EPE E ONS DEBATEM O SMART GRID E OS NOVOS DESAFIOS DA REDE ELÉTRICA EM FÓRUM LATINO AMERICANO EM SÃO PAULO | Petronotícias




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EPE E ONS DEBATEM O SMART GRID E OS NOVOS DESAFIOS DA REDE ELÉTRICA EM FÓRUM LATINO AMERICANO EM SÃO PAULO

smart gridFoi realizado o primeiro dos dois dias do Fórum Latino-Americano de Smart Grid, que teve seu início hoje(11) em São Paulo e segue até o final da tarde de amanhã(12), onde a EPE e a NOS debatem os desafios que vão encontrar no futo da rede elétrica:  “Baterias já são consideradas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) como uma alternativa atraente para a contratação em futuros leilões de energia, visando trazer maior segurança à rede“. Este é o pensamento da presidente da EPE, Ângela Livino( foto principal), ressaltando que  a definição – ou não – sobre essa contratação cabe ao Ministério de Minas e Energia. Já o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, defendeu que “uma maior integração do ONS com as distribuidoras, para se chegar a uma maior previsibilidade do sistema, é desejável“. O Fórum deste ano, entre vários temas, discute a inserção eficiente da geração distribuída (GD) na rede elétrica, bem como a complexidade da gestão de diferentes fontes de energia renováveis e outros recursos distribuídos de energia. Também está na pauta a adoção de um sistema inteligente de rede elétrica (smart grid), que garanta um modelo tarifário mais justo socialmente, bem como a integração de edifícios e casas inteligentes com a rede de distribuição, além do uso estratégico de Inteligência Artificial generativa no setor elétrico.

No painel de abertura do Fórum ficou claro que a crescente complexidade do setor elétrico tem trazido desafios às autoridades, em busca de uma maior adequação dassmart ons projeções à rápida transformação em curso. Segundo Ângela, a EPE, até 2016, só estudava as questões de energia e carga. Mas para prover a segurança do sistema, foi importante levar-se em conta, ainda, estudos que tivessem a potência como foco. E, mais recentemente, ainda, os requisitos de flexibilidade: “Hoje já temos estudos por quadrimestre levando em conta as características sazonais de carga”, diz. Segundo ela, os estudos apontam para leilões de grande porte em 2023 e 2024, que demandarão R$ 50 bilhões em investimentos. “É o investimento compatível para a necessidade de expansão“, diz. No entanto, ela também  chamou a atenção para a necessidade de uma maior racionalidade do sistema de acesso à rede de transmissão. E, ao invés de se buscar grandes expansões da rede, recomendou que o País centrasse o seu smart 1olhar sobre algumas regiões específicas e seus gargalos.

A sobrecontratação do sistema elétrico também foi endereçada pela presidente da EPE. Segundo ela, para mitigar o problema, a EPE tem recomendado a realização de leilões de ajustes entre as distribuidoras, realizado análises da oferta de energia, de revisão de garantias físicas e sugerido a não realização de leilões: “Temos conversado, também, com o Comitê de Monitoramento do setor elétrico, acompanhando de perto esta questão, de forma a reduzir a indicação de oferta“, garantiu. Informou, também, que a EPE está estudando um modelo de projeção levando em conta os impactos da micro e da mini geração para um eventual abatimento da carga. E evoluindo para modelar uma projeção futura de potência.

Ciocchi(foto a direita), do Operador Nacional do Sistema Elétrico, concordou com a necessidade de o País aperfeiçoar os seus mecanismos para garantir a introdução de novas fontes de eólica e solar na rede elétrica, assim como a crescente injeção da micro e da mini geração, que trazem sérios impactos às distribuidoras. “Tudo isso é abatido da carga“, pontuou. “A gestão desses recursos, portanto, exige maior automação para a garantia de um maior controle da operação”, afirmou. Ele lembrou que os grandes consumidores já usufruem da automação e o seu perfil de consumo mudou. Para o diretor geral do ONS, o ritmo de transformação do setorsmart plateia elétrico traz diversos desafios. “Gestão de demanda, de transição energética, a crescente digitalização de muitos consumidores, bem como a busca pela sustentabilidade, tudo isso vem ao encontro do Smart Grid, a automação da rede elétrica”, defendeu. Para ele, esse movimento está a cargo das distribuidoras. Mas, na medida em que essas tecnologias passam a ser mais adotadas, haverá um maior intercâmbio de informações entre as distribuidoras e o ONS. “Os protocolos de integração certamente vão aumentar”, previu. E essa integração vai favorecer o ONS e a previsibilidade do sistema, acredita. Algo que vem muito a calhar. Hoje, informou o diretor geral, as grandes rampas de aumento de carga – na solar e na eólica, por exemplo – são desafios diários. “Na solar até dá para termos alguma previsão, mas e na eólica? Como prever?”, pergunta.

O painel de abertura do Fórum contou, ainda, com uma apresentação de Reji Kumar(foto a esquerda), presidente do Fórum Indiano de Smart Grid e presidente do conselho da Federação Global de Smart Energy.  A Índia vivenciou uma expansão da rede elétrica, desde 1947, de mais de 300 vezes, atingindo 423 GW de capacidade e chegando à terceira posição no ranking mundial. O consumo per capita está hoje em 140 kWh: “As nossas cinco sub-redes são integradas por um Controle Nacional. Todos os estados contam com centros regionais de despacho e operam em uma única frequência”, informou. Há, ainda, 18 centros de gestão de energia renováveis, os quais operam com informações do clima e previsão de geração. E todos os estados adotaram entre 2013 e 2016 uma política para a implantação de medidores inteligentes. “Hoje, esse projeto prevê a implantação de 250 milhões de medidores inteligentes, parcialmente financiado pelo governo indiano”, disse. A tecnologia é a chave para que o país adote, em abril de 2025, um sistema de tarifas variáveis, conforme horários de pico de consumo. Ele penaliza com uma sobretaxa o consumo no pico e premia o consumo nos horários de baixa demanda.

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