EPE APONTA RISCOS DE DANOS E REDUÇÃO DE EFICIÊNCIA EM INFRAESTRUTURAS DO SETOR ELÉTRICO POR CAUSA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS | Petronotícias





EPE APONTA RISCOS DE DANOS E REDUÇÃO DE EFICIÊNCIA EM INFRAESTRUTURAS DO SETOR ELÉTRICO POR CAUSA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

53222309140_491601cf2a_cA semana começa com atenções voltadas ao Rio Grande do Sul, especialmente após as fortes chuvas que voltaram a cair no estado durante o final de semana. Segundo o último balanço do Ministério de Minas e Energia (MME), divulgado ainda na noite de ontem (12), 269 mil unidades consumidoras seguem sem suprimento energético no estado. Diante da situação dramática, projeções climáticas e seus potenciais impactos estão sendo discutidos e avaliados no planejamento de longo prazo do setor elétrico, auxiliando no desenvolvimento de um sistema capaz de manter suas funções em cenários adversos. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou nos últimos dias uma nota técnica que discute o fortalecimento da resiliência do setor elétrico em resposta às mudanças climáticas. De acordo com o documento, alguns dos potencias impactos no segmento incluem danos às infraestruturas que causam a interrupção ou falha no fornecimento de energia elétrica ou até mesmo redução da eficiência de equipamentos e estruturas dos sistemas elétricos.

Os sistemas elétricos também são vulneráveis a ocorrência de eventos climáticos extremos, como, por exemplo, secas, ondas de calor, incêndios, tempestades, inundações e deslizamentos de terra, que podem levar a danos físicos às estruturas de geração e transmissão e reduzir a eficiência. De acordo com IEA (Agência Internacional de Energia) em diversos países o aumento da frequência e intensidade de eventos extremos são a causa dominante de grandes interrupções no fornecimento de energia elétrica”, diz a nota técnica elaborada pela estatal, que é presidida por Thiago Prado.

fe2c4fd4-cd31-441c-980a-f83d914f4c7cEm relação à demanda de energia elétrica ocorrerá um aumento no consumo de energia elétrica para refrigeração em resposta às mudanças climáticas, sobretudo em regiões quentes, reduzindo, por sua vez, a demanda para aquecimento. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estudos recentes relatam impactos significativos, com os setores comercial e industrial e a penetração substancial de ar condicionado impulsionando esse aumento na demanda de energia. Ainda, espera-se um aumento na demanda para compensar as perdas de energia causadas pela redução da eficiência dos equipamentos citada no parágrafo anterior.

Além disso, a EPE afirma que do ponto de vista da oferta de energia, o aumento das temperaturas leva a uma diminuição na eficiência da geração. Isso é válido para uma série de tecnologias, incluindo usinas termelétricas e solares fotovoltaicas. Além disso, as altas temperaturas associadas a períodos de “calmaria de ventos” impactam diretamente na diminuição da condução de energia através dos cabos das linhas de transmissão.

4868001_0a6c437b4c13cedAs mudanças climáticas e, sobretudo, os eventos climáticos extremos podem impactar estruturas ou componentes em uma escala de projeto. Entretanto, destaca-se que a combinação dos elementos deve ser capaz de contornar as perturbações e manter seu funcionamento de forma sistêmica. Assim, do ponto de vista do planejamento, busca-se traçar estratégias que tirem proveito da diversidade do sistema elétrico de maneira integrada”, afirma a EPE.

Assim, a empresa de planejamento aponta que a resiliência se apresenta não só como conceito, mas também como possibilidade metodológica para avaliar os riscos aos quais o Sistema Interligado Nacional (SIN) está exposto, diagnosticar suas vulnerabilidades e entender sua capacidade de resposta e adaptação frente às mudanças graduais do clima e ao aumento da incidência de eventos extremos. “Nesse sentido, torna se cada vez mais imprescindível que as projeções climáticas e seus potenciais impactos sejam discutidos e avaliados no planejamento de longo prazo do setor, auxiliando no desenvolvimento de um sistema capaz de manter suas funções em cenários adversos”, concluiu.

SITUAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL

c51c53f7-c23b-4a10-a660-dc685e717090Nos próximos dias, está programada a chegada de mais mil profissionais de todo o país para se juntarem aos 4 mil trabalhadores do estado, que estão envolvidos na manutenção da rede elétrica. O mais recente balanço do Ministério de Minas e Energia (MME) indica que outros 31 mil clientes tiveram o fornecimento de eletricidade restabelecido. Com isso, o número de unidades consumidoras que voltaram a ter energia elétrica neste fim de semana subiu para 112 mil. No momento, apenas o município de Boqueirão, com 6,5 mil unidades consumidoras, permanece completamente sem o serviço.

O sistema de alta tensão está sendo gradualmente restabelecido à operação, visto que ainda há danos em 40 ativos. Simultaneamente, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está colaborando com o Procon-RS para avaliar os preços do gás de cozinha. Essa ação foi iniciada após um ofício enviado pelo MME em 10 de maio. Indústrias, hospitais e grandes estabelecimentos comerciais têm o fornecimento de gás natural garantido pela SulGás.

Além disso, foi autorizada, até 31 de maio, a cessão de espaço em tancagem entre distribuidores de combustíveis líquidos nos municípios de Canoas e Esteio. Até junho, está permitida a comercialização de etanol anidro fora das especificações no Oleoduto Paraná-Santa Catarina (OPASC).

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