa primeira fase, fizemos o treinamento, o primeiro protótipo do Flatfish e o teste em tanque oceânico na Alemanha. Aliás, uma das coisas mais importantes deste projeto foi o desenvolvimento de competência das pessoas, área em que o Brasil carece bastante ainda. Essa equipe que vem trabalhando no projeto é bem jovem e teve a oportunidade de aprender na Alemanha. Depois, voltaram ao Brasil, montaram outro protótipo aqui e realizaram os testes no oceano no País. 

E como foram feitos esses testes?

Foi contratado um catamarã, onde a equipe do projeto se instalou. Cerca de 18 pesquisadores ficavam dentro deste barco, fazendo ajustes de software. No teste, o veículo tinha que seguir um pipeline. Testamos essa missão: o Flatfish era lançado do barco, fazia a inspeção do pipeline e retornava ao ponto inicial. Esses testes foram feitos na Bahia. Com isso, praticamente concluímos a fase 2 do projeto, faltando apenas questões de documentação. 

Quais serão as próximas fases do projeto Flatfish?

Feito isso, vamos agora para a fase 3, que abrange a industrialização e comercialização do produto. Vamos finalizar a qualificação, fazendo um teste numa instalação real. Depois de feitos esses testes, nossa meta é colocar essa solução no mercado. Nós começamos um processo de identificação de empresas que pudessem trabalhar conosco para transformar esse protótipo em produto. Fizemos uma identificação no mercado e contactamos 15 empresas. Destas, 13 mostraram interesse. Nós escolhemos quatro companhias desta lista no ano passado e solicitamos as propostas. São empresas de porte, que atuam no Brasil e fora também. E agora, iniciamos a negociação com uma dessas empresas. Essa companhia faria a qualificação do Flatfish, fazendo os testes em campo, e depois começaria a produção e comercialização.

Mas a Shell vai comercializar o produto?

Não, não iremos vender. Queremos comprar este serviço do mercado. Desenvolvemos este projeto no Brasil, usando os recursos oriundos da cláusula de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP); e também da Embrapii. Queremos fazer testes no País para utilizá-lo aqui, no pré-sal. Esperamos uma redução entre 30 e 50% dos custos de inspeção. Com essa operação sendo mais barata, vamos usar de forma mais frequente com várias outras aplicações futuramente, como, por exemplo, a detecção de vazamentos.

Quais são as vantagens do Flatfish?

Hoje, as operações com ROV exigem um barco de apoio, que tem um custo em média de US$ 100 mil por dia. Mas com o Flatfish, o operador do veículo define uma missão para o veículo e não depende de um barco de apoio para estar próximo da operação. Este operador pode programar essa missão da unidade flutuante como também de um escritório. Após programada a missão, o Flatfish faz a inspeção, volta para sua garagem submarina e manda os dados para o topside. 

Quando os próximos testes serão realizados?

Essa empresa selecionada por nós terá de fazer a qualificação do produto tanto para águas rasas quanto para profundas. E nosso plano é de ter esse veículo fazendo os testes para águas rasas em 2018 e em águas profundas em 2019.

Como andam as negociações envolvendo a comercialização do projeto?

Não tenho previsão, mas nós gostaríamos de ter o contrato assinado nos próximos três meses.

A Shell também tem novos projetos incluindo robótica para inspeção de tanques de FPSO?

A ideia deste projeto é usar um robô que faria a inspeção do casco e da parte inferior do tanque. Serão 30 meses para desenvolver essa ferramenta que vai ajudar a fazer inspeções mais eficientes e reduzindo custos.

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Antonio
Visitante
Antonio

Faltou explicitar que o desenvolvimento do Flatfish foi iniciativa da BG, empresa posteriormente adquirida pela Shell, a qual está dando prosseguimento ao projeto.
Cabe destacar o nível de excelência que tem sido demonstrado pelos pesquisadores do SENAI/CIMATEC/BAHIA, onde, também por conta de investimentos com verba de P&D, a BG instalou o mais potente supercomputador da América Latina, na época.
Um grande acerto da BG, mantido pela Shell, que deve ser seguido por outras grandes operadoras, desenvolvendo localmente soluções com aplicação em escala mundial.

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[…] a Shell, o objetivo desta nova parceria é expandir o relacionamento já estabelecido na Bahia, onde desenvolveram em conjunto o Flatfish, para toda a rede nacional de institutos Senai de inovação, que foi concebida para atender a […]